PREFERÊNCIA E USO DE HABITAT POR Trichomycterus reinhardtii (Siluriformes, Trichomycteridae) NO CORRÉGO DA SERRA, PARQUE MUNICIPAL DAS MANGABEIRAS
Por Dayanne Carolina Costa | 11/12/2013 | AmbientalCOSTA, Dayanne Carolina
GOMES, Nathalia de Fátima
NEIVA, Fernanda Lívia do Carmo de
OLIVEIRA, Marcelo Perdigão de[1]
RESUMO
No intuito de avaliar a relação entre o habitat físico e as variáveis ambientais com a preferência e uso de habitat pelo Trichomycterus reinhardtii, foi realizado um trabalho de campo em três pontos escolhidos aleatoriamente, no Córrego da Serra, localizado no Parque Municipal das Mangabeiras, Belo Horizonte - MG, para obtenção de parâmetros físico-químicos. Os peixes foram amostrados através de captura ativa com redes de mão. As amostragens foram realizadas no período de outubro a novembro de 2012, com um total de quatro coletas. Os resultados físico-químicos mostraram que o pH manteve nos três pontos um valor de 7.; o oxigênio dissolvido, no ponto 1 teve uma média de 5,9 mg/L, no ponto 2 de 6,3 mg/L e no ponto 3 de 5,0 mg/L; a média da temperatura no ponto 1 foi de 22,9°C, no ponto 2 de22,3°C e no ponto 3 de23,8°C; o fluxo da superfície variou no ponto 1 com média de 0,131 m/s, no ponto 2 de 0,064 m/s e no ponto 3 de 0,029; e o último parâmetro foi a profundidade com as seguintes médias, ponto 1 com39,5 cm, ponto 2 com28,4 cm e no ponto 3 com23,3 cm. Contudo, as diferenças físico-químicas encontradas entre os pontos, foram importantes para se perceber a ocorrência ou não, da espécie em estudo, mostrando que esses fatores podem ser limitantes para a escolha do habitat pela espécie.
PALAVRAS-CHAVE: Peixes de riacho, Parque Municipal das Mangabeiras, Trichomycterus, preferência de habitat, Córrego da Serra.
- 1. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA
Bagres da família Trichomycteridae compreendem aproximadamente 226 espécies (de Pinna e Wosiacki, 2003) de peixes de pequeno porte (Pinna, 1998) que, em geral, habitam pequenos riachos de cabeceira de pouca profundidade, com leitos compostos por seixos e cascalhos, fortes correntezas, águas claras e grande declividade do terreno (Arratia, 1983; Pinna de 1998). Atualmente distribuídos em oito subfamílias (de Pinna, 1998) na América do Sul (Abilhoa et al., 2008). A presença de barbilhões, lábios espessos, ampla fenda bucal, áreas dentígeras orais constituídas por dentículos viliformes permitem caracterizá-la como uma espécie de dieta variada, principalmente de origem animal.
As características físicas dos ambientes aquáticos, que incluem a mata ciliar, as características do canal, a diversidade de micro-habitats, a dinâmica das condições físico-químicas da água, a influência da sazonalidade, além do uso e ocupação do solo, são úteis para dizer quais fatores determinam os padrões de distribuição, abundância e dinâmicas populacionais das espécies de peixes de riacho (GORMAN & KARR, 1978).
Na maioria dos casos, são conhecidos quatros variáveis físicas como as mais relevantes: profundidade, velocidade da água, composição do substrato do leito e cobertura (HEGGENES, 1988; GREENBERG; STILES, 1993) que afetam a estrutura e dinâmica populacional de peixes em ambientes lóticos.
A topografia acidentada, com altitudes entre 1.000 e 1.400 metros, a presença de vegetação ciliar ainda preservada no entorno dos riachos, a alta velocidade das águas, baixas temperaturas, maior transparência da água, os elevados teores de O2 dissolvido e uma elevada diversidade de micro-habitats aquáticos fazem do Parque das Mangabeiras um local ideal para estudar as condições e recursos que determinam a ocorrência de Trichomycterus reinhardtii.
As variáveis (fluxo, pH, profundidade, temperatura e oxigênio) e abundância da espécie foram utilizadas para determinar a ocorrência Trichomycterus reinhardtii no Parque Municipal das Mangabeiras.
Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo principal discutir e avaliar a relação entre habitat físico, variáveis ambientais e as distribuições e abundâncias da espécie Trichomycterus reinhardtii ao longo da sub-bacia hidrográfica do Córrego da Serra, no Parque das Mangabeiras, município de Belo Horizonte.
- 2. OBJETIVOS
2.1Objetivo Geral
Avaliar a relação entre habitat físico, variáveis ambientais e as distribuições e abundâncias da espécie Trichomycterus reinhardtii ao longo da sub-bacia hidrográfica do Córrego da Serra, no Parque das Mangabeiras, município de Belo Horizonte.
2.2 Objetivos Específicos
- · Verificar os locais de ocorrência do peixe em estudo.
- · Analisar as características ambientais que incluem medidas quantitativas ou categóricas dos locais de coleta.
- · Investigar as diferenças de pH, temperatura, fluxo, oxigênio dissolvido, substrato, profundidade e turbidez nas amostras dos diferentes pontos de coleta.
- · Identificar e explicar como variáveis ambientais podem explicar a preferência de habitat da espécie em estudo.
- 3. LOCAL DE ESTUDO
Localizado na região centro-sul de Belo Horizonte, o Parque Municipal das Mangabeiras é a maior Unidade de Conservação gerida pela Prefeitura Municipal, com uma área de2.417.000 m². Sua rede de drenagem constitui a alta porção da bacia do Córrego da Serra, afluente da margem direita do Ribeirão Arrudas e subafluente do Rio das Velhas (figura 1).
Em termos geomorfológicos, o parque encontra-se na vertente norte da Serra do Curral – domínio do Quadrilátero Ferrífero.
O estudo será realizado na sub-bacia do Córrego da Serra, um dos poucos remanescentes de ambientes de riachos ainda preservadosem Belo Horizonte. Asub-bacia hidrográfica do Córrego da Serra praticamente coincide com os limites administrativos do Parque das Mangabeiras.
O córrego é cercado por mata ciliar, havendo diferenças entre os tipos de sedimentos encontrados na água. Há pontos com grande quantidade de material vindo de fora (alóctone), pontos com formação de cascalho ou minério, outros com presença de algas.
Observa-se também, diferenças nas tipologias presentes em localização longitudinal no córrego, como presença de pequenas quedas e corredeiras (riffle) e outros pontos com formação de “piscinas” (pool).
O córrego principal é formado por outros pequenos riachos e algumas nascentes. Na parte baixa parque, portaria Caraça, o córrego passa a ser canalizado. Ademais, há algumas trilhas no interior da vegetação que promovem, por vezes, considerável impacto nos recursos hídricos, com disposição de lixo e assoreamento.
Figura 1 – Parque das Mangabeiras: localização
Fonte: Bases Cartográficas da Prefeitura de Belo Horizonte
- 4. CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS DE COLETA
Para avaliar e relacionar a preferência e uso do habitat pela espécie em estudo foi definido ao longo do riacho três pontos, apresentados a seguir. As amostragens foram realizadas no período de outubro a novembro.
- Ponto 1 (Paredão): Coordenadas: 614054 X / 7794112 Y / 1020 Z. Local longe de trilhas, a uma altitude de1.020 m, cercado por mata ciliar acompanhado por rochas, seu fundo é composto por cascalho, minério e pouca matéria orgânica. Nesse ponto há uma pequena queda (aproximadamente90 cm) aumentando seu fluxo (Figura 2).
- Ponto 2 (Manilha): Coordenadas: 614559 X / 7794185 Y / 1040 Z. Localizado na altitude de1.040 m, ao lado de uma trilha, aonde suas águas vêm de um trecho canalizado, que passa sob a mesma, formando uma queda com aproximadamente61 cm, tendo menor incidência de mata ciliar e rochas. Seu fundo é composto de cascalho, minério e presença de matéria orgânica (Figura 3).
- Ponto 3 (Lago dos Sonhos): Coordenadas: 613936 X / 7794198 Y / 1013 Z. Localizado próximo à trilhas com altitude de1.013 m, cercada por vegetações rasteiras. Fundo com grande quantidade de matéria orgânica, algas e pouco cascalho. Sem a presença de quedas e fluxo lento (Figura 4 e 5).
Figura 2 – Ponto 1 (Paredão) Figura 3 – Ponto 2 (Manilha)
Foto: Fernanda Neiva Foto: Fernanda Neiva
Figura 4 – Lago dos Sonhos Figura 5 – Lago dos Sonhos
Foto: Fernanda Neiva Foto: Fernanda Neiva
- 5. PARÂMETROS UTILIZADOS
As caracterizações físico-químicas da água têm como objetivo identificar e quantificar os valores encontrados, associando seus efeitos à preferência e uso de habitat pelo Trichomycterus reinhardtii.
O entendimento das interações entre os elementos químicos envolve também os componentes bióticos (plantas, animais, decompositores) e abióticos (rochas, solo, atmosfera). Assim, o estudo em conjunto permite o entendimento do funcionamento dos ecossistemas, de seus problemas ambientais e a presença ou não da espécie em estudo.
Com isso, são apresentadas as definições e a importância de cada um dos parâmetros utilizados na pesquisa.
pH
O termo pH (potencial hidrogeniônico) é uma grandeza que varia de0 a14 e indica a intensidade da acidez (pH < 7,0), neutralidade (pH = 7,0) ou alcalinidade (pH > 7,0) de uma solução aquosa. É uma das ferramentas mais importantes e freqüentes utilizadas na análise da água. A influência direta do pH nos ecossistemas aquáticos é exercida por seus efeitos sobre a fisiologia das diversas espécies.
Oxigênio Dissolvido (OD)
O oxigênio dissolvido (OD) é um componente essencial para o metabolismo dos micro-organismos aeróbicos presentes em águas naturais, sendo indispensável para os seres vivos, especialmente os peixes, os quais geralmente não resistem a concentrações de OD na água inferiores a 4,0 mg/L (KEGLEY; ANDREWS, 1998, apud PARRON, 2011). Em temperatura ambiente, a água em contato com o ar fica geralmente saturada com oxigênio. Um decréscimo no OD da água superficial pode ocorrer quando a temperatura das águas se eleva ou quando ocorre eutrofização do corpo hídrico (CLESCERI et. al 1999, apud PARRON, 2011).
Turbidez
A turbidez é uma expressão da propriedade óptica que faz com que a luz seja espalhada e absorvida. A clareza de um corpo d água natural é um dos principais determinantes da sua condição e produtividade.
Fluxo da superfície
A velocidade da corrente, considerada como o fator ecológico de maior importância em ambientes lóticos, está relacionada com o tipo de substrato e o balanço de oxigênio, controlando a ocorrência e abundância das espécies (UIEDA, CASTRO, 1999). Averiguada através do tempo de deslocamento de um objeto flutuante.
Temperatura
A temperatura exerce maior influencia nas atividades biológicas e no crescimento. Influencia também nos tipos de organismos viventes no local, como: peixes, insetos, zooplâncton, fitoplâncton e outras espécies aquáticas, tendo cada espécie uma faixa de preferência de temperatura para se desenvolverem.
- 6. METODOLOGIA
O principal procedimento empregado para a realização do artigo foi um levantamento bibliográfico por meio da busca de revistas e livros científicos, visando embasar os aspectos teóricos e definir conceitos relacionados à preferência e uso de habitat por peixes de riacho, comportamento de peixes de riachos e métodos e análises que são realizadas para esse tipo de trabalho. Esse levantamento contribuiu para a sistematização, análise, construção e discussão sobre as técnicas a serem utilizadas. O método de estudo utilizado foi o estudo de caso e o método dedutivo, o qual mostrou a sistematização de dados qualitativos e quantitativos no assunto estudado.
As coletas foram feitas em três pontos de amostragem, realizadas semanalmente de outubro a novembro para obtenção de parâmetros físicos, químicos para serem relacionados à distribuição e abundância da espécie analisada: pH, temperatura, fluxo, oxigênio dissolvido, substrato, profundidade e turbidez.
As medições e análises feitas no local foram realizadas da seguinte forma:
- · Substrato: Através de análises visuais foram classificados nas seguintes categorias: pedra, cascalho, areia e matéria orgânica (folhas, galhos, etc.);
- · Profundidade: Foi medida a distancia do fundo até a superfície fazendo uma média da região mais rasa com a mais profunda (figura 6);
- · Fluxo da superfície: a velocidade da água foi medida através a utilização de um objeto flutuante de formato esférico (laranja) medindo-se o tempo que levou para percorrer uma distância de 1m (Figura 7 e 8);
- · pH: Foi coletada uma amostra em um recipiente e feita a análise através do papel indicador de pH (pH-Fix 0-14 MACHEREY-NAGEL);
- · Temperatura e quantidade de oxigênio dissolvido: Em uma pequena amostra da água, os parâmetros foram medidas através do oxímetro digital (Lutron DO-5519);
- ·Turbidez: A partir de análises visuais.
Os peixes foram amostrados através de técnica de captura ativa utilizando redes de mão (peneira e puçás) com esforço de coleta padronizado em 30 minutos por local de amostragem e com duas pessoas coletando (Figura 9). E os peixes coletados foram colocados em um recipiente para contagem, em seguida eram recolocados em seu ambiente.
Figura 6 – Profundidade Figura 7 – Fluxo da Superfície
Foto: Fernanda Neiva Foto: Fernanda Neiva
Figura 8 – Fluxo da Superfície Figura 9 – Coleta
Foto: Fernanda Neiva Foto: Fernanda Neiva
- 7. RESULTADOS
O presente trabalho foi realizado com quatro coletas, nas quais, encontraram-se os seguintes resultados (Tabela 1):
Número de Indivíduos (Figura 10):
7.1 23 de outubro: ponto 1 (4), ponto 2 (14), ponto 3 (0)
7.2 26 de outubro: ponto 1 (10), ponto 2 (21), ponto 3 (0)
7.3 30 de outubro: ponto 1 (2), ponto 2 (17), ponto 3 (0)
7.4 06 de novembro: ponto 1 (12), ponto 2 (11), ponto 3 (0)
Profundidade (Figura11):
7.5 23 de outubro: ponto 1 (41,5 cm), ponto 2 (34 cm), ponto 3 (26,5 cm)
7.6 26 de outubro: ponto 1 (36 cm), ponto 2 (30,5 cm), ponto 3 (18,5 cm)
7.7 30 de outubro: ponto 1 (38 cm), ponto 2 (27,5 cm), ponto 3 (24 cm)
7.8 06 de novembro: ponto 1 (42,5 cm), ponto 2 (21,5 cm), ponto 3 (24 cm)
Temperatura (Figura12):
7.9 23 de outubro: ponto 1 (22,9°C), ponto 2 (22,5°C), ponto 3 (24,5°C)
7.10 26 de outubro: ponto 1 (22,6°C), ponto 2 (23,1°C), ponto 3 (24,2°C)
7.11 30 de outubro: ponto 1 (23,2°C), ponto 2 (22°C), ponto 3 (24,7°C)
7.12 06 de novembro: ponto 1 (23,2°C), ponto 2 (21,6°C), ponto 3 (21,7°C)
Oxigênio Dissolvido (Figura 13):
7.13 23 de outubro: ponto 1 (6,1 mg/L), ponto 2 (6,2 mg/L), ponto 3 (4,9 mg/L)
7.14 26 de outubro: ponto 1 (7,1 mg/L), ponto 2 (6,2 mg/L), ponto 3 (6,3 mg/L)
7.15 30 de outubro: ponto 1 (5,1 mg/L), ponto 2 (6,1 mg/L), ponto 3 (3,6 mg/L)
7.16 06 de novembro: ponto 1 (5,1 mg/L), ponto 2 (6,0 mg/L), ponto 3 (5,5 mg/L)
Fluxo da Superfície (Figura14):
7.17 23 de outubro: ponto 1 (0,111 m/s), ponto 2 (0,053 m/s), ponto 3 (0,026 m/s)
7.18 26 de outubro: ponto 1 (0,125 m/s), ponto 2 (0,055 m/s), ponto 3 (0,028,m/s)
7.19 30 de outubro: ponto 1 (0,143 m/s), ponto 2 (0,059 m/s), ponto 3 (0,033 m/s)
7.20 06 de novembro: ponto 1(0,143 m/s), ponto 2(0,090 m/s), ponto 3 (0,023 m/s)
Tabela 1 – Dados da Coleta
23/10/2012 |
26/10/2012 |
30/10/2012 |
06/11/2012 |
|||||||||
Ponto1 |
Ponto2 |
Ponto3 |
Ponto1 |
Ponto2 |
Ponto3 |
Ponto1 |
Ponto2 |
Ponto3 |
Ponto1 |
Ponto2 |
Ponto3 |
|
Profundidade (cm) |
41,5 |
34 |
26,5 |
36 |
30,5 |
18,5 |
38 |
27,5 |
24 |
42,5 |
21,5 |
24 |
Fluxo da superfície (m/s) |
0, 111 |
0, 053 |
0, 026 |
0, 125 |
0, 055 |
0, 028 |
0, 143 |
0, 059 |
0, 033 |
0, 143 |
0, 090 |
0, 023 |
Indivíduos coletados |
4 |
14 |
0 |
10 |
21 |
0 |
2 |
17 |
0 |
12 |
11 |
0 |
Temperatura (°C) |
22,9 |
22,5 |
24,5 |
22,6 |
23,1 |
24,2 |
23,2 |
22 |
24,7 |
23,2 |
21,6 |
21,7 |
Oxigênio (mg/L) |
6,1 |
6,2 |
4,9 |
7,1 |
6,2 |
6,3 |
5,1 |
6,1 |
3,6 |
5,1 |
6 |
5,5 |
pH |
7 |
7 |
7 |
7 |
8 |
7 |
7 |
7 |
7 |
7 |
7 |
7 |
Figura 10 – Número de Indivíduos Figura 11 – Profundidade
Figura 12 – Temperatura Figura 13 – Oxigênio Dissolvido
Figura 14 – Fluxo da Superfície
- 8. CONCLUSÃO
Os pontos escolhidos aleatoriamente apresentaram diferenças físico-químicas entre eles, o que foi determinante para a ocorrência da espécie estudada, Trichomycterus reinhardtii.
O ponto que apresentou maior número de indivíduos capturados foi o ponto 2, no qual se apresentava uma menor quantidade de substrato, folhas ou pedras que servia como esconderijo para eles. Já no ponto1, amaior ocorrência desses abrigos foi limitante para a captura.
Nesses pontos observou-se a predominância da sua atividade no fundo, em meio a raízes, folhas e rochas e também em ambientes compostos por pequenas quedas d’água e correnteza.
Contudo no ponto 3, não houve a ocorrência da espécie estudada, nele alguns fatores eram diferentes em relação aos outros pontos. Existia maior quantidade de matéria orgânica, maior temperatura, menor taxa de oxigênio dissolvido, menor profundidade, sem presença de quedas, fluxo mais lento e existência de outras espécies de peixes não identificadas.
Com base nestas observações concluiu-se que as diferenças apresentadas podem ser apontadas como fatores limitantes para a escolha do habitat pela espécie, além da variação da temperatura que influenciou no oxigênio dissolvido na água. Quando a temperatura estava mais elevada, o OD ficava mais baixo e consequentemente, a ocorrência de peixes era menor.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[1] Graduandos do 4º período do curso de Ciências Biológicas, 2012, do Centro Universitário Newton Paiva.
Professor orientador: César Augusto Maximiano Estanislau
Professor co-orientador: Orion Boncompagni Junior