Prevenção e uso da voz na infância

Por Audrei A. Motta | 30/11/2011 | Saúde

 

AUDREI A. MOTTA

PREVENÇÃO E USO DA VOZ NA INFÂNCIA   

REVISÃO BIBLIOGRÀFICA

PINHO, S.M.R; JARRUS, M.E.; TSUJI, D.H. Manual de saúde vocal infantil. Rio de Janeiro: revinter. 2004

A exigência do mundo moderno, o estimo a competição e o estresse que a criança vem sofrendo no seu dia – a – dia são causas importantes da grande incidência de distúrbios vocais na infância. A esses fatores acrescenta-se o mau uso ou abuso da voz durante muitas das atividades lúdicas realizadas com ela, as quais podem danificar os delicados tecidos da laringe e produzir distúrbios vocais sérios.

A fonação é função adaptada que necessita, para seu pleno desempenho, de outros órgão vitais do corpo como laringe, pulmões, nariz (sistema respiratório), faringe, boca e língua (sistema digestório).

A sobrecarga ou desequilíbrio nos mecanismos da fonação podem gerar distúrbios vocais variados, conhecidos como disfonia. As alterações orgânica decorrentes desta sobrecarga, frequentemente observados na população infantil, podemos destacar a formação de nódulos vocais (nodulações semelhantes a calos), pólipos e cordites (inchaço ns pregas vocais) e cistos (vestígios de epitélio de revestimento como se fosse pedacinhos de pele no interior das pregas vocais ou glândulas entupidas).

A disfonia é sempre um sintoma de que aliado a este a criança pode apresentar outros problemas, agravantes do quadro, tais como bronquite, distúrbios alérgicos, hábitos de respiração predominantemente bucal, entre outros. Diante da disfonia é imprescindível que a avaliação otorrinolaringologista seja realizada antes de qualquer tipo de tratamento fonoaudiológico, idealmente por meio do exame de videolaringoestroboscopia ( filmagem das pregas vocais com equipamento de luz especial para observação do comportamento vibratório das pregas vocais).

O perfil psicológico de cada criança também pode ocasionar problemas nas pregas vocais. A vos é considerada um reflexo da personalidade, as crianças agitadas, hiper ativas, ansiosas, explosivas, tímidas ou medrosas demais podem produzir padrões vocais tensos e, assim podem causar hiperfunção da musculatura laríngea, isso é facilmente observado em  crianças que falam com as veias do pescoço salientes. Muitas estratégias terapêuticas podem ser aplicada para tratar o paciente com alterações vocais e laríngeas decorrentes de uso inadequado da voz.

A tarefa, mas importante é identificar formas de abusos vocais e conscientizar a  criança dos feitos nocivos de tais abusos. A colaboração da família e dos educadores na eliminação e redução desses abusos, e aliados a modificação dos padrões vocais deficientes serão de grande ajuda para na aquisição e automatização da nova condição fonatória.

As formas de abusos vocais, mas comuns são;

Falta de hidratação no organismo, gritar ou falar com esforço, utilizar golpe de glote, falar forte ou com voz soprada, falar em ambientes seco e empoeirados ou de fumantes, praticar atividade físicas falando, rir alto ou chorar em excesso, discutir com freqüência, pratica de corais ou teatros infantis sem orientação vocal especializada, descuidar da alimentação saudável.

 

 

 Vallancien B. disfonia funcional da infância. In. LAUNAY, CL; BORIL- MAISSONNY, S. Distúrbios da linguagem, da fala e da voz na infância. 2ª ed. Trad. Maria Eugênia de Oliveira Viana. São Paulo: roca, 1989.

 

 

Disfonia funcional é um distúrbio de fonação que não apresenta alteração visível dos órgãos ao exame laringoscópico ou laringoestroloscópico. O distúrbio funcional se não tratado pode chegar a desordens orgânicas, a diferença entre uma e outra é me decorrência da reversibilidade do processo de estabelecimento.

Na infância os distúrbios funcionais terão tanto mais razões para se desenvolver, visto que os crescimentos dos órgãos provocam seu remanejamento perpétuo. O ajuste da fala pulmonar com o órgão emissor e a dimensão dos ressoadores encontram-se inadequado. A harmonia entre pulmão, glote e ressoadores estabelecem antes de tudo o bom equilíbrio vocal.

A disfonia poderá prolongar-se durante anos se não for corrigida por uma redução apropriada que, isoladamente, permite obter sucesso completo muito depressa.

Esta reeducação sempre deve começar por uma readaptação correta da respiração, que é seu elemento essencial, este de ser principalmente uma respiração costo- abdominal, que será associada a fonação, restabelecendo por meio de exercícios vocais apropriados e progressivos ( pequenos exercícios cantados, cantigas, frases curtas, conversações e jogos) a coordenação dos diferentes órgãos.

A prevenção dos distúrbios de vos em crianças seria possível se todos os indivíduos que estivessem em contado com ela, estivessem advertidos da fragilidade da laringe da criança e da necessidade de poupa-la, esforçando-se para criar condições pra seu desenvolvimento. 

 

 

Alavarsi, E. Sacoloski, M. Guerra, G. disfonia infantil. In ALAVARSI, E. SACALOSKI, M. GUERRA, G. Fonoaudiologia na escola. São Paulo: louise, 2000. p. 139. 149. 

 

 

A incidência de problemas vocais em crianças tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos em razão das pressões do mundo moderno, da competitividade excessiva, e das maiores expectativas quanto ao rendimento escolar, que ocasionam o aumento da tensão, podendo levar ao mau ou abuso da voz.

A causa da disfonia infantil pode ser decorrente de fatores:

Orgânicos: independem do uso inadequado da voz, mas de alterações nas estruturas responsáveis pela sua produção.

Funcionais: as disfonias decorrentes do mau uso ou abuso vocal, esforço violento e repetitivo da voz.

Existem fatores que podem desencadear a disfonia infantil, entre eles temos: distúrbios emocionais, ambientais (ambientes ruidoso, competição sonora), processos infecciosos constantes da vias aéras superiores, prática de esporte que associam atividades físicas com a voz (judô, karatê).

A terapia fonoudiólogia deve ser adequada com idade da criança disfônica. Deve-se orientar a família, o professor e a criança pra que a reabilitação vocal tenha mas êxito.

 

O melhor caminho é a prevenção, deve-se evitar o abuso vocal e situações que o provoquem impedindo o desenvolvimento da disfonia ou afonia.