PSICOLOGIA E ESPIRITISMO
Por SILNEY DE SOUZA | 04/08/2009 | PsicologiaPSICOLOGIA E ESPIRITISMO
Difícil falar em Espiritismo sem lembrarmos do nome de Allan Kardec. O mesmo acontece quanto o tema é Psicologia onde os nomes de "Freud" e "Jung" estão intimamente ligados.
Sigmund Freud, chamado de "O Pai da Psicanálise", deu grande impulso à Psicologia, ao estudar a interpretação dos sonhos e desenvolver o "método da associação livre", pelo qual conseguiu obter a cura de muitas doenças mentais. Neste método, os seus pacientes falavam "qualquer coisa que lhes viesse à cabeça". Freud buscava então desvendar os sentimentos reprimidos nessas manifestações, estimulando seus pacientes a colocarem-nos para fora.
Carl Gustav Jung, deu seqüência ao trabalho desenvolvido por Freud, porém de uma forma, por assim dizer, mais "científica". Jung aprofundou-se no estudo do inconsciente, sem, no entanto, entrar de maneira mais profunda nos conceitos da reencarnação e da imortalidade do inconsciente (alma ou Espírito).
Atualmente, no entanto, a Psicologia já discute de uma forma mais profunda a estrutura e a origem da chamada "zona inconsciente". Se Freud começou a desvendar os "véus da alma" pela descoberta das atividades do inconsciente, Jung aprofundou-se no psiquismo, definindo então o inconsciente coletivo. Faltou-lhe, no entanto, considerar os vínculos com o passado, resultante das vivências renovadas pelo mecanismo da reencarnação.
Jung realizou, no início do século passado, um estudo profundo sobre o desenvolvimento anímico, tendo como paciente uma sonâmbula. Como resultado de seus estudos, Jung deparou-se com a idéia do processo da imortalidade. No entanto, por ser de difícil aceitação pelo meio científico de sua época, Jung descartou essa hipótese, criando, como resultado, uma psicologia de difícil entendimento.
Somente em 1928, mesmo assim afirmando que caberia ao futuro uma melhor avaliação do tema, Jung se pronuncia sobre o assunto, afirmando que a mente possui legados de conteúdos históricos, que se tornam presentes na zona consciente, por motivos diversos, preponderantemente aqueles de caráter emocional.
Certamente, a compreensão dos conceitos da imortalidade da alma, da reencarnação e da comunicabilidade com os Espíritos auxiliaria em muito a melhor compreendermos o trabalho desenvolvido.
Observem que interessante, quando Jung aborda a personalidade Maná e suas estruturas arquetípicas: "Reconheço que em mim atua um fator psíquico que se oculta diante de minha vontade consciente. Inspira-me idéias extraordinárias, ao lado de produzir afetos e caprichos em minha natureza. Sinto-me importante diante desses fatos e o que considero pior, estou atado a esses fatos de modo a admirá-los". Diz ainda Jung: "A personalidade Maná é dominante no inconsciente coletivo, é o arquétipo do homem poderoso em forma de herói, mago, santo, curandeiro, dono de homens e Espíritos, amigo de Deus".
Seria este o reconhecimento de Jung da influência dos processos espirituais na psicologia ?
Seria a forma de convergi-los para a aceitação do meio científico de sua época ?
Na terapia junguiana, que explora extensivamente os sonhos e fantasias, um diálogo é estabelecido entre a mente consciente e os conteúdos do inconsciente. A doença psíquica é tida como uma conseqüência da separação rígida entre elas. Os pacientes são orientados a ficarem atentos aos significados pessoal e coletivo (arquétipo) inerente aos seus sintomas e dificuldades. Sob condições favoráveis eles poderão ingressar no processo de individuação: uma longa série de transformações psicológicas que culminam na integração de tendências e funções opostas, e na realização da totalidade. Jung trilhou a individuação, pois havia a necessidade imperiosa nele de ir ao inferno e voltar para poder mostrar o caminho da volta àqueles que ficaram perdidos pelo caminho da vida. Tornou-se ele uma resposta sincera e corajosa ao nosso tempo. "Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der". (In http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Gustav_Jung#Jung_-_Uma_resposta_ao_nosso_tempo)
Inquestionável, no entanto, que os conceitos espíritas permitem uma melhor compreensão da zona inconsciente ou Espírito. Frente à imortalidade da Alma, o Sonambulismo e a possibilidade da comunicabilidade com os espíritos, realizados por intermédio dos fenômenos mediúnicos, a compreensão dos complexos afetivos e a personalidade Maná seriam mais facilmente entendidos.
Enquanto ciência, a Doutrina Espírita se caracteriza pela sua excelência, seu dinamismo e pela sua lógica sempre fundada na fé raciocinada, impulsionando o ser humano na busca de sua evolução moral e científica.