PROPOSTA DE UNIFICAÇÃO DOS COMANDOS DAS POLÍCIAS - CRIAÇÃO DA PROCURADORIA-GERAL DE POLÍCIA NO ESTADO DE SANTA CATARINA – GOVERNO ESPERIDIÃO AMIM – 1998/2002 - PARTE CXIX: “AS CRUZES E OS 'GUARDA-CHUVAS NOVOS'” (Felipe Genovez)

Por Felipe Genovez | 04/04/2018 | História

Data: 14.11.98, “Muito a Haver”:

Nada melhor do que começar o dia com esperança e certeza de que nem tudo está perdido:

‘Não gosto de aparecer, gosto de que o que eu faço apareça! Não tenho essa vaidade pessoal de mostrar minha casa, meu quarto, meu cachorro. Eu tenho é vergonha. Eu adoro a elegância e a discrição’

Marisa Monte, cantora e compositora, que está iniciando mais uma turnê de apresentações nos Estados Unidos.

(Diário Catarinense, 14.11.98, pág. 3)

“Bom para o Júlio?”

E pelas terras de Anita Garibaldi:

EQUIPE DEFINE CRITÉRIOS PARA COMPOR COLEGIADO

Documento com o consenso dos partidos da Mais SC será entregue Domingo a Amin

Adiana Baldissarelli

Florianópolis

O desenho da equipe que vai compor o secretariado de Amin vai ganhar novas pinceladas nesta noite de Domingo, quando integrantes da equipe de transição  reúnem-se  com o governador eleito. Eles vão entregar um documento onde constam os critérios de escolha resultantes do consenso entre os partidos, definidos em encontro realizado ontem pela manhã em Florianópolis, da qual participaram  o coordenador e os presidentes do PPB, Leodegar Tiscoski, do PFL, Pedro Bittencourt Neto, e do PSDB, Francisco Kuster.

Os quatro critérios principais para divisão entre os partidos da coligação Mais Santa Catarina dos mais de mil cargos comissionados são a não-verticalização dos postos (evitando que o mesmo partido ocupe os cargos de determinado órgão ou secretaria e forme um gueto unipartidário), a definição por consenso entre os partidos, a representatividade regional e a proporcionalidade eleitoral, conforme o número de deputados eleitos.  Quanto ao nome que preencherá a vaga do partido, deverá ter reconhecidamente qualidades como competência, lealdade, espírito público e consequentemente, uma imagem associada ao sucesso e à eficiência.

O coordenador da equipe de transição, Celestino Secco, explica que ‘foram compilados os critérios apresentados  pelos partidos, embora cada uma deles possa manter exigências diferenciadas. Um deles, por exemplo, pode não querer indicar aposentados ou fixar qualquer  outra condição’. Cada partido vai fazer uma lista de nomes a serem indicados ao governador, mesmo que Amin não tenha assegurado que vai se ater exclusivamente aos nomes indicados pelos partidos.

Pedro Bittencourt Neto explica que os liberais nomearam um comissão para tratar desse tema da composição do secretariado na plenária realizada na semana passada. Dela fazem parte, ele, como presidente do PFL, o deputado federal Paulo Gouvêa, representando os eleitos para a Câmara dos Deputados, e um terceiro representante dos eleitos para a Assembleia Legislativa que será escolhido neste Domingo.

Ele acrescenta que nos critérios definidos na minuta do grupo estão plenamente contemplados os posicionamentos dos pefelistas. Com base neles é que Bittencourt tem orientado os coordenadores regionais do partido: ‘queremos que eles procurem nas regiões  os representantes dos demais partidos da coligação para indicar nomes em consenso’. Ele se refere àqueles que vão ocupar postos de segundo e terceiro escalão, já que a nomeação dos de primeiro escalão são de competência e responsabilidade exclusivas do governador.”

(Diário Catarinense, 14.11.98, pág. 14)

“Metáforas: Hitler Suburbano?”

E não dava para não pensar na dor dos peemedebistas históricos como Pedro Ivo, Cid Pedroso, Ulysses, Tancredo... não mereciam ver o PMDB num rumo tão incerto no Estado de Santa Catarina. Não duvidamos do caráter e das boas intenções do Governador Paulo Afonso, mas certamente que se cercou de pessoas que o levaram a um abismo que tão cedo iria ser esquecido:

Paulo Alceu:

‘O deputado pefelista Júlio Teixeira, que é contrário à indicação do conselheiro do Tribunal  de Contas antes do STF manifestar-se, considera que o governador Paulo Afonso, ao insistir num nome, está subvertendo a lei. ‘Este Hitler suburbano não aprende’.

(Diário Catarinense, 14.11.98, pág. 14)

“Uma Questão de Engavetamento”:

Se já não bastasse as denúncias sobre o último concurso realizado na Polícia Civil, o “Caso Maguila”, desde a sua fuga da Primeira Delegacia de Polícia da Capital e os privilégios concedidos, mais esta: o derrame de “CNHs” em Araranguá... E na capa do Diário Catarinense deste sábado a foto estampada do Delegado Jorge Giraldi, aquele que ninguém quis ouvir:

DEPUTADO PEDE CPI PARA APURAR VENDA DE CARTEIRAS

Teixeira entende que denúncias publicadas evidenciam a participação de servidores no caso

Florianópolis

O deputado estadual Júlio Teixeira (PFL), que também é delegado de polícia, entrou com requerimento na Assembléia Legislativa propondo a instalação de uma Comissão Parlamentar  de Inquérito (CPI) para apurar as irregularidades na emissão de carteiras de motorista em Santa Catarina... Para Teixeira, com as matérias publicadas pelo DC, ‘fica evidenciada a possível participação de servidores públicos’ no caso.

(...)

GAVETA

Ontem, mais de quatro meses depois de aberto, o inquérito policial que apura as supostas ligações da ex-digitadora da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Araranguá, Milene Garcia, com a emissão fraudulenta de Carteiras de Habilitação, saiu da gaveta e voltou a ser investigado pela Polícia Civil.

Milene foi afastada de suas funções pelo então delegado regional, Jorge Giraldi, sob a acusação de favorecer candidatos incapacitados de serem aprovados nos testes regulares. Milene nega esta acusação. No dia 23 de junho, o inquérito foi solicitado através de uma comunicação interna pelo diretor de polícia do Litoral, delegado Luiz Wanderlei Sala. Os papéis seguiram para a Delegacia Geral, na Capital, onde estavam arquivados. Milene é filha do ex-delegado regional do município e atual vereador Veraldo Garcia (PMDB).

Apenas depois de vir a público todo esquema, o caso foi retomado. Ontem à  tarde, o Delegado-Geral da Polícia Civil, Jaceguay Marques Trilha, determinou ao seu colega da 8a Delegacia de Polícia de Florianópolis, José Reis Santos que dê continuidade às investigações envolvendo Milene. ‘Eu pedi que o inquérito viesse para cá (Delegacia Geral) por determinação  do doutor Trilha’, disse o delegado Luiz Wanderlei Sala ontem à tarde. A intenção era promover uma investigação ‘isenta’do caso, justificou.

Já o promotor Gilson Jacobsen, que busca os responsáveis pelas irregularidades na Ciretran de Araranguá, já denunciou à Justiça 135 pessoas por falsidade ideológica. Elas são acusadas de usarem comprovantes de residência falsos’.

(...)

Falta de fiscalização teria permitido a fraude

Guarim Liberato Júnior

A falta de fiscalização por parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Departamento de Trânsito (Detran) facilitaram o esquema de falsificação nas autenticações das guias dos Documentos de Arrecadação Estadual (DARs) feito pelas Auto Escola Rodeio, de Rodeio, e Piloto, de Rio dos Cedros. As conclusões são do promotor de Justiça Flávio Duarte de Souza, da Comarca de Timbó, que, em entrevista à Agência RBS na Quinta-feira disse que poderá responsabilizar a SSP, o Detran e a Delegacia Regional por negligência na fiscalização.

O delegado Regional de Polícia, Alinor Lauth, disse ontem que foi comunicado oficialmente das irregularidades em 13 de maio de 1998. ‘No dia seguinte, despachei o documento ao Detran e à Diretoria de Polícia do Litoral’, frisou. Segundo Lauth, as investigações internas não apontaram irregularidades nos procedimentos de emissão de carteiras de habilitação nem de fiscalização.

(...)

(Diário Catarinense, 14.11.98, pág. 30)

Horário: 16:00 horas: “As Cruzes Por ‘São’ Jorge”:

Jorge Xavier telefonou de Curitiba e queria saber das novidades:

(...)

  • Escuta e o nosso dinheiro, estais sabendo quando é que vão depositar?
  • Olha Jorge parece que é na segunda-feira, não, o de vocês parece que é na terça.
  • Terça?
  • Sim, e é só mil e quinhentos reais que eles vão depositar.
  • O quê? Como é que é?
  • É isso aí, o governo só vai depositar mil e quinhentos reais.
  • Sim, e quando é que ele paga o resto?
  • Não sei, e acho que ninguém sabe.
  • Cruzes...!

(...)”.

Depois de encerrar a ligação não tive como não pensar nas “cruzes”, não de Jorge Xavier, mas de todos os servidores do Executivo. Também, pensei no silêncio dos outros Poderes, das instituições que possuem seus “Guarda-Chuvas sempre novinhos, enquanto nós...