Projeto de intervenção pedagógica
Por Ana Paula de Andrade Oliveira | 05/07/2012 | EducaçãoANA PAULA DE ANDRADE OLIVEIRA
Professor Orientador: Roberto Anselmo
Professora Mediadora: Paula Fransinetti
INTRODUÇÃO
A proposta de Intervenção "AS PRÁTICAS DE HIGIENE NA DIVERSIDADE INFANTIL", será executada no período das atividades no campo de estágio a partir do dia sete de maio do ano corrente, na Escola Municipal Regina Coeli em Limoeiro-PE e objetiva dentre outras necessidades relevantes, a formação de cidadãos autônomos e participativos na sociedade e para a construção desses sujeitos é imprescindível a fomentação do desenvolvimento da autonomia nas crianças desde a pré-escola, na Educação Infantil, priorizando além das suas necessidades mais singulares a aquisição de hábitos saudáveis de higiene.
A presente proposta tem o intuito de viabilizar o desenvolvimento do conhecimento global do ser humano, a partir do conhecimento do seu corpo, ampliando conceitos de higiene e saúde, descobrindo que o indivíduo está presente em todas as comunidades, relacionando-se com outros seres e com todo o ambiente onde vive e identificando e analisando diferenças, conceitos, preconceitos, características, valores de toda uma sociedade ao qual ele está inserido. Todo o trabalho que será desenvolvido pelas crianças passa por conhecimentos de prática de hábitos de higiene, saúde, limpeza, preservação do meio ambiente, cuidados com o corpo e a interação da criança com sua comunidade escolar, familiar, enfim, a sociedade.
Este trabalho é uma proposta que possibilita e garante uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos de vida, que devem ser tratados com respeito devido à diversidade de hábitos de higiene existentes, provenientes da diversidade cultural das famílias, com culturas, costumes e hábitos diferentes. Ao propor uma educação para a saúde e para a higiene, de forma contextualizada e sistemática, todos os atores envolvidos nesta proposta contribuem de forma decisiva na formação de cidadãos capazes de atuarem em favor da melhoria da qualidade de saúde pessoal e da coletividade. Tratar de higiene e saúde é um grande desafio para a educação, no que tange à possibilidade de garantir uma aprendizagem efetiva e transformadora de atitudes e hábitos, sem que haja o desrespeito às diferenças dos outros em sua diversidade. No entanto, é preciso educar para a saúde, levando em consideração todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-dia da escola e de suas famílias.
Na educação infantil, a construção da consciência de uma cultura de respeito à diversidade deve ser permeada através das atividades mais corriqueiras do cotidiano escolar, em vias de propiciar a aquisição de uma formação de mentalidades e atitudes com respeito às diferenças. As crianças nessa fase escolar se encontram em crescente desenvolvimento, e fomentar práticas humanizadoras e transformadoras possibilita a formação de cidadãos críticos e autônomos. Nesse ínterim, trabalhar com o corpo em uma proposta de favorecer a aquisição de hábitos saudáveis de higiene, estabelece além de uma educação para a saúde possibilitando a formação de uma cultura beneficiadora do bem estar pessoal e coletivo. Em se tratando de educar para a higiene corporal, há uma intenção de se buscar uma prática participativa de modo que as orientações para as crianças sejam coerentes com a linguagem do próprio corpo, que por si só, fala e muito. A articulação de uma mediação pedagógica com uma visão panorâmica se torna imprescindível e fundamental, pois é preciso a facilitação por parte do aluno, do conhecimento científico a respeito do próprio corpo, sobre as condições de vida da população e sua importância de colocar em prática certos hábitos que contribuirão decisivamente no cuidado com o corpo. Nessa perspectiva o aluno ao se aperceber como protagonista para a prática destes hábitos e os mesmos o ajuda a viver melhor, sem dúvida alguma ele estará motivado a colocá-la em prática com regularidade.
O trabalho pedagógico realizado nesse âmbito requer uma articulação fundamental da mediação do professor e escola entre aluno-família, renovando e incentivando o interesse em se praticar corretamente os hábitos de higiene, norteando a orientação de que ser saudável é também estabelecer bons hábitos e compreender que o nosso corpo merece um carinho especial, e que esse tratamento nos traz benefícios. Trabalhar com o corpo também traz à tona que é preciso dar um destaque especial para as diferenças físicas entre as pessoas e para as razões da cor da pele, textura do cabelo, do formato do nariz e da boca.
Essas considerações podem subsidiar a conexão entre a diversidade existente, em especial no Brasil, denotando apropriações necessárias da constituição de hábitos de higiene independentes da raça ou cor. Uma clara evidência de que a nossa diversidade cultural não intervém de forma negativa na aquisição de bons hábitos de higiene pode ser atestada através do estudo internacional conduzido pelo Global Hygiene Council (conselho composto por especialistas em saúde e mantido pela empresa Reckitt Benckiser, da marca Dettol) disponível em: http://casasaudavel.com.br/2011/06/07/brasil-e-o-pais-que-mais-lava-as-maos-diz-estudodo-hygiene-council-em-12-paises/revela, que traz na reportagem: Brasil é o país onde mais se lavam as mãos, diz estudo do Hygiene Council em 12 países, onde o objetivo da investigação foi identificar os principais hábitos de higiene em diferentes culturas. Favorecer aprendizagens significativas na perspectiva de construir hábitos saudáveis de higiene é um dever da família, mas, sobretudo, da escola que tem um papel disciplinador eficiente se realizado de forma integrada. De acordo com o estudo apresentado os estudantes apresentaram os piores índices quanto aos hábitos de higiene pessoal. Essa é uma realidade que deve ser transformada, pois os hábitos de higiene precisam ser cultivados desde cedo.
Lavar as mãos após ir ao banheiro; escovar os dentes após as refeições são hábitos a serem desenvolvidos na escola. É fundamental também que os banheiros sejam limpos, que tenham elementos básicos de higiene como pia com água corrente, papel higiênico, cestos para lixo, sabonete, toalha. Cada criança deve ter escova de dente e pasta dental.
Temos algumas colocações acerca de saúde nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o qual traz uma abordagem sobre a higiene corporal como condição para uma vida saudável.
Sendo essa uma prática a ter início na infância, dando destaque a sua prática sistemática. Uma implicação de suma relevância concerne ao grande desafio de abordagem da higiene corporal, pois se deve levar em conta a realidade do aluno, mas não empobrecendo os conteúdos em condições adversas, contudo favorecendo a busca por soluções críticas e viáveis. Nessa prática o reconhecimento da realidade é condição fundamental de forma que, pesquisar, recolher e elaborar informações sobre os usos e costumes da comunidade, analisar e avaliar sua eficácia, é um caminho para articular conhecimentos, atitudes e possibilidades de ação.
Situações extremas de ausência de sanitários e água potável no domicílio não podem ser encaradas como fatores imobilizadores do processo de ensino e aprendizagem, nesse âmbito naturalmente, a educação não cumpre o papel de substituir as mudanças estruturais necessárias para a garantia da qualidade de vida e saúde, mas pode contribuir para a sua efetivação.
Outra associação que deve ser enfatizada é entre a higiene e a alimentação, o reconhecimento da possibilidade de contaminação de água e de alimentos por fezes, por produtos químicos e agrotóxicos, assim como a identificação de água, alimentos e objetos contaminados como fontes de doenças, são componentes de preparo do aluno para uma alimentação saudável. Essa construção deve permear uma conduta que produza o reconhecimento das doenças associadas à falta de higiene no trato com os alimentos dos quais, intoxicações, verminoses, diarreias e desidratação, assim como medidas simples de prevenção e tratamento.
A escola é um espaço coletivo capaz de propiciar o desenvolvimento de atitudes solidariedade e cooperação nas diversas ações do cotidiano e nas interações do convívio escolar, as práticas de colaboração na conservação da limpeza do ambiente pode ser um incentivo para que essas atitudes se estendam ao âmbito familiar e aos ambientes públicos, fazendo com que tal ação responsável se transforme em prática de vida. Essa responsabilidade pessoal pela proteção à saúde coletiva é construída a partir do reconhecimento da pertinência a grupos sociais com normas de convivência, costumes, valores e interesses compartidos, assim como o respeito e valorização das diferenças com outros grupos.
Sistematizar uma intervenção em prol da prática de hábitos de higiene saudáveis em uma sociedade tão diversa é permitir que a busca pela recuperação da saúde do aluno por meio de uma educação em saúde para a aquisição da higiene, vislumbre o trabalho de forma consciente complementando o saber popular da família e comunidade, com o saber oriundo do ensino e da aprendizagem escolares. Nesse contexto cria-se a experiência de identificar e atuar sobre as necessidades de saúde da comunidade, contribuindo na formação para o exercício da cidadania.