Pregos Enferrujados

Por Flaviana Paula Mota | 23/01/2011 | Crescimento

Princípio sem estratégias. Nada fora planejado, absolutamente um mero acaso juntou o momento e me transportou para perto da aproximação. Eu fui de encontro á tudo que o sonho permitia, eu desejei o instante mais ousado e impróprio, eu pude sentir o desenrolar da situação, eu não queria abrir os olhos...
E aqui me encontro, contestando á minha realidade, esgueirando aos pontos mais obscenos e criativos. Tentando imaginar as desculpas que seriam capazes de reverter o que meu coração insiste em repetir, insiste em sussurrar aos meus ouvidos... o quanto o sentimento é feroz diante da gentileza das minhas emoções humanas.
Vontade gritante de ameaçar o amor, de encará-lo e interrogá-lo o motivo insano de me prender á tua imagem. Ato sonhado em empurrá-lo do mais alto prédio para enfim matar o que está me matando aos poucos.
Podia eu vivenciar isso mesmo?
Olhos vermelhos de perturbação nada sadia. Coração acelerado de sentimento humano, fraco, apodrecido, incrédulo. Mãos á espera de um convite ousado. Mente á procura da ética que se esconde atrás de publicidade equivocada.
Busca-me então. Rendo-me á tal frustração, já não posso mais viver com algo prendendo-me as iniciativas do amor.
Não quero mais amar...
Quero lata aqui no peito, quero pregos aqui na alma.
Necessito de tempo para fugir, sem olhar para trás.
Quero pregos em meus sorrisos. Sorrisos mal educados.
Enferruja-me o amor.