Proliferação
Por Silvane Luz | 16/08/2009 | PoesiasUm carro atropelou o Bom-Senso ao atravessar a rua
E ele morreu a caminho do hospital.
Pririririii!!!
Eis que um guarda apita e todos avançam.
Liberação geral!
Enterraram o grande pássaro de asas brancas!
Regras...que regras? Já não existem mais.
Mimetismo, animalismo, pedofilia, corrupção e drogas!
O carro fúnebre percorre as ruas no alvoroço do carnaval.
Acorde bordel! Prostitutas! Carência! Medo!
O Livre Arbítrio dos "Homo Sapiens" está no poder!
A Fome cruza as ruas,
O Amor faz as malas e o Bem foi violado.
Crianças mundanas, vendidas, mocreias...
Agressão, despeito, vida morte, morte em vida!
Eta povinho medíocre... !
O caldeirão ferve a própria água da ceia sangrenta
de sacrifícios inúteis, idolatria e magia branca e negra...
Mas... eis que a Esperança fica grávida da Luz
Entre o joio nasce o trigo, flor da espécie
Estrelas guerreiras descem na Terra
deuses imaginários são postos à prova
e a grande prostituta das romarias é convidada a dançar.
O coração transborda pela boca o fel das entranhas,
outrora tão bem escondido pela meiguice da aparência.
Onde estão os justos, diamantes raros? Se corromperam!
A Verdade, sobrinho do Bom-Senso, a todos desnuda.
Ai dos que tatuaram o peito, no frenesi da excitação!
Pois uma larva má daí saiu
e pela boca de adoradores se constituiu.
Império de fracos!
Ai dos que entregam botões de rosa e na alcova proliferam pesticida!
Ensinados todos foram, bocas e obras foram deixadas.
As águas terão gosto de lágrimas
E prazeres ilusórios da terra se derreterão.
Muitos deverão partir
Para que a Justiça retome seu lugar...