Preguiça
Por Bruno Azevedo | 24/12/2010 | FilosofiaPorque devemos assumir o ato preguiçoso como algo nocivo, será por atender a um desejo da super-produção de uma demanda desta "sociedade capitalista"? Afinal de contas, vivemos em função do que produzimos, com intuito de atender interesses que muitas vezes são contrários ao benefício social, vide o exemplo da fabricação de armamentos, como tantos outros que pululam, ou será que faz parte da necessidade, tendo em vista nos dispormos e sujeitarmos a tais práticas, remetendo a certo consenso?
Em relação ao aspecto da preguiça, sendo atribuída a algo degenerativo, por ser exercida em demasia, diversos outros exemplos se enquadrariam, não devendo criar uma perspectiva nefasta sobre o preguiçoso, com parâmetros tão frágeis, nem apelar a sentidos que caem na esparrela de algo metafísico, como alguns dizem que até o deus cristão descansou no sétimo dia de sua criação, pois seria um descansar por consequência da fadiga.
Entenda-se a preguiça como um descansar, por um desejo de prostar-se diante das atividades, não por exaustão, mas por desejo em ócio, exercendo o direito de não fazer, sem o rigorismo das imposições de labuta, apenas pelo desejo em relação a si, conforme uma vez Nietzsche expôs, o tempo dedicado a si, comprometimento consigo.
Deste forma, tomo a preguiça como benesse da liberdade individual exercida, ou outro nome que queiram utilizar para designar tal ato, onde o ócio torna-se execução da vontade em desprender-se deste fardo denominado "tripalium".