PROJETO PARA ACOMPANHAMENTO DO RENDIMENTO ACADEMICO EM SEMINARIO (2011)

Por MARIA DE ARAUJO | 07/02/2013 | Educação

PROJETO PARA ACOMPANHAMENTO DO RENDIMENTO ACADEMICO EM SEMINARIO (2011)

 01. Justificativa

O Projeto de Acompanhamento de Rendimento Acadêmico proposto para ser desenvolvido no Seminário   pretende atender acadêmicos de forma sistemática, buscando melhoria do desempenho dos alunos e a excelência do conhecimento teórico e prático atendendo a solicitação da Direção.

 

02. Fundamentação teórica

A proposta de trabalho, parte do princípio de que o sujeito (aluno) seja autor de sua aprendizagem. Intervir nesse processo é usar mecanismos que contribuam para que o aprender do sujeito (aluno) da aprendizagem possibilite em ação dialética e dialógica, a transformação da realidade bem como a transformação de si mesmo.

Dentro deste processo a relação mediadora é de aprendente e ensinante e vive versa.

Desta forma o aluno aprendente será levado a construir seu planejamento a fim de que viva um processo de mudança e possa avaliá-lo, tanto em relação ao que foi planejado, quanto ao que diz respeito a eficiência do mesmo no auxilio da superação de suas dificuldades, fazendo sentido para sua vida, integrando prazer e compromisso.

As teorias básicas do Projeto são:

 a) A teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural-TMCE  e Experiência de Aprendizagem Mediada – EAM, ambas do Dr. Reuven Feuerstein cujo pensamento central é que todo ser humano e capaz de aprender, o que pode ser facilitado pela presença de Mediação Humana Intencional.

A teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural (MCE) é baseada em um sistema de crenças originado da necessidade vital de ver crianças desenvolvendo-se, apesar de todas as dificuldades e contra todos os prognósticos (sobreviventes do Holocausto) e posteriormente acompanhamento de jovens e adultos. A necessidade de oferecer a criança, a uma família, a um outro a possibilidade de desenvolver e alcançar seu máximo desenvolvimento e de se materializar como a imagem de Deus e o que move o autor.

O papel do sistema de crenças gerado pela necessidade de aderir a uma visão otimista do ser humano como uma entidade modificável é não menos importante no desenvolvimento de uma metodologia para criar a plataforma cientifica que apoie a crença.

 Pressupostos da Teoria da Modificabilidade Cognitiva e Estrutural  MCE:

O primeiro fator e a Concepção da ontogenia dupla do organismo humano: a ontogenia biológica e a ontologia sociocultural.

A ontogenia biológica consiste em perceber o ser humano como uma comunidade de células interagindo agitadamente.

A ontogenia sociocultural é responsável pela estrutura social, moral e comunicacional do ser humano. É essa parte do desenvolvimento que dá ao organismo a verdadeira natureza da entidade humana. Aqui a individualidade tem peso muito menor, ao passo que a cooperação coletiva e a nova interação cultural exercem papel preponderante na formação dos estados do ser humano.

A relação entre essas duas ontogenias é marcada por uma interação estressante contínua e é altamente conflituosa. A entidade biológica certamente impõe limites e os traz a tona, ao mesmo tempo em que a ontogenia sociocultural luta por libertar o ser humano desses limites, modificando e criando novos rumos da vida, apesar da imposição, mas contra tal imposição da realidade biológica, neurológica e cromossômica.

No diálogo entre a ontogenia sociocultural e a ontologia biológica, a primeira de fato tem a última palavra.

O segundo fator que acrescenta plausibilidade ao conceito de modificabilidade cognitiva e a definição modal do comportamento humano como um estado, e não como algo fixo e imutável. Alem disso, o comportamento modal seria considerado modificável, da mesma forma que os estados,, uma vez que está fortemente relacionado a certas condições que podem ser mudadas.

O terceiro fator que deveria ser considerado como uma grande fonte de apoio ao conceito de modificabilidade á a nova e dramática mudança na concepção neurocientífica do cérebro humano como um organismo altamente flexível e elástico.

A teoria da Experiência da Aprendizagem Mediada (EAM) definida como a qualidade de interação entre o organismo e o meio - produz-se pela interposição de um ser humano iniciado e intencionado, que medeia o mundo e o organismo, criando no indivíduo a propensão ou tendência a mudança pela interação direta com os estímulos. A EAM é a única que produz a flexibilidade, a autoplasticidade na experiência humana e, em última instancia, oferece-lhe a opção de modificabilidade (Feuerstein, 1997,p.153).

O esquema de Feuerstein resume-se desta forma S H O H R onde S = Estímulos H  = Mediador, O= Organismo, R= Ações do Organismo ou seja:

H significa a presença humana, um mediador que "encaminha" o individuo em sua interação com os objetos do conhecimento. Os estímulos do ambiente (letra S) chegam ao individuo (letra O) por duas formas: diretamente ou através do filtro do mediador (H) como mostram as setas. O mesmo acontece com as ações (letra R) do individuo que podem ser ações diretas junto ao ambiente ou canalizadas e mobilizadas pela ação do mediador.

 Critérios para que haja mediação (EAM):

1.Intencionalidade por parte do mediador e reciprocidade por parte do mediado: mediação de intencionalidade e reciprocidade.

2.Construção (incitada pelo mediador) de significados: mediação de significado

3.Transcendência da realidade concreta do “aqui e agora", para posterior aplicação da compreensão de um fenômeno aprendido em outras situações e contextos: mediação da transcendência.

Como braco direito da EAM  Feurstein criou o Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI). Ele consiste e um recurso para trabalhar com o individuo. Possui catorze instrumentos.

É um programa de intervenção para aumentar as habilidades cognitivas necessárias para o pensamento independente.

 Programa de Enriquecimento Instrumental – PEI  pretende:

Afiar o pensamento crítico com os conceitos, habilidades, estratégias, operações e atitudes necessárias para uma aprendizagem independente.

Diagnosticar e corrigir deficiências nas habilidades do pensamento. Ajudar indivíduos a aprender a aprender.

Envolver aplicação de regras, princípios ou estratégias em uma variedade de tarefas.

Reforçar as funções cognitivas  que permitem ao estudante ou profissional definir problemas sistematicamente, fazer conexões e ver relações, motivar-se, melhorar seus hábitos de estudo e trabalho,  desenvolver habilidades e resolver problemas. Os beneficiários do programa são indivíduos desorganizados ou desmotivados que precisam adquirir bons hábitos, novas estratégias e perspicácia.

O Mediador tem o papel de:

Apresentar tarefas, explicar as condições, preparar trabalhos independentes, explorar processos e estratégias, comentar dificuldades antecipadas nas tarefas, assim como deficiências cognitivas específicas em indivíduos, reforçar a aprendizagem e ajudar os estudantes a transpor os conceitos pra situações da vida em geral.

O Mediador recebe realimentação individualmente e em interação com o grupo e a contribuição do mediador na melhoria do seu desempenho.

 b) Teoria da Inteligências Múltiplas - TIM de Howard Gardner. Ela sustenta que as habilidades requerem algum tipo de inteligência, mas não necessariamente o mesmo tipo (Gardner 1996).

As inteligências: Lingüística, Lógico Matemática, Musical, Espacial, Corporal  Cinestésica, interpessoal, Intrapessoal, Pictórica e Naturalista nunca se encontram isoladas. Cada tarefa ou função envolve uma combinação de inteligências, sendo o principal desafio entender as diferenças nos perfis intelectuais dos alunos, formando uma idéia de como desenvolve-las no cotidiano.

 

03.Objetivos

Procurar favorecer a melhoria do desempenho acadêmico levando em consideração a parte cognitiva, afetiva e social do aluno.

Assessorar os professores e Direção de forma dialógica, buscando equilibrar a vida acadêmica do aluno com retorno positivo no presente e ao longo de suas vidas.

Somar esforços para atendimento da comunidade acadêmica, numa perspectiva de liberdade de consciência e livre exame dos caminhos a seguir com conhecimento e capacidade de decisão responsável.

Atender as necessidades do acadêmico tomando conhecimento de suas angústias, ouvindo suas dificuldades, valorizando de maneira individualizada sua  pessoa e propondo soluções de forma compartilhada.

 04. Desenvolvimento

Levantamento de alunos com desempenho acadêmico abaixo de sete para atendimento individual.

Acompanhamento de reunião de professores e de alunos representantes de classe para tomar conhecimento das necessidades de atenção.

Registro do atendimento oferecido em arquivo confidencial.

Mediação de intervenções psicopedagógicas buscando sempre as melhores propostas e visando qualidade e eficácia do processo Ensino Aprendizagem ao publico alvo de atenção.

05. Meta

Acompanhamento semanal de todos acadêmicos indicados para orientação construindo metas ao longo do processo.

 06.Recursos

A escola oferecerá espaço físico dentro de suas possibilidades, informações necessárias para conhecimento do acadêmico, material escolar e possibilidade de uso de computador e internet.

 07. Avaliação

As atividades serão registradas no momento do atendimento. O aluno deve saber que seus depoimentos serão guardados em sigilo, sendo levado a se auto  avaliar e receber explicações sempre que solicitadas.

Será enfatizado o acompanhamento acadêmico em suas diferentes disciplinas, relacionamento, comunicação oral e escrita, resolução de problemas, praticidade e rapidez na agilização  das orientações.

Os relatórios serão apresentados bimestralmente ou sempre que solicitados pela Direção.

Sempre que necessário serão feitos ajustes no desenvolvimento do Projeto

08.Cronograma para atendimento

Atendimento semanal às quartas feiras inicialmente no período manhã e noite durante o primeiro semestre de 2011.

 09. Referências

ARAUJO, Maria de, Aconselhamento em escola publica. Monografia de mestrado em Teologia. Faculdade de Teologia e Ciências Humanas da América Latina. - SP , 2001.

ARAUJO, Maria de, Projeto para estudantes com defasagem de aprendizagem. Monografia de Especialização em Psicopedagogia. IESDE - SP 2004 65 p.

ARAUJO, Maria de, Presença pública da igreja na escola - Capelania Evangélica em  Escola Pública. Dissertação para defesa do grau de doutoramento. Faculdade de Teologia e Ciências Humanas da América Latina. 2006, 180 pg.

CRISTIANO, Mauro Assis. Feuerstein e a Construção Mediada do Conhecimento/ Cristiano Mauro Assis Gomes - Porto Alegre: Artmed Editora, 2002. 298 p.

FONSECA, Vitor da - Aprender a Aprender: educabillidade cognitiva no seculo 21. SP: Editora Salesiana 2002.

FONSECA, Vitor da - Modificabilidade Cognitiva . SP; Editora Salesiana 2002.

                                               MARIA DE ARAUJO     annaisaura13@gmail.com