Problemas de Aprendizagem e a Participação Escolar

A participação dos pais é um fator crucial para o desenvolvimento e crescimento pessoal do discente na vida escolar, fazendo da família o alicerce principal de sua formação. Por isso, os pais devem atuar em conjunto com a escola para que haja o crescimento pessoal do indivíduo, já que essas duas entidades serão responsáveis pelo preparativo de tal para a sociedade.

A família desempenha o papel dominante na mudança de comportamento dos filhos em meio à comunidade, pois é nela que as crianças obtêm os primeiros conhecimentos de mundo e adquire saberes para se adequar aos diferentes meios existentes. Contudo a família do século XXI está extremamente desmembrada, com isso os filhos são os principais prejudicados, afetando principalmente no processo de aprendizagem dos mesmos. Apesar do ambiente familiar por vezes não ser o modelo que a sociedade procura que são pai, mãe e filho, a família em que esse ser está inserido deverá ser a norteadora de seus passos para uma vida saudável em sociedade, mas para isso o corpo familiar deve ter plenos conhecimentos de seus deveres com seu ente, criando uma atmosfera harmônica propicia para um bom diálogo e relacionamento. Assim afirma Prado:

A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresentando até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja sendo observado. (PRADO, 2009, p.12, apud SILVEIRA, 2012, p11).

Essa instituição se apresenta de várias formas, com suas particularidades crenças, filosofias, etnias e com seus pontos positivos e negativos que irão contribuir na formação da personalidade de tal indivíduo. O papel da escola nesse processo de ensino não é o de educar e sim de contribuir para a formação de um indivíduo pensante, que saiba lidar com as situações de mundo, de modo que esse consiga trazer uma discussão acerca de situações que por vezes passam despercebidas aos olhos da sociedade.

Em seu art. 2° a LDB nos fala que a educação, é um dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

A família aparece antes do estado, o que vem mostrar que é justificado por lei o papel dos pais na participação da vida escolar dos filhos, a escola precisa de apoio para que consiga cumprir seu papel como entidade preparatória.

Segundo Salgado (2004), Por vários motivos (falta de tempo por ambos terem que trabalhar), os pais colocam seu filho cada vez mais cedo na escola e delegam seu papel de primeiro educador à escola.

Sem o apoio da família os alunos tendem a ficar agressivos e apresentar problemas e déficit de aprendizagem, pois somente os docentes não são capazes de reverter os problemas apresentados por essas crianças, que geralmente apresentam tais impasses desde muito cedo, mas que só serão notados com o passar do tempo e a convivência com esses indivíduos.

Essas crianças apresentam certo incômodo em realizar tarefas cotidianas em sala de aula, e vendo os colegas cumprirem com sucesso, sente-se frustrados e incapazes, gerando um sentimento de exclusão dentro de si.

Ainda pode-se considerar também que muitos daqueles alunos os quais são diagnosticados pela escola como possuidores de dificuldade de aprendizagem são erroneamente classificados como tendo baixa inteligência, o que pode gerar o agravamento do problema (SMITH; STRICK, 2001.apud REBELO,2010).

O erro mais recorrente do corpo docente escolar é a rotulação dessas crianças como incapazes, sendo que elas na verdade estão precisando somente de um pouco mais de atenção, dessa forma professores acabam afastando os alunos gradativamente do processo de ensino-aprendizagem, e ao mesmo tempo torna-se um mero repetidor, se distanciando das práticas pedagógicas e deixando seu aluno de lado, gerando no mesmo um sentimento de inépcia, fazendo com que ele não sinta-se atraído pelos estudos.

Professores devem ser no âmbito escolar os principais agentes de transformação dessas crianças, pois é neste profissional que é depositada toda sua confiança, já que depois da família os professores são a principal influência na vida dessas pessoas. Por isso o ambiente escolar deve ser em sua plenitude, auspicioso para que o aluno consiga expor seus conhecimentos e também suas dúvidas, e conquiste uma boa interação com os demais, tanto na escola quanto com a família.

Apesar de não ser um processo fácil, os pais e docentes devem estar sempre atentos aos pequenos sinais que as crianças apresentam quando tem problemas de aprendizagem, a família deve atentar para o modo em que seus filhos se comportam ao falar de escola, pois só assim vão conseguir descobrir se os mesmos estão indo bem ou se não estão conseguindo acompanhar as aulas ao ritmo dos colegas de turma .Outro fato importante é a formação de professores que é insuficiente em termos de prática para estas situações ,ou seja um professor novato não conseguirá de primeira detectar tais déficits.

Segundo a coordenadora-geral de formação de professores do Ministério da Educação (MEC), Helena Costa de Freitas, a formação pedagógica dos professores no Brasil não é suficiente e existe uma falha grande na conciliação entre teoria e prática. Além disso, a abordagem de outras áreas do conhecimento aparece pouco nos currículos dos cursos de formação de professores. “Ainda é tudo muito segmentado dentro das universidades. A formação é muito teórica e as teorias não ajudam a compreender a realidade dentro da sala de aula”.

O ambiente em que a escola está inserida, ou seja, a comunidade em geral ,também é um fator relevante com relação ao aprendizado dos discente, pois o professor as vezes pode ser preparado, mas se um aluno está introduzido em uma atmosfera  que não propicie a este se concentrar nos estudos, em que haja a criminalidade por perto, a violência até mesmo dentro de casa, este ser não irá ter concentração necessária para uma vida escolar bem sucedida.

Família e escola são o suporte central de todo e qualquer indivíduo, portanto devem sempre estar unidos para formar um cidadão de bem, apesar dos pais em sua maioria serem ausentes nesse aspecto, eles devem ter o pleno conhecimento de suas obrigações com sua prole, e os professores irão ser os segundos tutores , pois somente com a junção das duas forças conseguirão obter  bons resultados, pois a responsabilidade de aprender não é somente do aluno e sim de todos envolvidos na educação.

Somente com a compreensão primeiramente no contexto familiar e depois pela escola, essa atribulação na aprendizagem se amenizará, os pais devem agir com afetividade e não com rigidez, já que o indivíduo ainda está no processo de formação, e isso acarretará grandes mudanças em seu psicológico.

Educar não é um processo fácil nem para os pais nem para a escola que irá conduzir os estudos das crianças, mas para que se obtenha sucesso nessa longa trajetória é preciso bastante compromisso e compreensão de ambas as partes interessadas, pois o processo de ensino vai além de por o filho na escola, ele agrega vários deveres a serem cumpridos. De acordo com Linhares

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