Práticas de intervenção atraves da sala de recursos multifuncionais em alunos com dificuldade na leitura e na escrita

Por Adinelma Alexandre da Silva | 11/01/2021 | Educação

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI


 

PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS EM ALUNOS COM DIFICULDADE NA LEITURA E NA ESCRITA

 

 

 

 

 

 

ADINELMA ALEXANDRE DA SILVA

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ARACAJU/SE

2020

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO FAVENI

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS EM ALUNOS COM DIFICULDADE NA LEITURA E NA ESCRITA

 

 

 

 

 

 

ADINELMA ALEXANDRE DA SILVA

 

 

 

 

 

Artigo científico apresentado a FAVENI como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em AEE: Atendimento Educacional Especializado.

 

 

 

 

 

ARACAJU/SE

2020

 

PRÁTICAS DE INTERVENÇÃO ATRAVÉS DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS EM ALUNOS COM DIFICULDADE NA LEITURA E NA ESCRITA

 

                     Adinelma Alexandre da Silva

 

RESUMO

 

O presente artigo pretende investigar os aspectos relacionados às dificuldades de aprendizagem para aquisição da leitura e da escrita com alunos do quarto ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Santos Dumont, no município de Aracaju/SE. Além disso, analisar a pratica de intervenção e os benefícios das Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) no atendimento educacional especializado (AEE) a crianças com diagnóstico de deficiência intelectual no processo de aquisição de leitura e escrita. Apresentam-se algumas reflexões sobre definições de aprendizagem relacionando-as às causas do fracasso escolar. Também se evidencia a utilização do espaço de recursos multifuncionais com o auxílio de profissionais com formação em psicopedagogia e atividades que visem estimular o processo de ensino/aprendizagem. A metodologia consiste em pesquisa bibliográfica, utilizou-se como referencial teórico a concepção de vários autores sobre o tema. Constata-se que as dificuldades de aprendizagem no tocante a leitura e escrita são vistas com frequência em sala de aula, isso requer do professor um grau de observação maior, visto que a partir disso poderá promover os meios necessários para ajudar o aluno, e de acordo com o grau dessa dificuldade, relatará à instituição e a família para que os mesmos tomem medidas necessárias para a solução do problema.

 

Palavras-chave: AEE. Dificuldades de Aprendizagem. Fracasso Escolar. SRM.

 

1. INTRODUÇÃO

 

A dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita é um obstáculo que algumas crianças apresentam e que podem ser superadas ao longo do processo educacional, com a ajuda de professores qualificados e interessados em trabalhar com a criança com tais complexidades. São vários os fatores que interferem no processo de ensino/aprendizagem dos alunos, sejam limitando ou estimulando o seu desempenho na alfabetização. Como essa problemática se perfaz de maneira frequente no ambiente escolar, então nesse caso, é necessário que o professor tenha conhecimento sobre o assunto e auxilie seus alunos no processo de aprendizado. Sobretudo porque pode ser que se trate de um problema ou uma dificuldade transitória e que a sala de aula é o local indicado onde o aluno deve trabalhar para superá-la.

Entende-se que o aluno muitas vezes, não se dá conta das dificuldades, o que exige uma orientação, apoio e a utilização de uma sala especifica de recursos onde uma psicopedagoga auxilie quem apresente tais dificuldades, portanto objetivando inserir o aluno no contexto educacional, utilizando a aprendizagem em todas as suas dimensões, o que se configura através de etapas primordiais do ensino/aprendizagem. Procurou-se demonstrar os problemas que podem ocasionar essas dificuldades de aprendizagem, suas principais causas, as metodologias que podem ser trabalhadas para minimizar esse problema e os métodos que surgem na pretensão de auxiliar nesta perspectiva do êxito da aprendizagem da leitura e escrita, como é o caso da utilização da sala de recursos com profissionais especializados.

A escolha desse tema partiu da experiência vivenciada no decorrer da realização do processo de observação de pesquisa de campo que foi realizado no Ensino Fundamental I, principalmente com alunos que cursavam o 4º ano, onde houve a convivência com a realidade dos alunos da Escola de 1º e 2º Graus Santos Dumont, e foi possível perceber que muitos deles enfrentam problemas de aprendizado, dificuldades na leitura e escrita, problemas comportamentais entre outros.

Este trabalho tem como objetivo geral: investigar as dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita com alunos do 4° ano do ensino Fundamental, com base nas mudanças propostas diante da intervenção apresentada através da utilização da sala de recursos da Escola de 1º e 2º Graus Santos Dumont – Aracaju/SE.  E tem como objetivos específicos: compreender quais os problemas e o que essas dificuldades podem causar; identificar as metodologias utilizadas no processo/aprendizagem, e verificar as estratégias que as salas de recursos e os psicopedagogos têm utilizado no sentido de tornar-se o diferencial para tentar minimizar essas dificuldades.

Diante disso, o artigo está organizado da seguinte maneira: a primeira seção constitui-se a introdução trazendo informações sobre o tema em questão apontado à problemática, justificativa, objetivos e a estrutura. A segunda seção traz o desenvolvimento, apontando o conceito de aprendizagem, as dificuldades de aprendizagem na visão de alguns autores, bem como, mensurar a sala de recursos, apresentando a dinâmica de observação utilizada na realização desse trabalho e o acompanhamento da psicopedagoga na sala de recursos, e por fim, a análise dos dados obtidos na pesquisa e os resultados, onde serão analisadas as respostas dos professores entrevistados e comparadas a ideias de autores envolvendo as dificuldades no ensino e aprendizado da escola trabalhada. Por fim são feitas as considerações finais da pesquisa.

 

2. DESENVOLVIMENTO

 

2.1 O que é aprendizagem?

 

Aprendizagem é o processo pelo qual os nossos conhecimentos, habilidades são adquiridos ou modificados. A aquisição de ensino se dá quando há informação do indivíduo. O processo de aprendizagem ocorre desde o nascimento até o último dia de vida, pois estamos sempre em busca de conhecimento e em constante adaptação. O processo de aprendizagem é de suma importância para o estudo de comportamento. Aprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que está sendo estudado. Para que o indivíduo obtenha uma aprendizagem com sucesso ele precisa estar motivado a ponto de empenhar-se a aprender, conforma ressalta Smith e Strick (2001).

É preciso que o professor se esforce e repita o conteúdo de formas diferentes. No entanto, o aprendiz tem como dever descobrir e transformar o conhecimento em aprendizagem. O educador tem como papel fundamental avaliar seus alunos individualmente a fim de descobrir seus talentos próprios, fugindo assim, da limitação linguística e do raciocínio matemático.

Por fim, o processo cognitivo, que é a junção do aprendiz e o professor é onde ocorre a aprendizagem propriamente dita, através de diversos métodos. É de suma importância ressaltar que cada indivíduo aprende de forma diferente, sua própria metodologia de aprendizagem aonde desenvolve sua estratégia que facilita o seu processo de aprender. Segundo Demo (2000, apaud Lack, 2002), “o ato de aprender apresenta-se como o de valor principal e o ato de ensinar como atividade coadjuvante”.

 

2.2 Dificuldades de Aprendizagem

 

A Dificuldade de Aprendizagem é um problema que afeta uma parcela considerável de alunos e tem-se manifestado em diversos ambientes educacionais, no entanto quando essas dificuldades não são identificadas pelos educadores tornam-se um peso na vida escolar dos discentes. Estas dificuldades de aprendizagem estão ligadas a diversos fatores, que se manifestam de forma diferenciada em cada criança. Estas dificuldades podem ter relação com os mais diversos aspectos, sejam como fatores orgânicos, cognitivos, emocionais, familiares, sociais, pedagógicos, falta de material e estímulos, baixa autoestima, problemas patológicos, entre outros. Cada aspecto tem sua particularidade, porém interligados podem levar a criança ao fracasso escolar (FONSECA, 1995).

O processo de ensino-aprendizagem é hoje entendido como uma construção que envolve um papel ativo por parte do aluno. Nesta perspectiva, torna-se imprescindível que o aluno desenvolva a capacidade de estabelecer as próprias metas, planejar e monitorar seus esforços na direção de um melhor desempenho acadêmico, direcionando em certa medida, sua aprendizagem no contexto escolar (BARROS, 2013).

Diante deste contexto entende-se que para que ocorra aprendizagem é necessário que o indivíduo se sinta motivado a aprender, neste sentido cabe ao educador descobrir a rota de como chegar a esse aluno. O incentivo que ocorre em sala de aula deve ter força suficiente e eficaz de forma a envolver o aprendiz na situação de aprendizagem, oportunizando mudanças desejáveis. O conhecimento se dá através da aprendizagem possibilitando o indivíduo a descobrir novas teorias, novos métodos e novos padrões que podem levar a melhores condições de vida.  Através disso, percebe-se que é fundamental o papel exercido pelo professor é indispensável (CORREIA, 2004).

Ainda de acordo com Costa (2000), muitas crianças têm dificuldades de aprendizagem e estes problemas nem sempre são diagnosticados, geralmente estas crianças são vistas como alunos desinteressados, que não entendem a matéria, além de malcomportadas. Mas, nenhuma criança tem insucesso na escola por vontade própria; quando este aluno é identificado e tem orientação de um psicopedagogo, do professor e da família, este problema muitas vezes torna-se simples. Mas, geralmente o que deveria ser simples, torna-se problema com consequências graves para o futuro da criança. Portanto, se faz necessário que se busque desde o início a orientação de um profissional especializado, para realizar uma intervenção apropriada, para cada criança (CAGLIARI,1997).

Há fatores que interferem na aprendizagem além dos fatores patológicos, porém outro mais agravante é o pedagógico, pois esta dificuldade de aprendizagem só e somente será superada total ou parcialmente quando os alunos receberem estímulos e quando os professores trabalharem com propostas pedagógicas correspondentes à necessidade de cada aluno respeitando o seu ritmo de aprender e assimilar o conhecimento. Faz-se necessário compreender que crianças com dificuldades de aprendizagem possuem disfunções em habilidades necessárias para haver aprendizagem efetiva, apresentam problemas na compreensão da leitura, organização e retenção da informação e na interpretação de textos e, as crianças que possuem dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita aprendem conforme os outros alunos, mas, no entanto com lentidão, portanto, todas as crianças aprendem a ler e escrever basicamente da mesma forma, mas alguns vencem as dificuldades dessa aprendizagem com maior facilidade do que outras (GARCÍA SÁNCHEZ, 2004).

 

2.3 Características das dificuldades de aprendizagem 

 

As pesquisas relacionadas com o tema mostram que as principais dificuldades de aprendizagem encontradas na atualidade são: dislexia disgrafia, disortografia, discalculia, dislalia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).

A definição do termo Dislexia evoluiu entre 1995 e 2003, conforme segue: “É um distúrbio específico de origem constitucional caracterizado por uma dificuldade na decodificação de palavras simples que, como regra, mostra uma insuficiência no processamento fonológico”. Nesse sentido, a dislexia se manifesta por várias dificuldades em diferentes formas de linguagem frequentemente incluindo, além das dificuldades com leitura, uma dificuldade de escrita e de soletração (LYON apud NICO; FERREIRA, 2003, p.1). O diagnóstico realizado de modo adequado constitui o passo inicial para que ocorra a intervenção adequada para atender suas necessidades.

A Disgrafia é representada pelas dificuldades de escrita. Neste caso engloba somente um problema de motricidade. É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra impressa. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são ilegíveis. A criança disgráfica não é portadora de defeito visual nem motor, e tampouco de qualquer comprometimento intelectual ou neurológico. No entanto, ela não consegue idealizar no plano motor o que captou no plano visual (FURTADO, 2007, p. 141).

A Disortografia, assim como a Disgrafia, também é uma dificuldade da escrita, mas está relacionada ao processo de ortografia. Caracteriza-se pela incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não implica a diminuição da qualidade do traçado das letras. As trocas ortográficas são normais durante a 1.ª e 2.ª séries da primeira série do ensino fundamental, porque a relação entre a palavra impressa e os sons ainda não está totalmente dominada (FURTADO, 2007, p. 142).

A discalculia é a dificuldade que algumas pessoas apresentam ao realizar cálculos, não conseguem lidar com numerais e quantidades de maneira a encontrar os resultados esperados, prejudicando assim as atividades da vida diária que envolve essas habilidades e conceitos. De acordo com o (Manual de diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais - Associação Americana de Psiquiatria, 2013), em indivíduos com transtornos da Matemática, a capacidade para a realização de operações aritméticas, cálculo e raciocínio matemático encontra-se substancialmente inferior à média esperada para sua idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade (CIASCA, 2005).

Por fim, apresentaremos o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um transtorno observado em crianças muito agitadas, que não prestam atenção, têm dificuldades em manter a atenção nas atividades, não terminam o que começam, esquecem as atividades diárias, entre outras (VASCONCELOS & MONTEIRO, 2009). Sabe-se que no cotidiano escolar encontram-se inúmeros alunos com dificuldades de aprendizagem e que na maioria das vezes, não são identificadas para que eles possam ser atendidos em suas reais necessidades.

 

2.4 A Aprendizagem em Séries Iniciais

 

No processo de alfabetização nas séries iniciais do ensino fundamental podem ocorrer problemas de aprendizagem na aquisição da leitura e da escrita, no entanto, sempre há uma desculpa para os fatores que levam o aluno a ter tais dificuldades. Segundo Santos (2007), apesar da escrita ser uma atividade social, muitos não a dominam. O processo da escrita é aprendido pela maioria das crianças que interagem com o objeto de cultura, mas estes aspectos não são suficientes para o processo de alfabetização.

Segundo Ferreiro (1996), afirma que atualmente muitos professores aplicam atividades que estimulam a criatividade, criam conflitos e garantem os avanços no aprendizado, além de valorizar o conhecimento prévio e respeitar o contexto social de seus alunos. Estas atitudes estão bem longe daquelas tradicionais cartilhas utilizadas nas escolas que só servem para restringir a criatividade, imaginação e liberdade de expressão das crianças. O método tradicional apresenta ideias fragmentadas sem contextualização e desprovidas de qualquer significado real para as crianças.

Todo processo de alfabetização envolve um comprometimento por parte do professor, escola, pais e aluno, procurando sempre parcerias. A escola adequada, portanto, apresentar-se-ia como um ambiente prazeroso, motivadora da aprendizagem, promotora da autoestima e da alegria. As dificuldades de aprendizagem dos alunos no processo de ensino constituem uma realidade desafiadora para os educadores e os pesquisadores da área, os quais, de várias maneiras, vêm procurando compreender tal realidade a fim de superá-la (BOSSA, 2000).

 

2.5 Salas de recursos multifuncionais e a legislação

 

As Salas de Recursos Multifuncionais (SRM) foram implementadas no Brasil a partir dos pressupostos da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Mediante o cumprimento dessas diretrizes, este serviço especializado, denominado de Atendimento Educacional Especializado (AEE), de natureza pedagógica apoia e complementa o atendimento educacional oferecido a alunos com necessidades especiais realizado nas classes de ensino regular (BRASIL, 2011).

A princípio, o professor da SRM toma conhecimento das dificuldades do aluno no contexto escolar e para que o processo ensino aprendizagem ocorra de forma eficaz e atenda às expectativas dos alunos com NEE (Necessidades Educacionais Especiais) que frequentam as turmas regulares de ensino, é fundamental a realização de um trabalho (complementação curricular ou suplementação) colaborativo entre o professor de AEE e o professor da turma do ensino regular frequentada pelo aluno. Espera-se que ambos compartilhem experiências, pensando estratégias pedagógicas e promovendo as adaptações necessárias para o desenvolvimento e a interação do seu alunado (BRASIL, 2011).

Conforme Resolução CNE/CEB n.4/2009, art. 12, para atuar no Atendimento Educacional Especializado, o professor deve ter formação inicial que o habilite para exercício da docência e formação continuada na educação especial. O professor do AEE tem como função realizar esse atendimento de forma complementar ou suplementar à escolarização, considerando as habilidades e as necessidades educacionais específicas dos estudantes público alvo da educação especial. As atribuições do professor de AEE contemplam:

 

Elaboração, execução e avaliação do plano de AEE do estudante; Definição do cronograma e das atividades do atendimento do estudante; Organização de estratégias pedagógicas e identificação e produção de recursos acessíveis; Ensino e desenvolvimento das atividades próprias do AEE, tais como: Libras, Braille, orientação e mobilidade, Língua Portuguesa para alunos surdos; informática acessível; Comunicação Alternativa e Aumentativa - CAA, atividades de desenvolvimento das habilidades mentais superiores e atividades de enriquecimento curricular; Acompanhamento da funcionalidade e usabilidade dos recursos de tecnologia assistiva na sala de aula comum e demais ambientes escolares; Articulação com os professores das classes comuns, nas diferentes etapas e modalidades de ensino;  Orientação aos professores do ensino regular e às famílias sobre a aplicabilidade e funcionalidade dos recursos utilizados pelo estudante; Interface com as áreas da saúde, assistência, trabalho e outras (Resolução CNE/CEB n.4/2009).

 

É, portanto um profissional com olhar diretamente voltado para o processo de aprendizagem do ser humano, com todas as suas implicações psicológicas, pedagógicas, biológicas e sociais, se preocupando não apenas em reduzir os problemas no processo de ensino e aprendizagem, mas também o que permite ao aluno aprender e se desenvolver dentro de suas possibilidades máximas (GLAT, 1994).

Os pressupostos filosóficos e políticos do Atendimento Educacional Especializado foram instituídos oficialmente pela Resolução: 4 de 02 de outubro de 2009 e desenvolvido como uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas todas as particularidades de cada aluno com necessidades educativas especiais (BRASIL, 2009). Outro documento que reafirma a necessidade de diretrizes para o ensino especial que é previsto na Declaração de Salamanca, na década 1990, criou novos pressupostos que norteiam as diretrizes e leis no campo da Educação Especial brasileira. É a partir dela que o termo “inclusão escolar” passou a influenciar na elaboração de políticas públicas e práticas educacionais no país (SISTO, 2001).

No caso do aluno com deficiência intelectual no ensino regular tem sido um tema mundial e amplamente discutido no meio educacional, nas últimas décadas. No Brasil, a discussão do assunto foi iniciada com o advento da Declaração de Salamanca (1994) - documento considerado marco do movimento mundial pela inclusão (BEYER, 2010). De acordo com essa Declaração, as pessoas devem estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas, a fim de poder corresponder às suas necessidades básicas de aprendizagem. Esta Declaração diz que “as escolas têm que encontrar a maneira de educar com êxito todas as crianças, inclusive as com deficiências graves” (BRASIL, 1994, p. 3).

Nesse mesmo período da Declaração de Salamanca, foi promulgada ainda a Lei 8.069 de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), composto por 267 artigos, como fruto da luta dos movimentos sociais e de pessoas interessadas na garantia dos direitos das crianças e jovens brasileiros. Nele são revelados os direitos e deveres das crianças e adolescentes, como também dos adultos em relação a eles. O Estatuto da Criança e do Adolescente apresenta no Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes:

I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - Direito de ser respeitado por seus educadores;

III - Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - Direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

 

O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial, a Política Nacional de Educação Especial (BRASIL, 1994). Dentro desse contexto, a partir da política de educação inclusiva, que tem como princípio que todos os alunos sejam inseridos em escolas regulares, as quais devem se adaptar para atender suas necessidades, a Educação Especial encontra-se em um processo de modificações e ressignificações. Com o advento dessa política, os alunos que antes eram atendidos de forma segregada em instituições e ou classes especiais, agora passam a ser matriculados no ensino comum da classe regular.

 

 

2.6 Momentos de atividades na sala de recursos

 

A Sala de Recursos é um espaço organizado com materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento. Esse atendimento deverá ser paralelo ao horário das classes comuns e pode atender alunos com várias deficiências como: altas habilidades/superdotação, dislexia, hiperatividade, déficit de atenção ou outras necessidades educacionais especiais. Além das competências que os professores necessitam para proporcionar uma educação de qualidade para todos, muitas vezes, são necessárias ajudas técnicas ou equipamentos específicos para atender as individualidades, bem como a atuação conjunta de outros profissionais na promoção da acessibilidade (GONZALES, 2000; Jesus e Martins, 2000; STAINBACK & STAINBACK, 1992; STRULLY & STRULLY, 1996).

 

Figura 1: Figuras geométricas                                            Figura 2: Trabalhando com Textos e imagens

 

               Fonte: Acervo da pesquisadora                                Fonte: Acervo da pesquisadora

 

Figura 3: Criação de palavras a partir de uma ideia genérica

 

Fonte: Acervo da pesquisadora

 

As atividades realizadas com os alunos apresentaram metodologias que estimulavam o raciocínio lógico, com base na ludicidade, interação com outros conteúdos e materiais, nesse contexto, abrangendo todas as disciplinas do currículo escolar do 4º ano, bem como, momentos de interação entre a turma regular e de ensino especial, tornando o fato de sanar as dificuldades de aprendizagem como um momento prazeroso para todos.

A escola é um local de interação, aprendizado e onde as discussões pertinentes ao ensino e as metodologias devem ocorrer de forma ampla e compartilhada por todos que integram a instituição, a fim de promover a diversidade e consciência crítica que deve ser difundida no cotidiano escolar, neste contexto, à instituição escolar. Muitas são as ansiedades que movimentam as transformações em busca do que se julga ser o ideal, correspondendo às necessidades específicas de todos.

 

3. METODOLOGIA

 

Para a realização deste estudo utilizou-se um estudo bibliográfico e uma pesquisa de campo sobre as dificuldades de aprendizagem e as práticas pedagógicas dos professores do quarto ano da Escola de 1º Grau Santos Dumont pertencente à rede de ensino público. A pesquisa de campo é de caráter investigativo e, utilizados conteúdos bibliográficos para que pudessem ser embasadas através das concepções de vários autores que se debruçaram em estudar o tema em questão. Com relação à pesquisa de campo realizou-se por meio de questionários que foram respondidos por professores do 4º ano do Ensino Fundamental e por psicopedagogas que atuam na sala de recursos, da referida escola, com o objetivo de verificar a metodologia aplicada em sala de aula e o pensamento de cada uma delas acerca do tema proposto.

A partir de um levantamento bibliográfico pretendemos entender o que são dificuldades de aprendizagem, como a prática pedagógica de salas de recursos e psicopedagogas que contribui como estratégia de intervenção, qual deve ser a postura do professor quando identifica alunos com dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita, e se a prática pedagógica é suficiente para intervir com estes alunos. De posse destas informações pretendemos propor algumas alternativas para melhorar a nossa prática pedagógica e consequentemente de outros professores que tenham a consciência da grande responsabilidade que é a tarefa de educar.

 

 

4. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

 

O objetivo desta etapa da pesquisa é analisar os dados coletados na entrevista, a fim de interpretar as respostas referentes ao assunto. Através das leituras e das respostas dos entrevistados, pode-se adquirir conhecimentos que possibilitaram uma melhor interpretação do tema analisado. O procedimento de análise e discussão dos dados, foram categorizados tendo como eixo norteador às questões formuladas no roteiro da entrevista por meio de dois questionários auto preenchível. Os resultados a serem apresentados estão de acordo com os depoimentos dos professores entrevistados durante a pesquisa de campo e diante do exposto pode-se notar que os alunos apresentam dificuldades de aprendizagem, na leitura, na escrita e interpretação e verificar como o método de intervenção com a utilização da sala de recursos com a inclusão dos alunos do 4ª ano da série regular com dificuldades de aprendizagem com a psicopedagoga e a educação inclusiva.

Entende-se por dificuldades de aprendizagem a incapacidade apresentada por alguns indivíduos diante de situações novas, desencadeadas por diversos fatores. Com relação às dificuldades de aprendizagem, e quanto ao tipo de dificuldade e a prática de intervenção da sala de recursos, com os professores do 4º ano do ensino fundamental I, Escola de 1º e 2º Graus Santos Dumont – Aracaju/SE.

QUESTIONARIO I – Professores do Ensino Regular - Pedagogos

PERGUNTA 1: A escola trabalha com algum projeto voltado para a leitura e a escrita?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

 

 

NÃO

 

 

NÃO

- Os alunos apresentam muitas dificuldades tanto na leitura quanto na interpretação de textos e também no comportamento,

- Alunos apresentam problemas no desenvolvimento em algumas áreas cognitivas, enfocando principalmente: como no processo de alfabetização, leitura, escrita, raciocínio lógico e dificuldades de interpretação de textos e leituras simples.

- Alguns apresentam problemas como desinteresse, baixo rendimento na aprendizagem, alunos são passados de um ano para outro mesmo sem terem aprendido o ensino do ano em curso.

PERGUNTA 2: Como é trabalhada a leitura e a escrita nas turmas de 4º ano?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

 

- Através da produção de textos (produção e interpretação) e livros paradidáticos.

- Em sala de aula utilizando: os textos do livro didático, livros paradidáticos, recortes de revistas e jornais; há também a produção de textos, interpretação e treinos ortográficos.

- O professor desde sua formação inicial até sua atuação tem que estabelecer relação entre teoria e a prática, pois uma sustenta a outra, tendo sempre a consciência do papel que exerce frente à sociedade e estar buscando sempre melhorar, logo, o professor tem que ultrapassar o limite de ensinar o conteúdo obrigatório, ir buscar sempre inovações, novas tecnologias e formas de incentivar os alunos na busca por aprendizado, isto de forma agradável e incentivadora.

PERGUNTA 3: Em se tratando de infraestrutura, a escola possui biblioteca, sala de leitura/ os alunos utilizam com frequência?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

Sim, existe.

Porém está sempre em constante arrumação, sem uso praticamente.

 

Sim, existe.

Mas não está sendo utilizada, pelo simples fato de estar passando por reformas.

- Durante a observação, visualizou-se que os professores alegam que não utilizam os espaços de leitura por conta de reformas, e o questionamento quanto à utilização da biblioteca em episódios anteriores as reformas, citaram que raramente utilizavam, diante desta perspectiva, visualiza-se a falta de interesse dos professores em utilizar os espaços de leitura, ou até mesmo a vinda destes livros até a sala de aula, como alternativa pelo período da interrupção do uso do espaço da biblioteca.

PERGUNTA 4: Quais livros didáticos que envolve leitura e escrita são adotados para uso em sala de aula?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

 

Livros do PNLD.

 

Os livros do Programa Nacional do Livro Didático, do governo Federal.

- Observa-se que os professores direcionam para a utilização em sala de aula, materiais didáticos apenas os que são de fato obrigatórios a utilização e não utilizam outros materiais didáticos como apoio ou novas tecnologias no cotidiano escolar nesta instituição.

PERGUNTA 5: Quais as principais dificuldades apresentadas em sala de aula em relação à leitura e escrita?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

- A falta de acompanhamento familiar, alunos não conseguem ser alfabetizados no ciclo de alfabetização, faltas de recursos para se trabalhar em sala de aula.

- Alunos que vem da evasão escolar ou de ciclos de repetições sucessivas.

- A falta de estímulo, ou seja, incentivo tanto ao educador quanto ao aluno; Livros didáticos adotados, não condizem com a realidade do aluno.

- A falta de interesse do aluno, a falta de acompanhamento familiar, atraso no processo de alfabetização e posteriormente prejuízos no futuro escolar do aluno.

- Problemas socioeconômicos, falha de alguns professores, problemas de natureza familiar que refletem no desenvolvimento do aluno na escola.

- Observa-se que há diversos fatores, pois, alfabetizar é uma tarefa complexa e exige empenho tanto do professor, quanto do aprendiz, o educador precisa criar condições propicias para uma aprendizagem significativa, e o desenvolvimento de habilidades.

- Que a família é um apoio imensurável para o êxito dos alunos em sala de aula, que se faz necessário também à adoção de métodos mais específicos para introduzir a leitura, e proporcionar as discentes um saber que lhe garanta êxito na sua formação enquanto aluno e, principalmente em formação para a vida.

- E que se faz necessário que o professor deve buscar ferramentas de ensino que vá além de um simples livro didático, de alternativas que condizem com a realidade dos alunos.

 

Inicialmente foi efetuada entrevista com duas professoras pedagogas e depois com duas pedagogas com especialização em psicopedagogia sobre a metodologia da utilização de uma sala de recurso onde atende crianças portadoras de deficiência com a educação inclusiva e também abrange aos alunos com déficit de aprendizagem. Foram coletados os dados referentes à pesquisa e sobre a dinâmica da escola e para conhecimento do processo de inclusão. A metodologia usada para realizar este estudo foi uma pesquisa de campo através de observação, entrevistas e discussão.

A proposta desse trabalho é identificar, apresentar e analisar os motivos e as implicações que levam esses alunos a sentirem dificuldades em assimilar os conteúdos trabalhados no cotidiano da sala de aula e também obter dados significativos, sobre as crianças com dificuldade de Aprendizagem e identificar o que está ocasionando a dificuldade, diante da prática de intervenção na Escola Estadual Santos Dumont foi a utilização da sala de recursos e uma equipe de apoio com formação em psicopedagogia e, diante disto consideramos que trouxe resultados significativos e compreensão de como a sala de recurso é essencial para o processo de inclusão. A experiência obtida com o trabalho foi relevante em todos os aspectos educacionais.

QUESTIONARIO II – Professores do Quadro de Apoio – Sala de Recursos – Psicopedagogos.

01. Quais os materiais didáticos pedagógicos são adequados para o processo ensino aprendizagem de alunos com necessidades educacionais? E sua sala possui esses materiais?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

Pelo que foi relatado pela professora à escola possui muito materiais e equipamentos específicos.

A escola possui espaço, material e equipamentos específicos ideais para utilização nas aulas.

Observa-se que escola é sortida de material de apoio específico e equipamentos e os alunos fazem uso do espaço pelo menos duas vezes por semana.

02. Como deve ser o atendimento em sala de recurso?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

A sala de recursos é o serviço, de natureza pedagógica, conduzido por professor especializado “psicopedagogo”, que suplementa o atendimento educacional realizado em classes comuns.

A sala de recursos e a instituição escolar possui corpo docente especializado, com psicopedagogos e interação entre os professores das turmas regulares.

 

Durante a observação foi possível visualizar que todo serviço é efetuado é de natureza pedagógica, o corpo docente possui formação específica, além da interação entre alunos, professores e equipe técnica.

03. Como deve ser o ambiente da sala de recurso?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

Segundo a professora A, a organização deve atender as necessidades educacionais especiais apresentadas, sem agrupar alunos com diferentes tipos de deficiências, elaborando adaptações ao currículo e aos componentes curriculares, agindo conjuntamente com turmas regulares.

Na fala da professora B, salienta que essencialmente deve contemplar as diferenças e dificuldades de cada um, elaborando currículos e parâmetros que são indispensáveis para a interação dos alunos ao ambiente e a metodologia, contribuindo para a aprendizagem e sanando algumas dificuldades.

Observam-se as necessidades e dificuldades são analisados de forma separa, porem a metodologia de aplicação é utilizada para todos, tanto na elaboração dos conteúdos curriculares como nas metodologias.

04. Como os alunos modificaram após a intervenção da sala de recursos no que tange a aprendizagem?

PROFESSORA A

PROFESSORA B

OBSERVAÇÕES

De forma ampla contemplou a todos, pois vimos nossos alunos mais interessados, interagindo e contemplando os conteúdos e a metodologia aplicada, até o comportamento mudou claramente. A nossa contribuição tem sido bem receptiva pela comunidade escolar.

 

Veio a somar aos nossos métodos e contemplaram de forma abrangente, os alunos se mostraram mais participativos e pouco a pouco já desenvolvem atividades que antes não conseguiam. Sentimo-nos amplamente gratificadas pelo bom aproveitamento dos nossos alunos.

Observa-se que a satisfação por parte dos professores regulares e das turmas educação especial, está sendo excepcionam, ambas possuem relatórios que constam o diferencial de cada um, e principalmente a ênfase aos ganhos obtidos, tanto em relação à assimilação de conteúdo, bem como comportamentais.

             

 

Com base nesses depoimentos pode-se notar que todos os professores afirmam que os alunos sentem alguma dificuldade de aprendizagem, sendo em maioria na leitura e na escrita. Esses problemas de aprendizado, tanto na leitura, quanto na escrita, podem ser decorrentes da junção dos fatores sociais, educacionais e individuais ou consequência das condições ambientais, psicológicas ou metodológicas. A maioria dos alunos é proveniente de classe média baixa, geralmente criada sem a figura paterna, o alto grau de repetência e de violência entre educandos é muito grande, os professores se sentem em alguns casos ameaçados pelos alunos, são professores que fazem uso do ensino tradicional, sem motivação.

As atividades que foram acompanhadas durante a coleta de dados para esta pesquisa foram explicitadas no decorrer deste trabalho, o que reforça o empenho e a diversidade de métodos que a equipe docente utiliza-se para intervir no processo/aprendizagem, bem como enfatizam a presença dos pais e mestres e as reuniões com a equipe docente, que ocorrem mensalmente para avaliar a dinâmica da aprendizagem e os métodos aplicados.

Os conhecimentos adquiridos neste estudo serviram-nos como suporte para a prática e ação pedagógica, pois através das leituras bibliográficas e entrevistas dos professores pode-se perceber e detectar que os materiais didáticos pedagógicos são adequados para o processo ensino aprendizagem. E também identificar o atendimento em sala de recurso e como examinar o ambiente dessa sala.

 

5. CONCLUSÃO

 

O ponto de partida do processo de investigação foi às dificuldades de aprendizagem de alunos do 4º ano do ensino fundamental e a intervenção metodológica da sala de recursos, que apresenta um conceito de sistema educacional nas quais a individualidade do processo de aprendizagem dos alunos, a igualdade de atenção, a especialização da tarefa do professor são valores que sintetizam os princípios fundamentais em que se baseia a proposta de ensino inclusiva.

As perspectivas que nortearam os resultados da pesquisa e o tema estudado e a expectativa de inclusão social pela Educação Especial perpassa a ideia de busca de conhecimentos, espaços de pertencimentos e reconhecimento, sobrepondo a formação para as suas possíveis habilidades. De forma que o estudante apresente algum tipo de transtorno, como a discalculia, a dislexia, a disortografia, entre outros, não se sinta inferior a outras pessoas do seu convívio que não apresentam dificuldades de aprendizagem.

Os estudos realizados ao longo deste trabalho mostram que o apoio pedagógico especializado é fundamental para o atendimento das necessidades especiais dos alunos que frequentam a classe comum. Justamente por isso é imprescindível à compreensão do papel das políticas de inclusão e da implantação das práticas inclusivas no âmbito escolar e nos diferentes setores da sociedade. 

As observações ofereceram uma compreensão da forma como os professores estão trabalhando em sala de aula as dificuldades dos alunos e respondem às necessidades educativas deles preconizam o avanço na aprendizagem e na eficácia do ensino. Estas afirmativas tomam por base o acompanhamento na execução das atividades propostas pelos professores. Presenciamos atividades de exploração e contextualização, execução mecânica, atividades de leituras e escrita, jogos educativos dentre outros, e praticamente observou-se que houve uma melhora significativa com a participação da psicopedagoga e dos novos métodos aplicáveis de ensino. A importância dos sujeitos da pesquisa seja o professor, o aluno e o psicopedagogo, foram de fundamental importância, pois podemos relacionar dificuldades de aprendizagens nos anos iniciais, podemos observar os avanços do professor em saber trabalhar com as crianças em sala regular.

A Sala de Recursos Multifuncional (SRM) é um espaço de investigação e compreensão dos processos cognitivos, sociais e emocionais, que visa à superação das dificuldades de aprendizagem e o desenvolvimento de diferentes possibilidades dos sujeitos. A pesquisa fez compreender a importância da sala de recursos como parte do processo de inclusão, no contexto da escolar. Foram detectados quais os materiais didáticos pedagógicos são adequados para o processo ensino/aprendizagem de alunos com necessidades educacionais e identificar como é o atendimento nas salas de recurso através da observação examinou - se como deve ser o ambiente desta sala. A metodologia utilizada neste estudo correspondeu à expectativa, pois a mesma deu subsidio para desenvolver a pesquisa com eficácia e compreensão das dificuldades de aprendizagem e o processo de inclusão destes alunos.

A pesquisa mostrou ainda que, nas salas de recursos, os professores trabalham com uma diversidade de materiais pedagógicos, envolvendo jogos, recortes, material concreto, etc. Contribuem para a superação das dificuldades escolares e estabelecerem relação com os conteúdos de sala de aula, utilizam os materiais que se articulam com os objetivos educacionais. As discussões sobre a inclusão escolar têm se somado às questões ligadas às dificuldades de aprendizagem, gerando grandes discussões acerca de como fazê-la. Em meio a essas demandas, foi possível encontrar no professor especializado o profissional capaz de conduzir um novo olhar aos espaços escolares, de propor, e abrir caminhos para novos modelos de aprendizagens.

Para concluir, afirmamos que são essenciais a continuidade e o aprimoramento desse espaço educativo. Nesse sentido dos 19 alunos com tais dificuldades e que foram submetidos a esta proposta de intervenção da SRM e psicopedagogos, 14 alunos conseguiram êxito escolar, ou seja, foram aprovados e permanecem matriculados e irão permanecer no projeto de intervenção para o ano letivo de 2019. Neste sentido, vê-se o processo de ensino-aprendizagem entendido como uma construção que envolve um papel ativo por parte do aluno e do professor. Nesta perspectiva, torna-se imprescindível que o aluno desenvolva a capacidade de estabelecer as próprias metas, planejar e monitorar seus esforços na direção de um melhor desempenho acadêmico, direcionando em certa medida, sua aprendizagem no contexto escolar.

 

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