Prá não dizer que não falei de goleiros

Por Edson Terto da Silva | 23/07/2011 | Sociedade


Edson Silva

"Gente, por favor! A vida não se resume aos jogadores de linha..." Desculpem a brincadeirinha, gosto muito do compositor e cantor Geraldo Vandré, por isso até plagiei um pouco de seu lindo discurso do festival de música de 1968. Mas hoje, após 16 Crônicas das Copas, resolvi falar sobre goleiros. Deus permitindo, virão outras, afinal pelas minhas contas, com uma publicação por semana, ainda teremos mais de cem crônicas até o Brasil estreiar na Copa de 2014 e como anfitrião. Pois bem, vamos falar de homens que defenderam ou tentaram defender a pátria brasileira de chuteiras em 19 Copas, desde os distantes 1930.

Uma coisa é certa, exceto por algum acidente ou falha graves ou eventualmente para teste, é raro goleiro de Seleção Brasileira ser substituído em Copas. Em 19 competições, apenas 18 nomes tiveram a honra de defender o arco brasileiro, nem que fosse por alguns momentos, como foi o caso do saopaulino Rogério Ceni, que atuou oito minutos em 2006 e não levou gol. Bom, mas teve goleiros que defenderam nossa Seleção em muito mais jogos. Taffarel, que foi tetracampeão em 94, esteve em três Copas (90,94 e 98), fez 18 partidas e levou 15 gols, ficando com a média de 0,83 gols sofridos.

Obviamente há médias bem melhores, mas detidas por goleiros que fizeram bem menos jogos que ele. O Veloso, em 30, não levou gol, mas fez só uma partida. A segunda melhor média de gols sofridos pelo Brasil em Copas é do "Carlos Ganso", conhecido em Campinas pelas torcidas da Ponte e do Guarani. Ele levou só 1 gol em cinco jogos, em 1986, média de 0,20. A terceira melhor média é de outro conhecido de paulistas e mineiros, o Dida, que, em 2006, levou 2 gols em 5 jogos, média de 0,40.

Em seguida vem o polêmico Leão, que brilhou na "Academia do Palmeiras" e detém a média de 0,50, pois jogou 14 vezes nas Copas de 74 e 78 e levou 7 gols. O próximo é o "São Marcos", este mesmo muito conhecido dos palmeirenses. Ele foi pentacampeão em 2002, levou 4 gols em sete jogos, média de 0,57. E para terminar, o que dizer então do grande Gilmar? Ele começou no Corinthians e brilhou no Santos. A média dele é de 0,85, foram 12 gols em 14 jogos, mas com o diferencial de ter disputado, à exemplo de Taffarel, três Copas (58,62 e 66), com o grande desconto de ser campeão em duas delas, nas de 58 e 62.

Além dos goleiros citados, defenderam o Brasil em seus 97 jogos de Copas: Pedrosa, Batatais, Walter, Barbosa, Castilho, Manga, Félix (tricampeão de 70), Valdir Peres e Júlio César. O Brasil levou 88 gols, média de 0,90 por partida e fez 210, média 2,16 gols por partida, o que nos confere o melhor ataque entre todas seleções das Copas.

Edson Silva é jornalista em Sumaré

edsonsilvajornalista@yahoo.com.br