PROPAGAÇÃO DE PLANTAS

Por Girlene Santos de Souza | 14/04/2011 | Arte

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RECÔNCAVO DA BAHIA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, AMBIENTAIS E BIOLÓGICAS

 


PROPAGAÇÃO DE PLANTAS

 


Profa.GIRLENE SANTOS DE SOUZA

 


INTRODUÇÃO

O estudo da propagação de plantas apresenta três aspectos. Em primeiro lugar, em operações tais como a enxertia ou a preparação de estacas, exige o conhecimento de certas manipulações e de habilidades técnicas que requerem certa experiência e tempo para se adquirir. Este aspecto pode ser considerado como 'a arte da propagação'.
Em segundo lugar, para se ter êxito na propagação, se necessita o conhecimento da estrutura e dos mecanismos de crescimento das plantas. Isto se pode dizer que constitui a 'ciência da propagação'.
O propagador pode adquirir parte desta informação de maneira empírica ao trabalhar com as próprias plantas, mas deve ser completada com cursos formais de botânica, horticultura, genética e fisiologia vegetal. Esse conhecimento ajuda ao propagador a compreender o porque das coisas que faz, a executá-las melhor e a solucionar problemas inesperados.
Um terceiro requisito para ser ter êxito na propagação de plantas, é conhecer as diversas classes delas e os vários métodos com que podem propagar-se. Em grande parte, o método utilizado deve ser adequado à classe de planta que se propaga e às condições em que se realiza.
A propagação de plantas é uma ocupação fundamental da humanidade. Provavelmente a civilização se iniciou quando o homem antigo aprendeu a semear e cultivar certos tipos de plantas que satisfaziam suas necessidades nutritivas e as dos seus animais. Na medida em que avançou a civilização, ele foi acrescentando à diversidade de plantas outros cultivos, não só alimentícios, mas também aqueles que lhe proporcionavam flores, medicinas, lazer e ornamentação.
O melhoramento das plantas na época atual foi precedido por um grande progresso na seleção das mesmas. Nossas plantas cultivadas se originaram principalmente por três métodos gerais. Primeiro algumas foram selecionadas diretamente de espécies silvestres, mas, sob o cuidado do Homem, evoluíram a 'tipos' que diferiam completamente dos seus ancestrais silvestres; como exemplo deste grupo podem citar-se o tomate, a cevada e o arroz. Segundo, outras se originaram por hibridação entre espécies, acompanhadas de mudanças no número de cromossomos. Neste grupo se encontram o milho, o trigo, o fumo, a pereira e a ameixeira. Terceiro, aparece outro grupo de plantas cujas formas raras diferem das demais da sua espécie e as quais, embora inadaptadas a um ambiente natural são úteis ao Homem; entre elas estão o repolho, os brócolis, a couve-de-Bruxelas.
Entretanto, este progresso no melhoramento de plantas teria carecido de importância ao menos que, simultaneamente, se dispusera de métodos para manter em cultivo as formas melhoradas, o qual originou um processo de invenção e descobrimento de técnicas para propagação de plantas. A maior parte das plantas cultivadas se perderiam ou reverteriam a formas menos desejáveis, ao menos que se propagassem em condições controladas capazes de preservar as suas características. Através do tempo, na medida em que se tem disposto de novos tipos de plantas, se desenvolveram técnicas para mantê-las, conforme se avançou nos métodos de propagação, tem aumentado a quantidade de plantas disponíveis para cultivo.
O tipo de propagação ideal para a maioria das plantas frutíferas é o vegetativo, isto é, aquele no qual uma parte da planta, já em produção, seja uma borbulha, um rebento, uma estaca ou um ramo (garfo), são usados para originar uma nova planta. Muitas plantas, entretanto, devem ou podem ser propagadas por sementes, mas quase sempre é desvantajoso.
A propagação por sementes é usada quando os meios de propagação vegetativa não são possíveis, como para o coqueiro e outras palmeiras, que podem ser propagadas via semente, ou outras plantas, nas quais a propagação seminífera não traz muitos problemas ao seu cultivo, como o mamoeiro, maracujazeiro, ou espécies que são precoces.

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