PROBLEMA NO MEIO ACADÊMICO: PLÁGIO

Por Marília Aguiar Jardim de Amorim | 24/10/2009 | Educação

Marília Aguiar. J. de Amorim1

1 Acadêmica de Educação Física da PUC-Go

Monografia I / Educação Física

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Resumo: O artigo tem como objetivo explicar o que o plágio para alguns autores, os motivos mais comuns para se levar ao plágio, os problemas da educação brasileira, a facilidade das informações, e as punições que muitas vezes não acontece com um aluno descoberto em um plágio. Além dos prejuízos sofridos pelos alunos que se utiliza de idéias e palavras de terceiros, como sendo suas. O plágio precisa ser tratado como um problema nas escolas e universidades e precisa ser resolvido o mais rápido possível.

Palavras Chave: Plágio. Educação. Universidade.

INTRODUÇÃO

A palavra plágio vem do latim plagiu, plágios, oblíquo, indirecto, astucioso, copia fraudulenta do trabalho de outrem que um autor apresenta como sua. Plagiar assinar como seu, imitar literalmente. Essas definições de plágio foram encontradas no Dicionário Aurélio, e o plágio é a copia, fiel ou não de uma obra que foi escrita por outra pessoa, é roubo e deve existir punição severa, mas não é o que acontece na realidade brasileira.

Existe um aumento significativo de alunos pegos em plágio, apesar das adversidades alguns professores estão atentos para os trabalhos feitos pelos alunos e a sua autenticidade, mas também existem professores que não estão tendo o mínimo esforço para a descoberta do plágio, e caso o mesmo seja descoberto o aluno se quer tem punição.

Pretendemos com esse artigo mostrar as classificações de plágio e os motivos mais comuns para os mesmos serem feitos, e como é o plágio nas diferentes culturas.

AS FORMAS DE PLÁGIO E SEU DESENVOLVIMENTO

O plágio é uma copia que uma pessoa ou grupo de pessoas fazem dos mais variados temas e assuntos, segundo Vasconcelos (2007, p.4):

O plágio se caracteriza pela apropriação de idéias ou palavras de outrem sem o devido crédito, mesmo que acidental. Segundo a universidade, "o plágio é considerado uma prática muito séria na educação superior no Reino Unido. Mesmo que uma pequena seção de seu trabalho contenha plágio, é possível que a nota zero seja atribuída a ele... Em casos mais extremos, você pode ser expulso da universidade".

Para Romancini (2007):

O plágio caracteriza-se como uma falsa atribuição de autoria, uma apropriação indevida de trabalho de um autor por outro indivíduo (o plagiário). Em outras palavras, trata-se da cópia de idéias ou conteúdos de trabalhos de outra pessoa, que são utilizados como se fossem daquele que finge ser o autor legítimo dos mesmos. É interessante notar que a origem etimológica da palavra (do grego "plágios" ao latim "plagiu") carrega acepções que ilustram o conceito: "oblíquo", "dissimulado","trapaceiro".

 

O plágio tem acontecido com muita freqüência, no meio acadêmico (e acaba sendo mais comum ainda, em lugares não formais), um dos motivos para tantos casos de plágio é a pesquisa em internet e as facilidades digitais ao alcance dos alunos, pois na maioria das vezes a busca e a pesquisa são feitas nos sites, que não tem as informações suficientes para do trabalho feito pelo aluno, e a causa para o plágio pode ser dar principalmente por dois motivos, a falta de referencial bibliográfico nos artigos encontrados pelos alunos na internet, ou a facilidade de se copiar um material como sendo seu e não ser descoberto, por existir uma grande quantidade de material falando sobre os mais variados temas, e fica quase impossível descobrir o plágio. Muitas vezes os professores não estão preparados para a descoberta da copia, e o plágio acabada passando em branco e sendo repetido inúmera vez, ate quem sabe um dia ser descoberto mesmo depois da graduação. Para Vasconcelos (2007, p.4):

Na definição sobre o plágio, até mesmo algumas nuances foram abordadas: "a cópia pode ocorrer mesmo sem a reprodução exata das palavras do texto original. Este tipo de cópia é conhecido como paráfrase e pode ser o tipo de plágio mais difícil de ser detectado.".

Em alguns países existem punições para as pessoas que são "pegas" no plágio, podendo ser punições de cunho acadêmico ou até mesmo punições fora desse âmbito, dependo da gravidade e severidade do professor que descobriu o plágio, mas para tanto é necessário que o professor (citado como exemplo por ser o mais propicio a descobrir as fraudes), reúna as provas concretas da copia como exemplo o artigo ou trecho que foi copiado da internet (o mais rápido e simples de ser feito), o livro de onde foi feita a copia, entre outras inúmeras formas. E cabe ao autor verdadeiro do artigo ou texto ser informado para que o mesmo tome decisões além dos muros das universidades, pois o mercado de trabalho sofre muitos riscos em ter um farsante em seu meio. Mas o plágio não é obra exclusiva de estudantes de graduação, existem muitos casos de plágio em projetos de pesquisa, mestrado e doutorado.

Para Vasconcelos (2007) a questão do plágio é muito complexa, pois pode ser visto de diferentes formas nas mais variadas culturas como, por exemplo, na China as palavras são da sociedade e deve ser compartilhada com todos, não importando se as mesmas já foram usadas por outras pessoas, ou seja, as idéias e expressões não são única e exclusiva de uma pessoa, o que não acontece em países ocidentais, na maioria das vezes, as idéias expressões e palavras escritas pode e são possuídas por um individuo aquele que escreveu. Para Vasconcelos (2007, p.5):

Quando um autor escreve uma determinada seqüência de palavras ou frases expressando uma determinada idéia, esse autor, de fato, é dono de tais construções e idéias. Portanto, a utilização de tais palavras sem a devida atribuição ao autor se configura roubo.


 

Não existe justificativa para o plágio, mas que pode ser feito de forma involuntária pelos seus alunos/autores, segundo Romancini (2007) onde as idéias não são claras e os alunos acabam atribuindo para eles próprios a autoria da produção, e que esse tipo de situação acontece pelos problemas que a Educação Brasileira tem passado, como a falta de material (infra-estrutura), qualificação e capacitação de professor, e quando o aluno chega na Universidade acaba sendo cobrado, como se a produção cientifica fizesse parte do cotidiano dos alunos. A Universidade é o momento de aprendizado, onde o aluno obtém a preparação para o mundo do trabalho, é o momento de consertar os erros, por isso os professores universitários acabam assumindo funções que não seriam suas, como ensinar o aluno a escrever com fluência, a maneira correta de fazer citações, como fazer um referencial bibliográfico, entre outras coisas. Para algumas pessoas a leitura é o caminho para que se tenha uma boa escrita "quem lê muito escreve mal, e quem não lê não escreve".

Segundo Romancini (2007) o aluno é a pessoa mais prejudicada pelo plágio, ele acaba perdendo o direito de "aprender" de formas diferentes, e se utiliza de idéias que não concorda apenas as usa pela facilidade de não produzir seu próprio material, conhecimento cientifico. e para alguns professores o plágio é aceito como material e a nota(muitas vezes o principal motivo para sua produção ou copia) acaba sendo a mesma, pois mesmo sendo uma copia o aluno se esforçou para pesquisá-la e apenas ter o trabalho de mudar o nome e a instituição e depois fazer a impressão e entregar para o professor, e acaba tendo a mesma nota, ou até mesmo maior, do que o aluno que passou dias pesquisando material, depois horas organizando idéias, entre outras funções para a construção do seu trabalho.

Além da facilidade da internet ainda tem o agravante, a compra de trabalhos (artigos, pesquisas e até mesmo TCC's e Monografias), os valores variam conforme a necessidade do aluno, que apenas tem o trabalho de pagar, muitas vezes valores bem elevados. O trabalho mais comum de ser comprado no "mercado negro" dos trabalhos é a monografia ou em alguns lugares o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), existem sites especializados para a venda de trabalhos, que estão se tornando todas às vezes mais comuns, não sabemos a qualidade desse tipo de trabalho, e o plágio pode ser muito constante, a pessoa/aluno paga caro por trabalhos que podem não ser exclusivos. E cada dia essas quadrilhas se especializam mais, e acaba ficando mais difícil a descoberta desses trabalhos comprados no meio acadêmico.

E caso a fraude seja descoberta o alunos em algumas instituições recebe apenas uma advertência oral (casos de plágio e compra de trabalho), e o caso não passa para frente, ou seja, o aluno não recebe qualquer tipo de punição, não paga pelas conseqüências, mas em isolados os casos se o aluno for descoberto, o professor faz o aluno sofrer as conseqüências de sua irregularidade, tanto no âmbito acadêmico, como repetição da matéria ou ate mesmo em casos mais severos a expulsão do aluno da Universidade, quando o dono verdadeiro do plágio não processa por direitos autorais, entre outros processos cabíveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O plágio é um problema que deve ser enfrentado, e cada dia mais cedo os alunos estão praticando esse tipo de fraude, e nada, ou quase nada, acontece de punição, ou até mesmo alerta, mostrando que aqui no Ocidente é crime, mas que nesse caso a cadeia não é muito provável, é preciso penas mais severa, para intimidar as pessoas.

O plágio vai contra a ética e a moral, e o único perdedor dessa historia é o aluno, que não aprende nada, ou quase nada com esse tipo de atitude de trapaça. Sabemos das dificuldades da educação brasileira, mas a desonestidade não é aceita, existem limitações para a construção de qualquer trabalho científico, desde o mais simples, e os alunos são sim capazes de contribuir com o meio cientifico, apesar as adversidades, mas para desempenho de tal função é preciso que se sigam normas, e textos de outros autores pode servir de base para a construção do trabalho, o que não deve acontecer são copias dos textos e trabalhos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MORAES, Rodrigo. O Plágio na Pesquisa Acadêmica: a ploriferação da desonestidade intelectual. Revista Diálogos Possíveis, v.6, nº2, 2007, ISSN 1677-7603. Disponível em: <www.fsba.edu.br/dialogospossiveis/artigos/4/06.pdf>. Acesso em: 08/04/2009.

ROMANCINI, Richard. A praga do Plágio Acadêmico. Revista Científica da FAMEC, v.6, nº 06, 2007, ISSN-1677-4612. Disponível em: <http://richard.romancini.googlepages.com/pragaplagio> .Acesso em: 08/04/2009.

SILVA, Artur Stanford. Configurações Jurídicas do Plágio nos Gêneros Acadêmicos: âmbito administrativo e judiciário. In: 2º Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação: Multimodalidade e Ensino, 1º Edição, 2008. Anais Eletrônicos..., Pernambuco: UFPE, 2008. Disponível em: <http://www.ufpe.br/nehte/simposio2008/anais/Artur-Stanford-Silva.pdf>. Acesso em: 08/04/2009.

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VASCONCELOS,Sõnia M. R..O plágio na comunidade científica: questões culturais e lingüísticas. Ciência e Cultura [online]. v. 59, n. 3, 2007, p. 4-5, ISSN 0009-6725. Disponível em: < http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252007000300002&script=sci_arttext>.Acesso em: 08/04/2009.