Posicionamento Crítico Sobre o Capitalismo
Por André Giaquinto | 26/01/2009 | FilosofiaAo falarmos em capitalismo, além dos estudiosos, poucos têm uma opinião formada sobre quais os benefícios e quais as contribuições negativas desse sistema para a sociedade. Dentre os que têm um posicionamento sobre esse assunto, basicamente, existem duas correntes: os radicais, que acreditam que o modelo não serve; e os conservadores, que defendem vigorosamente o sistema. O que é característico entre esses dois segmentos é a posição na sociedade; grandes partes dos conservadores ocupam a faixa superior do demonstrativo censitário, já os radicais, estão em faixas inferiores. Assim vamos discutir sobre as duas visões a respeito desse tema tão polêmico.
O capitalismo surgiu como modelo político-econômico, com a decadência do feudalismo. A partir daí o modelo passsou a evoluir constantemente. Com o avanço do modelo nós podemos perceber que a pobreza só foi intensificada, já que a idéia inicial de que as leis da oferta e da demanda regulariam o mercado sozinhas, terminou por ficar completamente distorcida. Como a demanda por empregos era muito maior que a oferta, e com as revoluções tecnológicas criando formas alternativas de mão-de-obra, como as máquinas, o trabalhador passou a ser desvalorizado, e com isso a exploração era só uma questão de tempo. Entrando até em uma questão ética: será que a exploração de uma necessidade, para obter lucros é humano? E para quem pensa que isso só acontecia nos primóridios do capitalismo, se engana, até hoje, que podemos definir como o ápice do capitalismo, acontece isso, um exemplo, é quando organizações gigantesca se instalam em países sub-desenvolvidos, de maioria pobre, e passam a produzir a partir do pagamento de uma ínfima quantia pela força de trabalho. Isso é humano ainda?
Dentro da ideologia do modelo capitalista, racional, existia uma teoria de que uma "mão invisível" controlaria o mercado, através das relações entre a oferta e a demanda. O papel do estado seria, basicamente, o de agente regulador, ou seja, o estado não iria interferir diretamente nas relações, só defenderia os interesses dos cidadãos. No dia, 16 de setembro, o governo Americano, aprovou um empréstimo de oitenta e cinco bilhões de dólares, (US$85 bilhões) para a seguradora AIG, a fim de evitar a sua falência. A questão é a seguinte: se o mercado é independente e os governos são apenas reguladores, quando o governo americano anuncia um investimento de 85 bilhões em uma seguradora, os Estados Unidos da América, não estariam indo contra a premissa básica do capitalismo? Eles não estariam interferindo diretamente na economia, igualmente quando pagam subsídios estatais aos seus produtores, para evitar os prejuízos? Alguns podem até afirmar, que Eles estão indo a favor dos interesses dos seus cidadãos, porém, e os países que não têm esse aporte todo, como defenderiam os interesses de sua nação?
O mesmo sistema que gera essa desigualdade, também cria situações benéficas para a sociedade, afinal, o desenvolvimento tecnológico que nós alcançamos hoje só foi viável por causa do sistema capitalista, pois, nesse sistema é necessário sempre está inovando para conseguir o maior lucro, então as empresas precisam estar sempre evoluindo para maximizar os lucros. Um exemplo desse raciocínio acontece com os fabricantes de equipamentos médico-hospitalares, que precisam estar em constante evolução para combater algumas doenças. Quando algum equipamento é vendido todos se beneficiam, pois o produtor recebe pelo equipamento, o comprador, recebe pelo serviço, e a sociedade tem a sua disposição o equipamento. A questão é que no capitalismo, o lucro motiva todos a sempre aperfeiçoarem seus resultados, já no socialismo, por exemplo, a motivação humana se limitaria a satisfazer a situação, por isso o capitalismo viabilizou grande parte da nossa evolução.
Conflito de interesses, esse é uma questão que foi criada dentro do capitalismo. Essa problemática acontece, por haver um conflito entre os donos do capital e os proletários, onde os capitalistas, sempre querem lucrar ao máximo, sobre a força de trabalho, e paralalelamente os operários querem ser valorizados. Esse é o raciocínio básico desse problema, que independente de século, ou fase do modelo, sempre irá existir. Tudo no capitalismo passou por evoluções, e esse impaasse também. Na nova perspectiva dessa questão, nós temos os donos do capital inovando até na forma de explorar o se trabalhador. Nas empresas hoje, adota-se uma política para uma estrutura mais flexível, onde os níveis hierárquicos cada vez mais são diminuídos, a produção passa utilizar padrões de qualidade superiores e também são "Flexibilizadas" e o poder é diluído. Alguns podem se perguntar se essas modificações não seriam benéficas para ambos os lados; não são. O único objetivo dessas modificações é evidenciar o trabalho, para o trabalhador; em outras palavras, quando o colaborador precisa de argumentos para dar o seu máximo, ele começa a fazer uma reflexão sobre alguns pontos, e quando uma estrutura mais flexível, aliada a: benefícios salariais, programas de reconhecimento do funcionário (funcionário do mês), prêmios por alta produção, entre outras estratégias, existem, o trabalhador se sente motivado a trabalhar, sem necessitar de alguém o exigindo isso. O nome verdadeiro, para esse modelo, é: Auto-exploração do trabalhador. Por isso que as teorias comportamentalistas são auxiliares do gestor.
Quanto a influência também há algo a ser falado. Ela não só ocorre dentro da empresa, fora das organizações é que ela começa a desenvolver anomalias. Quando uma empresa ganha muito poder dentro do mercado econômico, ela começa a desestabilizar todas as relações no seu ambiente; se a relação é com o estado, o poder dela é sufciente para abalar a economia, se é com o trabalhador, esses passam a assumir uma postura de mera insignificância, afinal, um entre milhares não é nada, com a sociedade, o social passa a ser fantoches, que podem ser manipulados por elas, e ,finalmente, com as outras empresas é uma realação completamente desigual, ela passa a ter uma relação de domínio com as outras corporações, pois tem poder (capital) suficiente para regulá-las. O ponto chave é que, algumas mega corporações, adiquiriram uma quantidade de poder muito grande, e essas podem desequilibrar completamente o sistema, assim elas passam a ser um problema para o capitalismo.
Fugindo um pouco da questão econômica e entrando na questão política, nós percebemos que o capitalismo terminou por gerar alguns conflitos, muitas vezes apenas ideológicos, mas também armados. Em algumas vezes, como na 1ª Guerra Mundial, no século XX, o capitalismo foi o responsável, já que a disputa por mercados, basicamente, foi a motivação para o conflito. Em outras vezes o conflito é apenas ideológico, como na guerra fria, onde houve um grande embate entre Capitalimo x Socialismo, a fim de mostrar qual modelo era superior.
Apesar de o modelo receber duras críticas, e ser inegável o fato dele gerar uma desigualdade social muito grande. Por ele alimentar a constante necessidade de evolução, por ele criar subsídios, que estimulam a nossa necessidade humana de liberdade, o capitalismo é o melhor sistema político-econômico que existe.