PRÉ-PROJETO

Por Maria Nilce S. Monteiro | 14/05/2011 | Educação

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE HUMANAS, EXATAS E LETRAS DE RONDÔNIA.






MARIA NILCE SOUZA MONTEIRO






VIOLÊNCIA ESCOLAR

















Porto Velho
2008

MARIA NILCE SOUZA MONTEIRO













VIOLÊNCIA ESCOLAR




Pré-projeto de Pesquisa elaborado como instrumento avaliativo para aprovação na disciplina Pesquisa em Educação Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e Letras de Rondônia.









Porto Velho
2008

SUMÁRIO





INTRODUÇÃO 4
1. TEMA 5
2. DELIMITAÇÃO DO TEMA 5
3. PROBLEMA DE PESQUISA: 5
4. DEFINIÇÃO DE TERMOS DO PROBLEMA 5
5. HIPÓTESES: 5
6. OBJETIVOS 5
6.1 Geral: 5
6.2 Específicos: 5
7. JUSTIFICATIVA 6
8. EMBASAMENTO TEÓRICO 6
8.1 Conceituando Agressividade 7
8.2 As brigas e a agressividade da criança 8
8.3 As normas e a civilidade 10
9. METODOLOGIA 11
10. CRONOGRAMA 11
REFERÊNCIAS 12




INTRODUÇÃO



Este trabalho tem a intenção de pesquisar a violência escolar, pois, não é raro encontrar crianças e adolescentes que tenham de uma maneira ou de outra passado por experiências traumatizantes durante esse período de suas vidas. Este assunto tem levado muitos especialistas na busca de soluções para conscientizar os agressores, bem como punir os seus infratores.
Ainda não é um problema resolvido, mas se luta para que isso venha acontecer. A pesquisa visa não somente a melhoria da vida pessoal do educando, mais a social e escolar, afim de que o mesmo torne-se uma pessoa sociável e critica.

















PRÉ-PROJETO

1. TEMA
Violência Escolar

2. DELIMITAÇÃO DO TEMA
Violência escolar nos alunos do Ensino Fundamental da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marcelo Cândia na cidade de Porto Velho.

3. PROBLEMA DE PESQUISA:
Quais os motivos que levam os alunos a cometerem violência na escola pública estadual?

4. DEFINIÇÃO DE TERMOS DO PROBLEMA
a) Motivos: são as causas que levam as crianças a maltratarem os seus colegas na escola.
b) Violência: é o ato sofrido ou causado por alguém dentro do ambiente escolar.
c) Escola pública: estabelecimento onde se ministra ensino coletivo em qualquer ramo do saber.

5. HIPÓTESES:
a) Os alunos da Escola Marcelo Cândia apresentam agressividade;
b) A agressividade é causada pela falta de atividades diferenciadas;
c) A Escola não tem um programa específico para lidar com o problema.

6. OBJETIVOS
6.1 Geral:
Identificar os problemas as causas que favorecem a violência escolar, bem como os seus agentes causadores.

6.2 Específicos:
? Incentivando crianças a recomporem a sua estrutura social e psicológica, afim de que as mesmas não repitam seu mau comportamento.
? Compreendendo a realidade do agressor, quanto a sua vida familiar, da vítima e das causas dessa violência.
? Oferecendo alternativas que colaborem para a mudança de comportamento do aluno.

7. JUSTIFICATIVA

As crianças estão entrando na escola cada vez mais cedo por diversos motivos e o principal deles é a mudança social que o mundo globalizado nos impõe. Esse ingresso precoce faz com que as crianças desenvolvam a fase do egocentrismo já no espaço escolar e os educadores precisam estar preparados para isso.
No entanto, o que se vê são profissionais cada vez mais despreparados. Será que os programas de capacitação oferecidos nas escolas nos últimos anos têm discutido a violência na escola como uma ação a ser combatida por meios pedagógicos?
E é justamente por levantar esse questionamento que este projeto justifica-se. A intenção é realizar uma pesquisa a partir do referindo tema presente na escola e que parece não ter sido alvo dos pesquisadores, uma vez que as questão da leitura e da escrita têm ganhado prioridade pelos acadêmicos.
Acredita-se ainda que as contribuições oferecidas com esse tipo de pesquisa são enormes para a sociedade em razão do crescente número de queixas por parte dos educadores quanto à mudança brusca de comportamento da clientela estudantil.
Infelizmente observa-se que a violência escolar é um problema cada vez mais presente no cotidiano. Por essa razão é necessário que se amplie as discussões nessa área a fim de que se possa encontrar as causas do problema e atacá-lo com o objetivo maior de resguardar a integridade física e mental de nossas crianças bem como a dos jovens. Dessa forma, teremos uma sociedade mais justa e saudável.

8. EMBASAMENTO TEÓRICO

A agressividade tem sido uma constante na escola e uma problemática para os educadores e para os familiares. Antes de fazer-mos pré julgamentos é necessário que compreendamos o que vem a ser agressividade e suas manifestações.
Sendo assim, abordam-se inicialmente o conceito de agressividade segundo alguns autores. Em seguida trata-se do tema "as brigas e a agressividade da criança", aonde (VINHA 2000 p 300) explica como os educadores devem lidar com a situação. Por fim, fala-se sobre "as normas e a civilidade" como uma forma de engessar o aluno, causando-lhe angústia e sofrimento.

8.1 Conceituando Agressividade

Não se pode falar de violência sem se pensar em agressividade, pois esse sentimento é indispensável para desencadear a ação da violência.
A agressividade como um sentimento natural, que faz parte dos sentimentos primários, como a alegria, a dor, a raiva, a curiosidade, o medo. Outros sentimentos requerem um nível de elaboração maior, como vergonha, a culpa, o remorso ou o ciúme. A agressividade em si não é boa nem ruim, é natural. A educação e a cultura devem ajudar a criança a dosá-la e canalizá-la para as coisas produtivas (LA TAILLE apud VINHA, 2000, p. 400).

Ao definir agressividade BEE (1986, p. 23) descreve dois tipos específicos: a instrumental e a hostil. "A instrumental é utilizada para conseguir algo, mas não resulta diretamente no sofrimento do outro. A agressão hostil tem como finalidade acometer diretamente uma segunda pessoa".
BEE explica que quando uma criança toma um brinquedo de outra, por exemplo, a intenção é conseguir o brinquedo e não agredir. Portanto é uma agressividade instrumental. No segundo caso, a criança provoca com intenção de atacar diretamente a outra criança.
JUSKA (1995, p. 44) define a agressividade como "um processo comportamental, no qual alguém ou grupo de indivíduos saem prejudicados, a partir de um ato praticado, por outro alguém ou por outro grupo de indivíduos.
A agressividade pode ser entendida ainda apenas como um sentimento normal e até mesmo saudável. A raiva é um sentimento que não deve ser sufocado, a criança precisa aprender a controlá-la. Vinha explica que se uma criança for trabalhada de modo a não externar sua raiva, poderá tornar-se um centro de grandes frustrações que mais cedo ou mais tarde explodirá.
Por fim, apresenta-se ainda um conceito apresentado por TRAIN (1997, p. 25). O autor diz haver uma forma mais delicada de agressividade que costuma ser rara, que é a "agressividade movida a raiva". O autor explica que "é um estado de mobilização emocional intenso em que a criança é altamente agressiva".
TRAIN exemplifica descrevendo que em um caso de birra, a criança agride violentamente as pessoas que estão por perto ou destrói os objetos ao seu redor. O autor explica que essa reações não são esporádicas, mas sim freqüentes. O que deve ser observado é a intensidade e a freqüência, pois são esses fatores que indicam o problema.
Ao falar da agressividade movida à raiva, (2000 p 85) afirma que essas crianças precisam muito da ajuda do professor e que este precisa estar preparado para lhe dar com esse tipo de manifestação, de modo a auxiliar o aluno evitando assim que este fique prejudicado.
Que a criança agressiva é frágil, insegura e vulnerável, possuindo um baixo nível de autoconfiança e de auto-estima, e que se defende agredindo violentamente, não conseguindo controlar-se, evitando tais reações; e quando isso ocorre, sente-se péssima, frustrada, infeliz, culpada, ferida em seu amor-próprio (VINHA 2000, p. 339).

Para piorar a situação, após esses eventos essa criança costuma ser rejeitada, e isso é tudo que ela não precisa. Vinha explica que esses casos não são muito freqüentes e que são extremamente difíceis de manejar, são necessários estudos aprofundados sobre suas origens, prevenção e formas adequadas do educador (re) agir.

8.2 As brigas e a agressividade da criança

Muitos podem ser os motivos que despertam a agressividade nas crianças. Os professores costumam reclamar que os alunos não respeitam as regras e não conseguem comportar-se adequadamente diante de uma visita recebida em sala de sala de aula. O primeiro passo é investigar as razões que as levam a tal comportamento.
Cada criança é única, e o ambiente em que interage também. Um aluno pode estar mais agressivo por um motivo, e então por causas completamente diferentes das do primeiro. É importante que o adulto procure se interessar em conhecer bem seu aluno, sua família, sua vida, para poder tomar decisões mais adequadas (VINHA 2000, p. 393).

Temos que entender que a reação é ocasionada por um conjunto de fatores, portanto nã é atacando uma causa que se resolve o problema, essa atitude apenas fará com que o mesmo seja revelado A autora responsabiliza também o professor, pois muitos de suas atitudes acabam por desencadear o sentimento de revolta dos alunos.
VINHA (2000, p. 395) explica que "A criança pequena ao entrar na escola esta aprendendo a socializar-se". Nessa fase de sua vida a criança vive um período de egocentricidade, ainda não sabe compartilhar, e por isso fica agressiva. Segundo a autora, as crianças pequenas são as que mais precisam da escola, elas não podem ser excluídas, por essa razão critica o conselho de alguns professores dado aos pais de crianças "problemas" para retirá-las da escola.
De acordo com TIBA (1996, p. 166) "as crianças precisam limites e têm de aprender a conviver. ?Se não passarem por isso em casa e se a escola não ajudar, a lei vai se incumbir disso".
A autora cita diversos momentos em que os professores adotam técnicas nada convencionais (castigos) justificando que determinado aluno só ouve ou aprende pela força. Para FABER & MAZLISH (1995) o castigo não é a melhor saída, eles explicam que a melhor forma de contornar a situação é fazer com que a criança descubra as conseqüências de suas atitudes, eles entendem que ao castigarmos as crianças:
Nós as desviamos da tarefa de encarar-se a si mesmas. Ha pessoas que dizem "Mas se agente não as castigar, estaremos deixando-as escaparem impunes". A verdade é justamente o contrário. Quando castigamos uma criança estaremos tornando as coisas demasiadamente fáceis para ela. Ela sente que recebeu a paga pelo "crime", e cumpriu a sentença. Agora, está em liberdade para repetir seu comportamento indesejável (FABER & MAZLISH, 1995, p. 199).

Apresentar as conseqüências de seus atos ás fará com que reflitam que suas atitudes atingem a outras pessoas que não estão envolvidas com seus objetivos, evitando assim a geração de mais agressividade. Quanto mais agressivos formos com as crianças, mais agressividade elas externarão.



8.3 As normas e a civilidade

A escola além de preocupar-se com o cognitivo, tem ainda a função de trabalhar as regras e os valores. Isso porque do funcionamento da aula e da instituição depende as finalidades da aprendizagem.
A ordem, o rigor, a limpeza, a propriedade, a fidelidade à palavra dada, a deferência à autoridade, o respeito ao outro, o cuidado tomado com as coisas, a paciência, a humildade, a capacidade de evitar à violência, o senso de cooperação ou de solidariedade, a capacidade de calar-se ou de assumir não caem do céu, mas de culturas familiares e de itinerários individuais muito diversos, de modo que alguns encontram na escola seu universo normativo familiar, enquanto outros ficam "sem rumo", privados de suas referencia habituais (PERRENOUD, 2000, p. 81).

Isso significa dizer que a escola impõe um padrão de comportamento onde todos devem compartilhar, quando um aluno comporta-se diferentemente é visto com maus olhos e suas atitudes são alvos de críticas, quando deveriam ser motivos de estudos e cuidados especiais.
Quando um aluno foge aos padrões significa que a metodologia deva ser adaptada de modo a atendê-lo. Essa é uma atitude muito difícil de ser tomada, uma vez que o próprio professor muitas vezes é algo da agressividade do aluno, porém o professor detém uma vantagem que o aluno não possui, tem a capacidade de avaliar e compreender que seu papel naquele momento lhe cobra uma ação profissional.
PERRENOUD (2000, p. 82) explica que é muito natural que "uma criança recuse-se a escutar e a aprender por causa de um professor que confisca seu brinquedo eletrônico ou zomba de suas ?terríveis balas de morango". O poder da conquista é só uma das armas das quais o professor possui para aproximar-se do aluno agressivo.
PERRENOUD (2000 p 69) explica que o descumprimento das normas muitas vezes são conseqüências da não aprendizagem dos alunos. Estes sentem-se inseguros diante dos desafios que precisam encarar e reagem agressivamente como forma de esconder seus fracassos. É nesse momento que o professor deve atuar pedagogicamente com as atividades diferenciadas de modo a atender as necessidades individuais dos alunos.

9. METODOLOGIA

O método utilizado na pesquisa será do tipo indutivo. Ou seja, parte-se da observação de fatos ou fenômenos para se chegar as causas que se desejam conhecer. A seguir, procura-se compará-los com a finalidade de descobrir as relações existentes entre eles. Por fim, procede-se à generalização, com base na relação verificada entre os fatos ou fenômenos.
O objetivo das ciências é uma descrição tão exata quanto possível dos fatos observados ou produzidos experimentalmente... Os fatos nunca existem a priori... Só tem sentido em relação ao um sistema de pensamento, em relação a uma teoria preexistente (COSTA, p. 05, 2001).

Esta pesquisa classifica-se ainda como explicativa por "buscar esclarecer que fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência" da violência na escola (COSTA, p. 62, 2001).
A pesquisa será desenvolvida na Escola Marcelo Cândia ? Subsede I, localizada no bairro Marcos Freire no município de Porto Velho.
Serão sujeitos da pesquisa professores (03) e alunos (09) do 3º ano do Ensino Fundamental.
Os dados serão coletados através de observação em campo e aplicação de entrevistas e questionários.
O trabalho de apresentação e análise dos resultados trará tabelas e gráficos, leitura e análise da pesquisa de campo à luz do referencial teórico e organização do resultado sob a forma de artigo.

10. CRONOGRAMA


2008
ATIVIDADES MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Levantamento bibliográfico X X
Elaboração do projeto X X
Apresentação do projeto X
Aprofundamento da revisão bibliográfica X X
Levantamento e análise dos dados X X
Tratamento dos dados X
Discussão dos resultados X
Revisão da pesquisa X
Entrega e apresentação do artigo X
REFERÊNCIAS

BEE, Ellen. O desenvolvimento dos relacionamentos sociais, in: A criança em desenvolvimento. São Paulo: Harbra, 1986.

FABER, A & MAZLISH, E. Pais liberados, filhos liberados. São Paulo: Ibrasa, 1985.

JUSKA, Alexandre. Agressividade: o professor precisa saber lidar com este tipo de conduta, in: Revista do Professor. Porto Alegre ? RS, nº 11 (41), jan/mar. 1995.

PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

TIBA, Içami. Disciplina: limite na medida certa. São Paulo: Geme 1996.

VINHA, Telma Pileggi. O educador e a moralidade e infantil: uma visão construtivista. Campinas ? SP: Mercado das Letras: São Paulo: Fapesp, 2000.