PROPOSTA DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS - CRIAÇÃO DA PROCURADORIA-GERAL DE POLÍCIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA – GOVERNO ESPERIDIÃO AMIM – 1998/2002 - PARTE XC: “AMIN E O MICO DO ‘PRN’ CATARINENSE” (Felipe Genovez)
Por Felipe Genovez | 01/04/2018 | HistóriaData: 27.10.98, horário: 18:00 horas, “Heitorzinho”:
Horário: 18:00 horas:
Estava na Delegacia-Geral e de saída passei por Walter na recepção do prédio e ele quando me viu manifestou ainda a esperança de que Heitor Sché viesse a ser o Secretário de Segurança:
- Genovez, tu não achas que o "Heitorzino" tem chances de ser o Secretário, o pessoal tá comentando que ele não está morto?
- Olha Walter é muito difícil o Heitor chegar lá, apesar de ter sido eleito, o que transformou ele numa pessoa vitoriosa e com cacife político, mas existe um porém, ele encontra fortes resistências. Dizem que nas eleições de 1994 ele fez campanha para o PMDB, na época em que o PFL apoiou o Paulo Afonso, lembra disso?
(...)
- Então, isso deve ter machucado muito a Angela Amin. Nessa época Julio Teixeira, eu e mais outros policiais estivemos com ela hipotecando apoio a sua candidatura, chegamos a levar uma para o seu governo na área de segurança pública. Posteriormente, encontrei o Heitor algumas vezes em 1996 na sede do Partido, quando o PFL apoiava o Paulo Afonso e me lembro que ele evitava falar no Amin, parecia totalmente pró PMDB. E se você fizer um levantamento da história política dele você vai ver que cometeu alguns erros o que é natural. Veja bem, ele era um super secretário do Amin na década de oitenta, gozava da confiança total e em determinado momento. Depois de alguns anos, com o crescimento do PRN e a ascensão do Fernando Collor de Mello, ficou acertado entre o Amin e o Heitor (mais os Deputados Cavalazzi, Ransolin e Jair Silveira) que seria estratégico se fundar o PRN em Santa Catarina, isso antes que outros o fizessem. Ficou acertado que mais tarde o Amin se transferiria para o PRN, tenho gravado entrevistas que realizei com o Heitor e com o Jair Silveira sobre esse momento. Só que quando o partido havia sido criado o Collor de Mello estava bem, mas o Heitor passou a se sentir abandonado quando começou a fase de decadência, isso porque o Amin resolveu permanecer no PDS, esquecendo o que tinham acertado, pelo menos é o que eles dizem. Teve também um episódio bastante conhecido, dizem que nessa época o Amin foi até a Assembleia para tentar dissuadir o Heitor da ideia. de se lançar candidato ao governo do Estado. Nessa época o Heitor era o Presidente da Casa e se negou a receber o Amin que queria propor que ele não se candidatasse, pois defendia uma candidatura única. A mãe do Collor chegou a vir até Florianópolis, era uma loucura, disputavam para ver quem iria sair com a Dona Leda..., coitada. E, depois, teve aquele outro episódio durante a campanha do Amin à Presidência da República. O Heitor foi para Revista “Isto É” dizer que não servia para nada, só para colocar o paletó na cadeira, todo mundo falava nisso naquela época porque era uma crítica ao Amin... Então, Walter tudo isso faz parte de um passado que está aí e que numa hora dessas pesa muito porque não se esquece e ninguém sabe como vai ser ficar lá na frente. Já o Julio é uma pessoa que tem um passado bem mais tranquilo, tem sido sempre coerente e não se elegeu até porque foi vítima de várias candidaturas na região dele, Rio do Sul, além de não ter negociado aquela sua atuação no episódio das Letras.
(...)”.