PRAZERES CORPORAIS: A VISÃO DO HOMEM MODERNO

Por luciana de Souza Carvalho | 02/05/2018 | Sociedade

PRAZERES CORPORAIS: A VISÃO DO HOMEM MODERNO

 

Luciana de Souza

 

Resumo: O corpo é responsável por todos os  movimentos feitos pelo homem, ele reage de forma diferente a cada estímulo. O objetivo deste trabalho é  compreender a visão do homem moderno sobre prazeres corporais, para tanto foi realizado uma metodologia de caráter etnográfico, em que foi entrevistadas seis pessoas. Os resultados obtidos neste trabalho são relevantes para os estudantes e professores interessados no assunto, pois, apresentam discussões que podem nortear investigações futuras.

Palavras-chaves: corpo; modernidade; prazer; experiências

Abstract: The body is responsible for all the movements made by man, he reacts differently to each stimulus. The objective of this work is to understand the modern man's view on bodily pleasures, for which a methodology of ethnographic character was carried out, in which six people were interviewed. The results obtained in this work are relevant for the students and professors interested in the subject, therefore, they present discussions that can guide future investigations.

Key-words: body; modernity; pleasure; experiences

 

1.  INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta a visão do homem moderno sobre os prazeres corporais. O corpo é a ferramenta mais importante do ser humano, sendo responsável por todos os seus movimentos. O corpo é a referência principal da identidade humana, é através do corpo que se define a beleza externa, observando a forma e o aspecto. Atualmente a beleza externa é caracterizada pela exibição do corpo perfeito,nas mídias utilizando como exemplo mulheres esteticamente belas, com corpos magros e bem definidos para estimular a sociedade ao consumo de variados produtos que proporcionam prazer ao corpo, entre eles se encontra a cerveja, comida e até o sexo. O consumo desses produtos traz várias consequências para quem tenta incansavelmente adquirir-los para suprir suas necessidades.

É através do corpo que o ser humano sente prazeres em todos os sentidos. Segundo Aristóteles há  três principais visões sobre o prazer (Ética Nicomaquéia, 1152b1-24):

(i) a visão de Espeusipo de que nenhum prazer é bom, nem em si mesmo, nem por acidente;

(ii) a opinião contida no diálogo Filebo de Platão (48a e ss) de que alguns prazeres são bons, mas a maioria é ruim;

(iii) e uma última opinião, também contida no diálogo Filebo de Platão (53c, 66 e ss) de que, mesmo se todos os prazeres fossem bons, o prazer não poderia ser o bem supremo.

 

A primeira visão deixa claro que todo prazer é momentâneo, o homem não pode julgar o que é prazeroso para si e fazer disto um meio para buscar a felicidade, uma vez que esses momentos prazerosos não duram. O homem deve seguir a razão e desfrutar do que é prazeroso, sem permitir que esse ato substitui as coisas essenciais para a sua felicidade plena.

A segunda visão aponta os prazeres bons, mas generaliza quase todos os prazeres como ruins, isso porque os prazeres não levam a felicidade plena, mas sim a satisfação imediata, causando dependência no homem.

A terceira visão coloca o prazer como complemento da felicidade, mas não como o bem supremo. Os prazeres fazem parte do cotidiano do homem, mas estes não podem ser essenciais, tornando o homem seu escravo, uma vez que os atos prazerosos não produzem uma satisfação prolongada e se torna um tédio se repeti-lo várias vezes, simplesmente por não ser essencial na vida do homem.

Popularmente o prazer é conhecido como algo satisfatório e agradável que as pessoas sentem ao realizar alguma atividade. Há diversos tipos de prazeres corporais: prazer físico (resulta na satisfação de condições ligadas aos órgãos dos sentidos), prazer psíquico ( resulta na satisfação gerada pelo  indivíduo ao recordar aquilo que foi divertido), prazer estético (resulta na apreciação do belo), prazer intelectual (manifestado através do desenvolvimento dos saberes), prazer lúdico (produzido com a prática de jogos), prazer emotivo (produzido pelo amor, pela amizade e os sentimentos afetivos) e prazer da contemplação (surge com a observação de algo que é bonito,espantoso).

Não há possibilidades do homem ser feliz sem sentir prazer, pois este é um complemento da felicidade. O indivíduo busca o prazer para fugir da tristeza e da dor, embora seja impossível, pois esses sentimentos  fazem parte da vida do ser humano. Não existe uma receita para que o indivíduo tenha apenas momentos alegres e agradáveis, pois o seu próprio cérebro manda estímulos para que o corpo reaja às situações vividas de maneiras diferentes, ora triste, ora alegre.

Ao praticar as atividades que proporcionam prazer o cérebro libera as seguintes substâncias: endorfinas, dopamina, serotoninas e oxitocinas, que são responsáveis pela felicidade do ser humano, assim seu corpo reage de forma diferente dependendo da atividades realizada. Os atos que proporcionam prazer quando feitos em excesso, se tornam entediantes, e fazem o efeito contrário, ao invés de causar momentos agradáveis, causará momentos apáticos, portanto é necessário saber vivenciar os momentos agradáveis da vida para poder chegar a felicidade sem frustrações.

 
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