Posse de Obama

Por Félix Maier | 29/01/2009 | Política

Com 80% de aprovação no primeiro dia de mandato, Barack H. Obama assumiu a presidência dos EUA em uma festa espetacular, com mais de 2 milhões de pessoas ao longo da esplanada que vai do Capitólio até o obelisco, em Washington.

Dono de uma voz invejável, com dicção e timbre perfeitos, e uma oratória admirável, Obama, em 20 minutos, fez um discurso conciliador e pragmático. Poderia ter usado o tempo para receber aplausos fáceis, usando frases de efeito e demagogia. Mas não foi o que se viu. Seu discurso foi grave e sereno, porém firme, como deve ser o de quem vai assumir o país com duas guerras externas e uma interna, a guerra econômica.

Obama fez algumas críticas indiretas a Bush e sua política externa, ao afirmar que quer ver logo terminadas as guerras no Iraque e no Afeganistão, mas deixou claro que os objetivos democráticos do país, esboçados pelos "pais fundadores", e a intolerância contra os extremistas vão continuar sendo a marca registrada dos EUA. Obama estendeu as duas mãos aos muçulmanos, e depende apenas deles quererem abrir o punho para também apertar as mãos.

As comentaristas da GloboNews, Maria Beltrão e Lúcia Hipólito, mostraram-se eufóricas com a despedida de Bush, que foi levado até o helicóptero por Obama, com destino ao Texas. Disse Lúcia que temia não estar viva para ver esse dia.

O que os comentaristas da "grande mérdia" esquecem é que Bush teve a difícil tarefa de fazer o trabalho sujo, que, de uma forma ou de outra, tinha que ser feito. Afinal, os EUA foram atacados violentamente por terroristas muçulmanos, com cerca de 3.000 mortos, trabalhadores esses vindos de dezenas de países diferentes, inclusive do Brasil. Queria madame Hipólito o quê? Que Bush pedisse aos terroristas que também jogassem um avião contra o Empire State Building?

Foi correta a guerra americana contra o Afeganistão, por ser na época comandado pelos radicais do Talibã, que davam guarida ao mentor dos ataques contra as torres gêmeas de Nova Iorque e o Pentágono, Bin Laden. A guerra contra o Iraque não tem justificativa. Ela só atendeu aos interesses dos fabricantes de armas. No entanto, hoje um jornalista pode atirar sapatos num presidente em Bagdá, como tentou contra Bush, sem ir para a forca, o que ocorreria se Saddam Hussein ainda estivesse no poder.

As comentaristas da GloboNews falaram também que a "mão invisível está com artrite", uma alusão à frase de Adam Smith em A Riqueza das Nações e à grave situação econômica que vivem os EUA. Pois é: a "mão invisível" - a do livre mercado, do livre empreendedorismo, da liberdade de opinião, da liberdade religiosa e da ética - pode até estar enferma, mas ela fez a pujança dos próprios EUA, que continuam sendo a maior potência econômica e militar do planeta, e de todos os países ricos, inclusive os tigres asiáticos e o dragão chinês. Lúcia Hipólito pode até desdenhar a "mão invisível" que toca o mercado, porém o capitalismo é mil vezes preferível ao Comunismo e seus "gulags invisíveis", que só eram visíveis para os miseráveis que para lá eram levados - em torno de 66 milhões de pessoas, segundo as contas de Alexandre Soljenítsin em Arquipélago Gulag. Será que Madame Hipólito preferiria o "Grande Salto Para a Frente", de Mao Tsé-Tung, que ocasionou a morte de milhões de pessoas na China, por fome? Ou ela ainda ficaria com os gulags, que eram invisíveis aos olhos do Ocidente?

A festa aberta ao povo mostrou Obama em um verdadeiro ambiente evangélico. Seria uma demonstração de que a América ainda reza a Deus, não só os islâmicos? Pastores fizeram orações, tanto para o presidente, quanto para toda a nação americana, ocasião em que as câmaras de TV mostraram um presidente atento e meditativo, assim como os VIPs em volta e as pessoas comuns entre a multidão. Uma mulher recitou uma poesia. Com muitos negros entre a multidão e em volta de Obama, mais parecia uma cerimônia de orações de Martin Luther King em um parque do que a posse de um presidente.

God bless America! E a todos nós também, os cucarachas habitantes do Sul do Equador, governados em grande parte por tiranetes, como Fidel Castro, Hugo Chávez, Evo Cocales, além de outros candidatos a ditador.