“Propostas pedagógicas interdisciplinares nos anos iniciais do Ensino Fundamental”

Por josiane lima dos santos silva | 02/02/2021 | Educação

ELAINE ALVES DA SILVA 

JOSIANE LIMA DOS SANTOS SILVA

RESUMO

Para desenvolver este artigo foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica apoiada em trabalhos e pesquisas anteriores que abordam esta temática, nos documentos legais da BNCC, nos artigo proposto nas orientações e nos materiais disponibilizados no ambiente virtual deste semestre, bem como os livros das disciplinas estudados. 

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como eixo possibilitar ao aluno reflexões sobre situações reais do contexto escolar e construção de uma proposta de trabalho de ensino, refletindo sobre a atuação do professor-pedagogo; ler e analisar criticamente os textos e os vídeos sugeridos. Fazer uma abordagem sobre a BNCC (Base Nacional Comum curricular) é uma proposta de fundamental importância para a formação do educador, pois, neste documento está exposto um conjunto de práticas docentes onde as competências mencionadas ajudam a organizar a prática docente para superação da prática centrada no professor, dando assim a oportunidade para que o aluno esteja ativo no processo de aprender. Para desenvolver este trabalho foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica apoiada em trabalhos e pesquisas anteriores que abordam esta temática, nos documentos legais da BNCC, nos artigo proposto nas orientações e nos materiais disponibilizados no ambiente virtual deste semestre, bem como os livros das disciplinas estudados. 

3 DESENVOLVIMENTO 

Ao fazer a leitura deste material, pode-se compreender que a BNCC é um documento do MEC de caráter normativo que traz a definição do conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Este documento tem como objetivo sinalizar percursos de aprendizagem e desenvolvimento dos educandos, e ajuda na organização da prática docente. Através da BNCC as redes de ensino e instituições escolares públicas e particulares passam a ter uma referência nacional obrigatória para a elaboração ou adequação de seus currículos e propostas pedagógicas Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em cinco áreas do conhecimento. Essas áreas, como bem aponta o Parecer CNE/CEB nº 11/201025, “favorecem a comunicação entre os conhecimentos e saberes dos diferentes componentes curriculares” (BRASIL, 2010). Elas se intersectam na formação dos alunos, embora se preservem as especificidades e os saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos componentes. Em sua estrutura a BNCC, apresenta a Educação Básica subdividida em etapas sendo a segunda e mais longa a etapa do Ensino Fundamental. Para esse estudo nos atentaremos a disciplina Matemática especificamente, nos cinco primeiros anos dessa fase. No texto de abertura o documento da Base aponta explicitando de que nessa etapa: Ampliam-se também as experiências para o desenvolvimento da oralidade e dos processos de percepção, compreensão e representação, elementos importantes para a apropriação do sistema de escrita alfabética e de outros sistemas de representação, como os signos matemáticos, os registros artísticos, midiáticos e científicos e as formas de representação do tempo e do espaço (BRASIL, 2017 p. 58) Diante desta citação, entende-se que os professores precisam estar preparados para desenvolver uma prática que garanta aos direitos de aprendizagem dos alunos, desenvolvendo um trabalho de qualidade com os alunos, e esta questão está descrita no documento onde cita que “O professor da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental é, ou deveria ser, um especialista em infância. [...]” (BRASIL, 2013, p.58). De acordo com Kramer, 2007: Organizar o trabalho pedagógico da escola e da sala de aula é tarefa individual e coletiva de professores, coordenadores, orientadores, supervisores, equipes de apoio e diretores. Para tanto, é fundamental que se sensibilizem com as especificidades, as potencialidades, os saberes, os limites, as possibilidades das crianças e adolescentes diante do desafio de uma formação voltada para a cidadania, a autonomia e a liberdade responsável de aprender e transformar a realidade de maneira positiva. (KRAMER, 2007, p.11). Assim não podemos esquecer que a formação é uma aliada nesse processo e este profissional precisa estar atento a essas necessidades, que influenciam de forma positiva em uma prática significativa. A formação ela é capaz de quebrar esses paradigmas de uma educação arcaica onde o professor é o centro, o professor qualificado e comprometido com a educação sabe do seu papel de mediador e como o desenvolvê-lo. A abordagem interdisciplinar fora impulsionadas na década de 1970, com a intenção de “mover-se nas fronteiras de territórios estanques e separados procurando descobrir, brechas e permeabilidades no espaço do ‘entre’ que permitam estabelecer novas relações.” (FURLANETTO, 2014, p.60). Neste sentido, a interdisciplinaridade é apresentada como uma aproximação entre o conhecimento compartimentalizado e pela arrogância dos especialistas e suas relações com as disciplinas podem ser em diferentes ordens e propiciar diferentes níveis de interdisciplinaridade. Santomé (1998 apud Furlanetto, 2014, p. 60) aponta a interdisciplinaridade em três tipos: A linear no qual as leis de uma disciplina são tomadas para explicar fenômenos de outra; a Estrutural quando as interações entre as disciplinas favoreçam a criação de novas leis que possibilitam o surgimento de uma nova disciplina; a Restritiva, quando as disciplinas colaboram na resolução de um problema especifico ou na consecução de um projeto e não são obrigatoriamente afetadas pelo novo conhecimento produzido (SANTOMÉ, 1998 apud FURLANETTO, 2014, p. 62). Percebe-se que discutir interdisciplinaridade em contexto educacional requer conhecimento dos fatos históricos e suas implicações/contribuições no processo cientifico, a fim de estabelecer relação entre as partes de um todo articulado gerando conectividade entre = os saberes apreendidos. Portanto, a interdisciplinaridade está para além da compreensão de interação entre duas ou mais disciplinas, “ela apresenta possibilidades diversas de intercambio por inúmeros fatores como: espaciais, temporais, econômicos, demográficos, sociais, epistemológicos”. (FURLANETTO, 2014, p. 61). O Trabalho Interdisciplinar, com a troca de conhecimentos disciplinares, contribui para a aquisição de saberes, como afirma Fourez (2002, p. 52): O paradigma da interdisciplinaridade baseia-se no pressuposto de que certas situações não podem ser dominadas no quadro de um paradigma disciplinar particular e exigem a articulação de diferentes contribuições disciplinares. Este olhar integrador, que liga as disciplinas, constitui verdadeiramente uma grelha de leitura específica, determinando uma forma de investigar o real e de construir saberes. A construção do Trabalho Docente Interdisciplinar possibilitará que os educadores desenvolvam um conhecimento mais aprofundado com seus alunos, sobre determinado assunto ou tema. Essa construção coletiva reforça a fixação dos conteúdos pelos alunos, enriquece o conteúdo abordado, abrindo a possibilidade de interação do cotidiano dos alunos e seu conteúdo empírico com o conhecimento científico das disciplinas. Neste sentido, a aprendizagem escolar depende de uma interação complexa entre alunos, professores, conteúdos e do próprio contexto educacional, o professor precisa estimular os alunos e lançar desafios capazes de serem enfrentados, conduzindo-os ao sucesso de suas pesquisas. Na proposta interdisciplinar o professor deve ser sensível em sua prática, fazendo uso de uma didática que o aproxime dos alunos e os possibilite modificar, enriquecer e construir novos métodos de interpretação do conhecimento, pois o aluno será sempre o agente da aprendizagem. Contudo, é importante garantir que a formação provoque mudança real nas práticas educacionais uma vez que a formação continuada está voltada para o professor em exercício e tem como função básica contribuir para o professor ampliar e alterar de maneira crítica a própria prática e gerir sua própria formação, ela deve representar um investimento feito pelos professores no sentido de aprimoramento das suas ações docentes, ao longo de toda carreira pessoal e profissional.

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