Por caminhos trilhados e incertezas futuras: Assim seguimos em 2021, na educação infantil!

Por Ana Maria Da Silva | 18/11/2021 | Educação

(*)

E inegável que 2020 tenha sido um ano de mudanças e adaptações, tudo o que é novo causa um estranhamento, por que não dizer inclusive, que nem sempre acertamos: ora deu certo ora erramos, por mais que tínhamos a intencionalidade, e assim, fomos nos fazendo, tentando chegar o mais próximo do que defendemos e acreditamos sobre qualidade de atendimento na primeira infância. É válido acrescentar que nossos esforços sempre foram e sempre serão em função de nossas crianças, propor algo que envolva as famílias, nada mais é do que nossa preocupação latente em que nossos pequenos sintam-se amados e envolvidos em algo muito maior.

A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, e tem como eixo norteador de suas ações pedagógicas as interações e brincadeiras, e, portanto, não estão ancoradas a disciplinas em sua matriz curricular, e sim, segundo a BNCC, tem que contemplar os Campos de Experiências garantindo os seis direitos de aprendizagem.

Acreditamos que os programas e projetos para um retorno remoto, trouxeram inquietações sobre como as instituições fazem a diferença na vida das crianças e mostrar-lhes a falta que fazem, e mais, a preocupação com os estímulos no desenvolvimento deles junto as suas famílias. Afinal, é fato de que não necessita do exercício da docência para brincar com uma criança, porém ter um olhar atento aos sinais que as brincadeiras trazem na formação desta criança, somente o professor traz consigo.

E com o crescente número de contaminados pelo Covid 19 o retorno presencial teve que ser adiado, certos da necessidade deste, e o desejo em não se perder nas propostas que eram encaminhadas para as famílias no sentido de preservar a criança como centro deste currículo. Foram inúmeros planejamentos, entregas e necessidades de adaptações.

É preciso dar o crédito devido às professoras que se dedicaram e buscaram maneiras cada vez mais atrativas de instigarem suas crianças a acompanharem suas sugestões. Foi possível observar as muitas adequações na tentativa de acertos e aproximação com as famílias para obter as devolutivas.Ser professor de educação infantil, não é tarefa fácil, e a pandemia aflorou fortemente a preocupação com as demandas emocionais e afetivas.

Os desafios eram muitos, pois todos são envolvidos na educação infantil, todos são necessários e possuem seu papel na vida das crianças, principalmente neste período em que as famílias são fundamentais para que a instituição possa chegar a seus lares e fazer a diferença na vida das crianças.

Entender que processos nos custam mudanças necessárias é olhar para si mesmo com uma sensibilidade reflexiva, é preciso ser grande para pensar e fazer algo impactante, e a docência, sobretudo traz essa capacidade de mudança, de reflexão da própria prática, de olhar no espelho e enxergar nos detalhes, possibilidades.

A professora da educação infantil que se deixa guiar pelas sensações e emoções de compreender a criança na sua integralidade, a infância, suas construções e descobertas, a parceria com as famílias, o zelo pelo planejamento, e a acolhida como base... Mesmo que de longe, conseguirá traçar uma bonita caminhada.

A brincadeira e interação fizeram-se fundamentais nas propostas, pois era preciso defender os eixos norteadores que baseiam a educação infantil como princípio de aprendizado pensando na participação das famílias, porém sem deixar o protagonismo de nossos pequenos.

É preciso intimamente uma conscientização da necessidade da formação continuada como um momento de reflexão de caminhos que se quer trilhar onde devemos chegar, fortalecendo concepções e ampliando os horizontes sobre um novo normal, sobre uma nova maneira de conviver em sociedade.

Enfim, a caminhada foi de muito aprendizado, tanto para as professoras quanto para as crianças! E ao começar-se a pensar em retorno presencial, sobretudo, é preciso pensar em um ambiente acolhedor e afetivo, já que este será definitivo para que a criança sinta-se pertence uma vez que as demonstrações de afeto com o toque devem ser restritas e ao menos planejadas, para promover principalmente a segurança. E assim seguimos nosso percurso, nos fazendo e nos redescobrindo!

 (*) Ana Maria Da Silva pedagoga, professora da rede municipal em Rondonópolis-MT.