PROVAS DE AMOR
Por Sandra Oliveira | 19/03/2010 | ContosLurdes e Pedro tinham se casado bem jovens.
Tiveram quatro filhos,todos saudáveis,amorosos e unidos.Nunca deram trabalho na escola,estudaram até completar o ensino básico.Não era raro encontrar famílias que invejavam a fortaleza,o amor e a união daquele casal com seus filhos.
Moravam numa cidadezinha do interior de Goiás,numa casinha confortável,embora sem luxos,alugada pelo dono de uma oficina de carpintaria para quem Pedro trabalhava desde garoto e com quem aprendeuo oficio de carpinteiro.O salário que ganhava, no começo, quando eram apenas Pedro e Lurdes,dava para o sustento dos dois,mas depois quando foram chegando os filhos e a vida ficou um pouco mais apertada,porem viviam com dignidade e conscientes de que não era possível terem mais dinheiro.
A cidade em que moravam,por ser pequena demais,tinha como atividade principal a agricultura,de maneira que a oferta de emprego era pequena,sendo a oficina do senhor Paulo,o patrão de Pedro, a única da cidade,e a cada dia que passava as encomendas iam ficando cada vez mais raras.
Foi numa época em que esses homens não trabalhavam há mais de duas semanas que Lurdes ficou doente.Levada ao hospital em uma cidade próxima á deles,onde havia médicos,ela foi examinada e foram aconselhados para que fossem procurar médicos numa cidade grande,pois o caso merecia exames mais complexos e detalhados e ali não havia condições para tal,a doença de Lurdes parecia ser grave.
Sem trabalho em sua cidade,resolveram mudar-se para a capital,onde julgavam ser mais fácil arrumar emprego para Pedro e para os dois filhos mais velhos do casal,que tinham dezesseis e dezessete anos e estariam mais próximos do hospitai onde Lurdes faria o tratamento de sua doença .E assim foi feito,mas chegando á capital,com o pouco dinheiro que tinham,logo perceberam que seria tudo mais difícil que pensavam.
Foram morar em um quarto e cozinha bem pequeno,num cortiço na periferia.
Passados alguns meses,nenhum deles conseguiu emprego,estavam vivendo de pequenos serviços ocasionais,e para piorar ,Lurdes,apesar do tratamento,não apresentava melhoras e foi nessa época que tudo mudou,foi como se um furacão tivesse passado por cima daquela família.Pedro começou á beber,os meninos se envolveram com drogas e más companhias,brigas e desentendimentos eram constantes ,aquela família de outrora não existia mais.
Logo que chegaram á capital,Lurdes havia conhecido uma família muito boa,e estavam sempre procurando ajudar Lurdes em tudo que podiam,com trabalhos domésticos quando ela não condições de fazer,com empréstimo do pouco dinheiro que dispunham,acompanhando-a ao hospital e coisas desse tipo.Foi nessa época que D.Janete,esse era o nome da vizinha de Lurdes,ofereceu uma ajuda um tanto diferente,ao perceber que a amiga e sua família precisavam de ajuda moral e espiritual.
Convidou a amiga para que fosse á um centro espírita que ela e a família freqüentavam há muitos anos,era claro que Pedro não iria e com certeza tentaria impedir que a esposa fosse.Pedro não era um homem religioso,mas tinha uma formação católica,e a pouca formação que deram aos filhos se baseava no catolicismo.
Depois de muita luta para convencer o marido á acompanha-la, Lurdes decidiu ir sozinha,mesmo fraca,desanimada e triste.
Chegando ao local onde havia palestras e orientadores para cada freqüentador do centro,Lurdes começou á sentir á vontade,mais forte e mais confiante e passou a ir duas vezes por semana.Quando chegava em casa ,todos notavam sua melhora,e quanto mais ia mais forte, mais segura ficava,até sua aparênciatinha mudado,ela parecia mais jovem.Ela não tinha desistido de levar sua família junto,ate que em uma daquelas reuniões,ao relatar com todos os detalhes a estória daquela família á um dos orientadores do centro,perguntou á ele porque não conseguia traze-los ate ali.Porque Deus tinha deixado sua vida mudar tanto?
Depois de uma longa conversa,onde o orientador procurou explicar de forma rápida e simples como funcionava ,se desenvolvia a vida segundo o espiritismo de Kardec, Lurdes foi encaixando as explicações aos acontecimentos de sua vida,tudo parecia simples e lógico e juntos chegaram á conclusão de queDeus estava pondo á prova a capacidade de amar de cada membro daquela família por motivos que só á Ele cabia conhecer.
É fácil membros de uma família se amarem, se ajudarem,se respeitarem quando não há dificuldades,assim como é fácil amar seu vizinho se ele não incomoda-lo.
O amor deve ser vivido, compartilhado e distribuído nos momentos de dificuldade,de dor,de desesperança,de tristeza e aflição para que possa florescer e se multiplicar.
Tendo uma resposta que acalmou seu coração e que renovou
suas forças e fé em Deus,aquela mulher continuou a freqüentar o centro, e tanto
persistiu que acabou por levar sua família também,que agora juntos estavam
todos se recuperando,se renovando,renascendo para uma nova vida,mais
alegre,sadia,unida, feliz e prospera.
Na verdade para espalharmos o amor,não é preciso ser fiel á uma determinada
religião,basta sermos fieis ao amor verdadeiro, o amor de Deus.