processo educativo: contribuição e benefício da dança na educação
Por jackeline menezes de sa | 17/11/2016 | EducaçãoJackeline Menezes de Sá[1]
Jaqueline dos Santos Soares[2]
RESUMO
Neste artigo terá como objetivo mostrar os benefícios e contribuições da dança na escola, os aspectos cognitivo, emocional, social e psicomotor, considerando o desenvolvimento no processo de aprendizagem da criança. A dança estimula na criança à criação de movimentos, a liberdade de expressão, a superação de suas limitações, descobrindo novos desafios aos aspectos motores, contribui para a formação da criança de forma social, no seu desempenho escolar, no seu comportamento, na qualidade de vida, na construção do conhecimento. A dança na educação integra os alunos, ajuda-os a olhar para o ser humano de maneira diferente, de maneira mais humana, ajuda-os a se expressar, a cooperar com os seus colegas. Através da dança a criança cria novos olhares, a criança passa a ser mais humana.
1 INTRODUÇÃO
A forma que a criança desde o seu nascimento interage e explora o mundo é através de seu próprio corpo, vemos a importância do corpo em todas as fases de expressar seus sentimentos, sua vontade, suas emoções.
O movimento tem um alto valor a partir do momento que a criança toma consciência de si, da sua capacidade e da e sua relação com outras pessoas.
A criança se descobre, descobre o outro, alfabetiza-se nas múltiplas linguagens do mundo e da sua cultura na riqueza das possibilidades da linguagem corporal, que revela um universo de experiência e conhecimento (ayoub 2001).
À medida que a criança passa a ter um controle mais consciente de seus movimentos, ela passa a atender mais as suas necessidades pessoais, sendo assim menos dependente, por isso a dança é muito importante para o desenvolvimento da criança, pois a ajuda a desenvolver seus movimentos, a se conhecer melhor, pois o ser humano não nasce pronto, ele precisa se experimentar para se aperfeiçoar a cada dia. O ser humano não pode cessar seu desenvolvimento, pois a cada dia podemos evoluir mais, estimular e aprofundar a experiência motora.
(Rosa Neto, Francisco pag. 11. ano 2002). Silva (2010) afirma que quanto mais um indivíduo é submetido à prática, maiores serão as possibilidades de obtenção de níveis elevados de qualidade em relação aos padrões motores.
A dança como fator educacional esclarece sua aplicação à medida que contribui no desenvolvimento social, intelectual, criativo e familiar.
O desenvolvimento da livre expressão corporal que é inserida dentro da dança educacional é favorecido através da tomada de consciência e controle corporal.
A dança é altamente significativa, pois utiliza todas as faculdades do ser humano em termos de movimento que acontece pelo fato que ao dançar o corpo entra em atividade, favorecendo, favorecendo a comunicação de pensamentos e emoção.
A dança ajuda no desenvolvimento das funções intelectuais da criança como: criatividade, raciocínio, curiosidade, senso-crítico, disciplina etc.
A dança contribui para a educação estética da criança e do jovem a influência sobre os sentimentos e emoções é também um aspecto complexo de se avaliar (Freire e Rolfe, 1999).
A dança na sua forma educativa pode ajudar na construção da disciplina, o despertamento da responsabilidade. A dança na educação desenvolve atividades lúdicas, criativas que são importantes para o desenvolvimento da criança. O dançar educativo ajuda o aprimoramento do conhecimento da criança, no desenvolvimento das habilidades de resolução de problemas e expressar a sua criatividade.
O trabalho de Dança, com crianças durante a segunda infância possibilidades de descobertas do próprio corpo, novos movimentos e limites do mesmo, além da melhora da coordenação motora, aspecto importante para o desenvolvimento corporal posterior. Sentir a ação do corpo ao realizar determinado movimento ou ação, é uma possibilidade que as crianças têm para uma autocorreção na repetição do mesmo movimento. “Isso significa que o esquema corporal não é uma questão de tudo ou nada, senão uma construção progressiva, na qual novos elementos vão sendo acrescentados como consequência da maturação e das aprendizagens que vão se realizando” (MATTOS; 2003).
2 METODOLOGIA
Esse estudo do tipo descritivo constitui em coletar dados acerca de um meio e dos diversos aspectos da vida de um modo formal e sistemático de desenvolvimento científico bem como conhecer as contribuições e benefícios da dança na educação através de pesquisas em sites. Que terão como base discussão de autores da área da educação e pesquisadores da ginástica, alguns autores que serão citados são: Freire, Mattos, Ayoub, Silva entre outros que falam dos benefícios da dança no processo de ensino aprendizagem.
3 REVISÃO E DISCUSSÃO DA LITERATURA
3.1 A dança e o desenvolvimento da criança
A dança no contexto escolar busca o desenvolvimento das suas capacidades tanto motoras como criativas, o corpo expressa suas emoções que podem ser compartilhadas com outras pessoas.
Por sua natureza, a dança está ligada às capacidades criativas e motoras do indivíduo. Composta pelas relações estabelecidas entre o dançarino, seu instrumento (corpo) e a sociedade, através de um processo que se desenvolve conscientemente a partir de elementos existentes ou descobertos (SOARES et. al., 1998).
Alguns julgam que, para ocorrer a aprendizagem, é preciso que o aluno esteja sempre sentado e quieto. Privilegiar a mente e relegar o corpo pode levar a uma aprendizagem empobrecida. É preciso ver o homem como ser total e único que quer aprender de forma dinâmica, prazerosa, envolvente (SCARPATO, 2001).
O uso da dança na escola favorece a criatividade, que contribui no processo de aprendizagem em outras disciplinas. O aluno começa a ter um senso-crítico e começa a se questionar e compreender o que se passa ao seu redor, torna-se mais espontâneo, começa a se conhecer melhor.
Através da dança o aluno aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a viver juntos, aprende a ser.
O dança educacional possibilita ao aluno fazer seus próprios movimentos. Contribui para o desenvolvimento emocional, físico e social do aluno.
A dança desenvolve estímulos como: o sentir os movimentos e seus benefícios para o corpo; ver os movimentos e transformá-los em atos; ouvir a música e dominar o seu ritmo; emoções e sentimentos transpostos na coreografia; raciocínio, ritmo, coordenação; esquema corporal, coordenação motora associada ao equilíbrio e flexibilidade.
(...) “a dança é um conteúdo fundamental a ser trabalhado na escola: com ela, podem-se levar os alunos a conhecerem a si próprios e/com os outros; a explorarem o mundo da emoção e da imaginação; a criarem; a explorarem novos sentidos, movimentos livres (...). Verifica-se assim, as infinitas possibilidades de trabalho do/ para o aluno com sua corporeidade por meio dessa atividade” (Pereira 2001).
3.1.1 A dança correlacionada à inteligência
"Ninguém nasce feito, ninguém nasce marcado para ser isso ou aquilo. Pelo contrário, nos tornamos isso ou aquilo. Somos programados, mas, para aprender. A nossa inteligência se inventa e se promove no exercício social de nosso corpo consciente. Se constrói. Não é um dado que, em nós, seja um a priori da nossa história individual e social." (Paulo Freire).
Trabalhar com a dança vai além de ensinar técnicas e gestos aos alunos. Trabalhar com a dança permite ensinar de maneira divertida todo potencial e expressão do corpo. Trabalhar com a dança é um ótimo recurso pedagógico para desenvolver uma linguagem diferente da fala e da escrita, e até mesmo aumentar a socialização da turma.
Hoje a dança tem um espaço muito maior que nas décadas anteriores, mas ainda pode melhorar muito. Muitos professores não trabalham com a dança, porque requer trabalho, dedicação, esforço etc. Pois tem que buscar conhecer as particularidades de cada aluno, saber as limitações etc. E também muitos enxergam a dança como espetáculo, ou só como forma de diversão, com isso esquecem suas diversas contribuições enquanto educação.
A dança foi relacionada à Educação Física, e foi incluída na formação dos professores. Com isso mostrou a necessidade de se aperfeiçoar a dança em suas diferentes manifestações.
Em 1997, foram publicados Parâmetros Curriculares Nacionais (PNC) que incluem, pela primeira vez na história do país, a dança em seu rol de disciplinas. Ainda de acordo com PCNs, os principais objetivos da dança seriam “valorizar diversas escolhas de interpretação e criação, em sala de aula e na sociedade, situar e compreender as relações entre corpo dança e sociedade e buscar informações sobre dança em livros e revistas e ou em conversas profissionais” (BRASIL, 1997).
A inclusão da dança nos PCNs visava encarar o ensino da dança como uma atividade educativa, recreativa e criativa, e também propiciar situações para a construção do conhecimento, independente de ser estar brincando. Pulando ou dançando. Teoricamente a proposta de inclusão da dança nos PCNs é bastante significante para a nossa atual visão de educação, porém é preciso ser reavaliada a prática dessa proposta, pois o que temos não é um recurso para o aprendizado, mas uma forma de descanso, de diversão e, até mesmo um recurso na falta de conteúdo programático.
Nessa perspectiva, hoje a dança é compreendida por muitos por seu valor em si, muito mais do que um passatempo, um divertimento ou um enfeite. A dança é tão importante quanto falar, cantar, brincar, inclui uma riqueza de movimentos que envolvem corpo, espírito, mente e emoções, que enriquece a aprendizagem.
3.2 Contribuições e benefícios da dança no processo escolar
A dança a cada dia vem sendo inserida na escola, visto que a dança no processo aprendizagem pode trazer muitas contribuições e benefícios.
Segundo VERDERI (2009) “a dança na escola deverá ter um papel fundamental como atividade pedagógica... e por meio dessas mesmas atividades reforçar a autoestima, a autoimagem, a autoconfiança e o autoconceito”.
Essa afirmação mostra que o papel da dança no processo educativo visa o desenvolvimento físico, emocional e social do aluno, tornando o aluno pensante, ajudando-o na sua autoestima, na confiança em si mesmo, de forma a contribuir para a sociedade. A dança ajuda a contribuir no desenvolvimento da autonomia do aluno.
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