Psicografia
Por Irene Fonseca | 01/03/2011 | ReligiãoPassando pela terra, tive um propósito sério, deveria fazer algo construtivo pela humanidade.
Minha luta seria árdua, meu caminho confuso, mas os objetivos justos.
Senhor de Misericórdia, quantas vezes tive minha fé abalada pelas injurias e injustiças recebidas, quantas vezes pareceu-me insuportável continuar minha trajetória no caminho que tanto pedi ao Mestre.
O bem era minha ferramenta do dia a dia, não o bem que nos eleva, mas aquele que enobrece a alma.
Trabalhei, escrevi obras educacionais, cheias de idealismo, não um idealismo inconseqüente, mas traziam teorias propícias à uma estrutura educacional justa e sólida.
Meus dias de exílio foram lamentáveis, adorava o Brasil,sentia saudades da minha Pátria amada, ah! Minha Bahia de todos os Santos, como tu vivia em meus sonhos!
Sofri pela estrutura, o sistema era tradicional, as leis convencionais, para aqueles que mandam nesta terra amada e gentil.
No vale de lágrimas me ausentei, mas Deus estava comigo, sabia que o bem só nos traz dádivas e lembrava sempre que na terra somos criaturas necessárias para construção de um mundo melhor.
Eu tinha que plantar lírios, para colhê-los no futuro.
Acreditava na vida eterna e jamais duvidei da reencarnação.
Amigos! Como é maravilhoso ter a oportunidade de poder gritar hoje, que nada é ilusão!
A vida continua. Mesmo quando sentia perto minha destruição, sabia por sensibilidade que meu final poderia ser ameaçador.
Ah! Meus irmãos, pobres de espírito de fé abalável, lançaram-me em um buraco negro (fosso do elevador) pensando exterminar-me..
Lá estava recolhendo minha alma, um amigo que sempre apoiou-me nos momentos mais dolorosos de minha existência.
Não tive dor física, nem moral, sofria sim, pela falta de amor que os homens da terra, transgredindo as Leis Morais, lançaram-se nas dívidas e desgraçadamente diante da humanidade continuaram impunes, mas diante os olhares de Deus e dos Mentores Maiores, nada passa despercebido .
Queridos amigos, como chorei aqui no plano espiritual, quando vossas faces foram -me reveladas.
Quanta tristeza em saber que tantos confiados, ali estavam para armar a situação que exterminaria minha vida carnal.
Mas Deus em seu infinito amor, nos dá o mel que fortifica nosso espírito e quando plantamos lírios, a colheita é tão produtiva que vindo a tempestade, nada esmorece.
Cara irmã, que recebe minhas linhas, abraço-te como antigamente, num passado distante e tenha sempre em mente que as sementes devem ser escolhidas pelo coração, para que possa desabrochar flores que enobrecem, trazendo o perfume salutar que tanto a terra tem necessitado.
A todos os amigos desta e de outras existências o abraço fraternal de
Anisio Teixeira (1900-1971)
Psicografado por: Irene Fonseca em 05/11/1991
imagem.revista escola.abril.com.br