Profundidade
Por MARILENE CAPINAN SOUZA ROCHA | 12/12/2011 | PoesiasProfundidade
Dor é uma palavra profunda
A intensidade da dor é dominante
A gente não sabe o que dói mais
A dor ou a vontade de fazê-la parar
Ao menos por um instante
A dor é muito perversa, é dissimulada
Maltrata, às vezes, por nada
E, quando passa da conta
Mesmo assim ninguém a vê.
Ninguém vê como a dor faz doer
Inexplicável, a dor é essa coisa que dói no corpo, dói na alma
Diferentes dores como qualquer outra palavra
E como qualquer palavra de desconforto
A dor incomoda e implica
Ninguém sabe ao certo porquê
Ninguém sabe por que a dor vem
Ninguém a espera
Mas a dor quando chega a uma profundidade
Dissolve a harmonia do semblante
Se for vacilante ou estúpida
É também difícil prever se é fugaz
Mas a dor é sempre estúpida
Dissimulada e cirúrgica abre o coração, tira a paz
É um ácido letal, queima as células da imaginação
E leva-nos à inanição
Pela dor de perder um amor
Pela dor de perder a razão
Simplesmente pela dor