Práticas Integradas em Saúde Coletiva: Relato de Caso de Acompanhamento Interdisciplinar à Paciente Acometido por Acidente Vascular Encefálico
Por Rafael Tamborena Malheiros | 03/01/2011 | ResumosPráticas Integradas em Saúde Coletiva: Relato de Caso de Acompanhamento Interdisciplinar à Paciente Acometido por Acidente Vascular Encefálico
Rafael T. Malheiros (Acadêmico de Fisioterapia); Aline S. Pagnussat (Docente de Fisioterapia); Camila K. Cardoso (Acadêmica de Farmácia); Felipe E. L. Recart (Acadêmico de Enfermagem); Elaine A. Bueno (Acadêmica de Fisioterapia); Odete M. Torres (Docente de Enfermagem)
O presente relato de caso pretende descrever o acompanhamento interdisciplinar realizado por acadêmicos dos cursos de enfermagem, farmácia e fisioterapia da Universidade Federal do Pampa, supervisionados por docentes do Programa de Extensão Práticas Integradas em Saúde Coletiva (PISC). O acidente vascular encefálico (AVE), segundo a Organização Mundial da Saúde é "um sinal clínico de rápido desenvolvimento de perturbação focal da função cerebral", com etiologia multifatorial.
Descrição do caso: usuário masculino, 65 anos, hipertenso, acometido por AVE há 26 anos, tendo acompanhamento multiprofissional por um ano, sem assistência posterior, apresentando seqüelas sensório-motoras. Possui dúvidas sobre a medicação administrada, hábitos alimentares e atividades físicas.
As atividades são realizadas por meio de visitas domiciliarias semanais, prestadas por acadêmicos de forma interdisciplinar. Nesses encontros são fornecidas orientações em saúde, são resolvidas dúvidas e necessidades apresentadas pelo paciente, são prestadas orientações sobre armazenamento, posologia e administração de medicamentos, além de ser feito o controle dos sinais vitais. As práticas são supervisionadas por docentes dos mesmos cursos e Técnicos Administrativos em Assuntos Estudantis. Na primeira visita é realizada a avaliação, em conjunto com o supervisor, a qual gera um plano de cuidados individual.
Após 6 meses de acompanhamento, o paciente realizou adaptações na sua casa como: fixação de barras laterais na parede para realizar exercícios terapêuticos de membro superior e inferior, além da adequação de um local apropriado para o armazenamento dos medicamentos. Quanto aos hábitos alimentares relatou diminuição no consumo de sal, gorduras e frituras. Apresentou melhoras na marcha e comunicação, bem como na estabilidade dos níveis da tensão arterial, que nas primeiras visitas estava oscilante. .
Apesar de anos sem acompanhamento, após o início das atividades do PISC, o paciente apresentou perceptível melhora, oriunda de orientações e acompanhamento, gerando à prevenção de doenças secundárias à hipertensão. Ficando nítido que a motivação causada pelas visitas é um dos fatores predominantes na evolução do paciente que, compreendendo ser de sua responsabilidade a melhora de seu quadro, encontrava-se disposto a realizar as alterações sugeridas.
A evolução do quadro não se deve apenas as orientações e sugestões de melhorias, mas fundamentalmente do comprometimento do paciente. O diferencial de um acompanhamento interdisciplinar é a abrangência base que este proporciona, fazendo com que o paciente sinta-se recebendo uma atenção integral qualificada, o que em conjunto com as visitas domiciliarias o motiva e compromete para consigo mesmo. Os resultados deste estudo de caso apontam para evidências positivas as atividades do PISC.