Preocupação
Por Apolinario Albuquerque | 30/06/2010 | CrônicasContextualizando
A sociedade em que vivemos apresenta-se complexa e voltada a um comportamento regido fortemente por uma ideologia monetarística ? o que equivale dizer que as instituições não estão voltadas para o bem estar do povo em geral e muito menos preocupadas com sua educação ou seu comportamento ? o que lhes conduz e anima suas ações é unicamente o lucro ? este buscado a qualquer preço e forma.
Os grandes conglomerados não agem em função de produzir bem estar, justiça, paz e harmonia, ou menos ainda satisfação de pessoas de modo geral ? seu fim é volvado a carrear para o acionista ? o maior ganho possível em um dado período, e para tal objetivo ? não exitam em manipular a opinião das pessoas ou causar polêmicas e disseções contanto que a atenção seja mantida nessa ou naquela marca e produto. Daí os Reality Shows, os debates, e aqueles que acompanham o dia a dia da polícia.
A mídia brasileira ? e internacional ? assim age e vai ainda por muito tempo continuar agindo assim, porque interessa ao acionista, apenas o resultado no final de cada período de apuração. A mídia não defende lei, não busca defender valores éticos e morais ? usa a ignorância e a conformidade do povo, para manter-se na crista da onda ? criando polêmicas e fazendo com que o comportamento do cidadão seja o de comentar e "viver" as razões por eles defendidos ? para o que competem entre si, numa verdadeira guerra para ganhar mais clientes e mais anunciantes. Isso é fato.
Comentário
Hoje mesmo, como exemplo ? O Jornal "O Globo" traz uma nota ? na primeira página sob o título: Tal pai, tal filho.
O filho do presidente Lula, Luiz Cláudio da Silva, causou polêmica com um comentário no Twiter, no qual disse que o Monterey, do Mexico, jogará contra "um monte de gay", referindo-se ao time do São Paulo. Há dez anos, Lula chamou Pelotas de "polo de exportação de veados".
Na página 13 o jornal comenta:
São Paulo. Auxiliar de preparação física do Corínthians, Luiz Carlos Cláudio da Silva, o Lulinha, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, causou polêmica ontem ao postar uma piada preconceituosa em seu microblog no Twiter.
O jornal não está interessado no comentário, por eles taxados de "preconceituoso" ou por ofensa a "A" ou a "B", está muito menos voltado a passar uma informação: O foco é primeiramente causar polêmica ? depois atingir a figura do presidente da republica através do seu filho. Está muito menos interessado em tentar passar lição de educação comportamental aos seus leitores. Isso é fato.
Portanto, quem alardeia o fato de modo preconceituoso e visando interesses ocultos, não tem embasamento moral para discutir o que deve ou pode ser preconceito, sem escorregar nos seus próprios vícios e nos seus objetivos de manipulação para fins de lucros. Razão porque fico com pé atrás quando vejo esses órgãos se utilizarem da palavra - preconceito.
É claro que existe preconceito no Brasil, como de resto em todo mundo ? até lei punitiva nós temos ? o que efetivamente não temos é o hábito de obedecer às leis e isso é muito mais grave do que parece ? porque desestabiliza a ordem social, e pior ainda ? em favor daqueles que manipulam a opinião pública. É claro que não é agradável a ninguém sofrer discriminação por preconceito ? pois fere seu íntimo, pela falta de respeito a pessoa humana, como de resto deveria ser corrente em todas as camadas ? sem o envolvimento de interesses financeiros envolvidos.
Segundo o dicionário eletrônico Hauais temos os seguintes usos da palavra:
Preconceito
1 qualquer opinião ou sentimento, quer favorável quer desfavorável, concebido sem exame crítico - 1.1 ideia, opinião ou sentimento desfavorável formado a priori, sem maior conhecimento, ponderação ou razão - 2 atitude, sentimento ou parecer insensato, esp. de natureza hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância - 3 conjunto de tais atitudes - 4 qualquer atitude étnica que preencha uma função irracional específica, para seu portador -
Não há dificuldade no entendimento geral da palavra ? apenas transcrevi para melhor compreensão daquilo do que falamos. Chamo a atenção apenas para o seguinte: Note que a primeira definição termina com "sem exame crítico" - a segunda referenda a primeira: "assumido em consequência da generalização apressada..." a quarta menciona: "... em função de uma função irracional..." . Ora pois, então não temos na definição de preconceito qualquer impedimento a expressão de opiniões à aquilo que tenhamos realizado exame criterioso e crítico ? como também preconceito são apenas as generalizações apressadas e não fundamentadas ? e ainda não estamos falando de opiniões que tenham sido realizadas de modo racional, crítico e de modo racional.
Por isso não estou impedido de fazer meus comentários sobre aquilo que acredito estar ferindo e desarmonizando de alguma forma a sociedade como um todo ? onde estou inserido e me resguardo o direito de opinar e agir, de modo contrário ? segundo minha consciência e vontade ? sem qualquer determinismos veiculados por qualquer mídia ou opiniões pouco abalizadas.
Ainda mais quando ? o uso da palavra está sendo generalizadamente sendo usado para fins outros que não o crescimento da sociedade ou para sua educação, a proposito dessa generalização quero acrescentar a definição:
generalização
1 ato ou efeito de generalizar(-se) - 2 vulgarização, difusão (de um uso, costume, método etc.) 3 ação de estender os resultados da observação de alguns casos ao conjunto dos casos possíveis - 4 afirmação, lei, princípio, proposição de caráter geral - 5 operação intelectual que reúne em uma classe geral, termo ou proposição, um conjunto de seres ou fenômenos semelhantes
Resulta pois em prejuízo intelectual e de ação o uso de uma palavra generalizada sem que a tenhamos analisado detidamente a sua aplicabilidade, sob pena de me ver tolhido na minha liberdade de expressão e na minha conduta. E pior ainda, me ver sendo dirigido como um cordeirinho às conveniências outras que não interessam à coletividade mais sim a uma minoria atuante. Vejamos pois ao que conduz assumir sem raciocínio, sem analise os usos generalizados e correntes de palavras que convém somente aos "donos da caverna".
omissão
ato ou efeito de omitir(-se) - 1 ato ou efeito de não mencionar (algo ou alguém), de deixar de dizer, escrever ou fazer (algo) - 2 ato ou efeito de deixar de lado, desprezar ou esquecer; preterição, esquecimento - 3 ato ou efeito de não fazer o que moral ou juridicamente se deveria fazer, e de que resulta, ou pode resultar, prejuízo para terceiros ou para a sociedade - 4 falta de ação; inércia, passividade - 5 falta de cuidado, de atenção; descuido, negligência - 6 o que foi omitido; lacuna, falta, lapso
Afinal de contas o que é buscado pela grande mídia é o comportamento exposto no item quatro acima "4 ? falta de ação; inércia, passividade" - já que uma sociedade omissa é mais facilmente manobrável e passível de se extrair lucros de modo mais barato e sem problemas maiores. Mas uma nação forte não se faz com cordeiros e menos ainda com gente que não pensa, ou se pensa o faz pela voz corrente, a voz dos acomodados.
Opinando
Eu por mim, não tenho nenhum preconceito ? convivo com todos igualmente ? deste que se mostrem pessoas normais ? sem estrelismos excessivos ? sem afetações publicas ? sem ranços ou comportamentos esdrúxulos que visem apenas desestabilizar a boa convivência ou que não se postem a agredir o meio social. Porque para estes tenho minhas ressalvas e minhas críticas sem qualquer pejo de estar ferindo susceptibilidades, como aliais, acredito deveriam se comportar todos que almejam viver numa sociedade ordeira e consciente.
Não posso concordar em monitorar o meu pensamento, o meu comportamento; a minha vida ser tolhida, por pessoas que se lixam para a sociedade e querem ser respeitados quando apenas se apressam em desrespeitar tudo e a todos, apenas vivem do seu espetáculo e a busca de polêmicas que lhes possam granjear atenção e dividendos, para aparecer. E claro com a conivência da grande mídia.
Onde estão aqueles milhões jovens que nos cursos noturnos buscam um lugar ao sol, não existem? Ou não significam nada para a sociedade, qual jornal ou TV se preocupou com sua luta, seus gestos e sua vida. Quantos país de família acordam as quatro da matina para construir e tocar a riqueza desta nação ? não valem nada ? não existem?? É o "bichinha" espetaculoso que merece ser ouvido, é a "lésbica" beijoqueira que se empenham em ganhar um espaço na mídia, em ter voz. São a estes que tenho de moldar minha conduta? Me poupem.
Não sou eu que o tenho de respeitar ? mas sim no contrário é que viceja a razão. E não devo sequer me preocupar em estar sendo justo ou injusto, por expressar minha opinião sobre o mau caratismo e seu comportamento anti-social, porque eles não se preocupam com nada disso. Como de resto não me preocupam as opções sexuais de quem quer que seja.
Preciso cuidar e manter minha saúde mental.
Apolinario de Araujo Albuquerque Rio de Janeiro, 31 de março de 2010.
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