Pontos Salutares de uma Tenda de Umbanda

Por Pablo Araujo de Carvalho | 26/04/2016 | Religião

Pontos Salutares de uma Tenda de Umbanda Entrada da porta do terreiro: Ao chegarmos a qualquer templo religioso, devemos de forma respeitosa nos dirigir mentalmente aos espíritos guardiões da porta de entrada desse templo e pedir-lhes licença para adentrar naquele local sagrado. Exemplo de saudação: Salve as forças dos espíritos guardiões desse templo sagrado, eu vos peço a vossa licença para adentrar ao interior desse templo e a sua proteção o tempo que me fizer presente nesse templo sagrado. (Amem). Cruzeiro das Almas: Todo templo de Umbanda tem o seu cruzeiro das almas, que é um espaço consagrado ao divino Pai Obaluae, onde se assenta simbolicamente a sua cruz redentora, mistério amparador da Lei e da Vida que se destina aos espíritos sofredores que se alojam no campo vibratório e espiritual das pessoas que adentram no templo, recolhendo-os a uma faixa vibratória neutra, curando-os, regenerando-os, balsimizando-os, positivando-os, transmutando-os e encaminhando-os às esferas superiores onde retomarão suas caminhadas evolutivas. Exemplo de saudação: Salve o Divino Pai Obaluae, Salve as santas almas benditas, salve a santa cruz redentora e salve a corrente dos pretos-velhos, adorei as almas. Eu vos peço a vossa Benção, vosso amparo e a vossa proteção, meu Pai, e vos peço que ilumine meus caminhos e meus campos espirituais e dele recolhas todo espírito sofredor que por ventura estiver alojado em meus campos espirituais, encaminhando-os em equilíbrio as suas faixas vibratórias de merecimento. (Amem). Entrada na faixa delimitadora entre o corpo mediúnico e a assistência: Todo templo tem uma faixa delimitadora que separa a assistência do corpo religioso, geralmente é onde o guia espiritual firma o ponto de proteção e de descarrego de vibrações negativas ligadas às pessoas que vão ser atendidas nos trabalhos. Que é por onde a assistência passa e entra para tomar seu passe energético e fazer sua consulta. Antes de entrarmos ao interior do espaço religioso onde será realizado o atendimento da assistência, cruzamos o solo com a mão direita por três vezes, pois a cruz simboliza passagem e abertura de campo e ao cruzarmos três vezes estamos abrindo os campos naturais, espirituais e divinos e solicitando licença para entrarmos no espaço interno sagrado do templo. Exemplo de saudação: Salve as forças Divinas, Naturais e Espirituais dessa casa, eu vos peço licença para adentrar no espaço sagrado interno desse templo para que nele sirva de instrumento de Deus a serviço dos Orixás. (Amem). Altar (Conga): O altar(conga) é o símbolo Maximo de uma religião de onde tudo se irradia e para onde tudo converge, o altar é simbolicamente retratado como O Todo Divino ou o corpo de Deus onde cada uma de suas partes estão assentadas e desempenham uma função e ativa um mistério. Tal como um corpo humano que ao ser visto como um todo se mostra como uma unidade (Altar) (Deus) e nas suas particularidades o vemos cada membro e órgão como parte do todo que o compõe (Divindades assentadas). Sendo assim ao tocar a nossa testa no altar saudamos Olorum (Deus) e os Sagrados Orixás que são Suas forças manifestadas ou Suas manifestações individualizadas, e saudamos os Orixás regentes e Guardiões dessa casa. Exemplo de saudação: Salve o Divino e Sagrado Criador Olorum, os Divinos e Sagrados Orixas manifestadores de vossos poderes na criação, peço a vossa benção, vosso amparo e vossa guia meus amados Pais, para que amparados, abençoados e conduzidos por vós, venha servi-los como uma extensão do vosso poder semeando a paz, o amor, a fraternidade e a harmonia nessa minha jornada espiritual. (Amem). Trunqueira ou assentamento do Orixa Exu, Pomba-Gira e Exu Mirim: A Tronqueira é um portal mágico-religioso protetor ligado aos poderes e forças espirituais, naturais e divinas do sagrado orixá Exu, Orixa Pomba-Gira e Orixa Exu-Mirim, por onde suas vibrações, magnetismos, energias se condensarão nos objetos sagrados e simbólicos ali assentados e a partir deles passam a dar amparo e proteção de forma permanente ao médium, a sua casa ou em seu terreiro. Esse campo protetor se ativa com a função de minimizar e anular todas as cargas energéticas negativas vibradas contra o seu médium, suas forças e sua casa ou terreiro, dando sustentação e proteção para que o mesmo possa cumprir a sua missão e seu destino. Esse assentamento é necessário e fundamental a todo médium que se propõe a servir Deus através da Umbanda, pois como a Umbanda é uma religião fundamentalmente magistica, muitos dos seus assistidos se chocam com trabalhos pesados feitos na natureza e com forças negativas altamente nocivas ao nosso corpo espiritual. E é ai que se justifica o assentamento da Tronqueira das Divindades e forças da Esquerda, pois essa tronqueira por ser em si um portal mágico assentado de forma permanente e assim que assentada aqui no plano material ela também se projeta e se assenta na sua contra parte espiritual, natural e divina, o poder realizador da divindade é completo, podendo da onde esta intervir em nosso beneficio e amparo, pois o assentamento com todos os elementos ali colocados e distribuídos de forma geométrica possibilita essa atuação em nosso favor. Toda Tronqueira é regida pelo mistério maior das Sete Defesas Sagradas que é Regido pelo Divino Pai Ogum que é em si o amparo e a proteção divina que zela por a nossa caminhada para que venhamos cumprir o nosso destino em paz e harmonia realizando aquilo que o Divino Criador espera de nós, suas centelhas de luz, vivas ativas e pensantes. Todo médium assim que se desenvolve e tem autorização do guia chefe para começar trabalhar e a atuar ativamente na linha de passe, recebe a orientação ou a intuição do seu exu de trabalho para que realize o assentamento de sua tronqueira que é o primeiro assentamento de todo médium que passa a fazer parte da linha de passe, e mesmo que o médium não se atente para isso, logo após um tempo acontece a manifestação de seu exu de trabalho e de forma involuntária diz ao dirigente espiritual: “Companheiro preciso que auxilie o meu aparelho a realizar o assentamento da minha tronqueira” e o porque disso? Porque o exu de trabalho sabe que assim que o assentamento estiver pronto, a sua “vida espiritual” se torna mais fácil, pois toda carga energética negativa desprendida no passe energético, não fica nem no campo espiritual do exu e nem no campo espiritual do médium e que toda a carga negativa é recolhida pelos campos naturais ligados à tronqueira que ali serão desagregados, diluídos e devolvidos as sua realidades de origem. Sendo assim a tronqueira tem fundamento e é preciso assenta-la. A representação do ato de cruzar o solo: O ato de cruzar o solo apreendidos e aprendidos por nós através dos pretos-velhos de nossa querida Umbanda, significa abrir campos e passagem para o lado sagrado da criação, pois toda cruz mágistica simboliza passagem de um nível para outro, e quando cruzamos o solo estamos abrindo uma passagem para o lado sagrado da criação saindo do lado profano e adentrando no lado sagrado, quando fazemos o sinal da cruz, estamos abrindo em nosso espírito uma passagem para o lado sagrado da criação. Quando cruzamos o solo por três vezes, alem de abrirmos uma passagem para o lado sagrado da criação, abrimos também uma passagem para o lado espiritual, natural e divino e passamos a ativa-lo em nós como um estado em potencial, ativando-se sempre em que fazemos o sinal da cruz e nos voltamos para as coisas sagradas e divinas. Então sempre que vamos saudar um guia espiritual ou um Orixa, devemos cruzar o solo por três vezes saudando o seu lado sagrado espiritual, natural e divino, pois tudo que existe na criação esta ligado a esses três lados. Quando saudamos um guia e ele nos saúda dessa forma também esta saudando o nosso lado sagrado espiritual, natural e divino saudando a nós e as forças e poderes ligados a nós através desses três estados da criação, o natural, o espiritual e o divino. Todo ato realizado na Umbanda é um ato sagrado e tem fundamentação em Deus e nas suas Divindades sagradas que são os sagrados Orixas. Encostar a testa no altar “bater a cabeça”: O popularmente dito “bater cabeça no conga” representa o ato sagrado de encostarmos a nossa fronte no altar ou no solo sagrado do templo e através daquele ato de respeito e devoção pedirmos a benção e proteção de Deus e das Divindades Orixás regentes do templo religioso, mas alem de ser um ato de devoção e respeito, também ativa o chacra frontal localizado no centro de nossa testa ligando-nos mentalmente a divindade regente do templo em que trabalhamos ou vamos visitar, pois assim que você se ajoelha e toca sua testa no solo num ato de reverencia e respeito, o vosso “ori” localizado próximo ao chacra coronal se abre e deixa amostra o símbolo sagrado que todos nós temos em nosso mental, símbolo esse que é eterno e imutável representando o sentido sagrado no qual estamos ligados à Deus no momento em que fomos qualificados e dotados com um dos seus dons ou qualidades divinas. Ritual da Pemba e da Toalha Sagrada e a quem saudamos: A saudação da pemba e da toalha é um ritual sagrado em que oferecemos o nosso “Ori” ou coroa que simbolicamente representa nossa mente, esse ritual é o ritual da “oferenda da cabeça” é quando oferendamos nosso pensamento depositando nossa cabeça na toalha sagrada para que o divino criador e os divinos orixás maiores abençoe nossa centelha divina sagrada que é o primeiro corpo divino no qual fomos dotados por Deus e onde esta a nossa essência divina é o que de mais sagrado em nós habita, pois quando fomos gerados por Deus fomos gerados como centelhas vivas de luz, como pequenos mentais adormecidos, para que de plano em plano da criação fossemos desdobrando essa essência até que um dia possamos retornar ao pai não mais como uma centelha luminosa inconsciente e sim como um mental divinizado e hiper-consciente amparando milhões de seres que ainda estão desdobrando a sua essência. Essa é a missão e a saga de todo espírito: “crescer e evoluir para amparar a evolução daqueles que estão evoluindo” Ritual da Esteira Sagrada: A Esteira de palha é um elemento litúrgico e sagrado dentro do ritual de Umbanda, o seu rito litúrgico e religioso constitui em ao adentrarmos no interior do templo e após fazer as devidas saudações nos pontos salutares, nos dirigirmos à esteira que estará de frente para o altar firmado com uma vela branca e com um copo com água, ajoelharmos, cruzarmos o solo a nossa frente e deitarmos em cima da esteira de modo que nosso corpo fique por completo em cima dela. Saudamos o Divino Criador Olorum e os Sagrados orixás senhores do altíssimo, viramos a nossa cabeça para o nosso lado direito e saudamos todos os poderes e forças dos orixás assentadas a nossa direita e depois viramos a nossa cabeça para nossa esquerda e saudamos todos os poderes e forças dos orixás assentadas a nossa esquerda, pedimos a sua benção, a sua proteção e o seu amparo para nosso trabalho, depois nos voltamos com a cabeça no solo e direcionada para frente e saudamos novamente o divino Pai Olorum e pedimos que faça-nos instrumento de Sua Sagrada vontade para que sejamos uma extensão de vossa bondade e misericórdia em beneficio dos seres até nós encaminhados. O ritual da esteira nos coloca em contato diretamente com a realidade ou morada Divina dos Sagrados Orixás, pois a esteira devidamente consagrada para esse fim, assim que ativada se abre para a realidade divina dos Orixás e projeta o nosso espírito para essa realidade isolando-nos desse plano material para que recebamos de forma direta as vibrações naturais necessárias para que os desdobramentos, dons ou faculdades que trazemos desde nossa origem em estado potencial, possam ser estimulados e desenvolvidos para que naturalmente se abra em definitivo como um estado natural em nós. Defumação e o ato de defumar: O ritual sagrado da defumação é um ato litúrgico milenar e vem sendo praticado por muitas religiões ativas e também por muitas religiões que já se recolheram ou já cumpriram suas missões redentoras. Toda defumação é um ato religioso por excelência e traz em si um principio cuja função é purificar algo ou alguém, anulando sobrecargas energéticas negativas, e interagindo com o lado sagrado que cada coisa criada por Deus foi dotada. Pois quando defumamos um ambiente, anulamos a sobrecarga energética negativa ali instalada e criamos ali um espaço saturado de essências consagradas, permitindo desta forma que o ambiente seja tomado por uma áurea luminosa e sagrada, pois toda defumação tem que ser acompanhada de cantos litúrgicos e rezas ou preces com sentido de purificar e afastar vibrações negativas e espíritos descomprometidos, pois é justamente os procedimentos religiosos tais como as rezas e os cantos sacros ou religiosos é que serão o ativador e condensadores dessa vibração divina que por ser muito sutil deve ser condensada em um elemento para que ali realize sua função, e a única forma de tornar sua defumação realmente funcional é evocando de forma religiosa o sagrado para que as vibrações divinas que só atuam de dentro para fora possam se elemetarizar na fumaça da defumação e a partir dessa materialização de uma energia divina ela possa atuar nessa contra parte que é física. O rito da defumação é essencial e irremovível na Umbanda e sem esse rito não se tem uma casa harmoniosa e equilibrada. Saudação às sete linhas de Umbanda: As sete linhas de Umbanda são sete irradiações divinas projetadas a partir de sete tronos divinos que são mistérios assentados na criação e são manifestações individualizadas do Único e Divino Criador. O ato de saudar as sete linhas de Umbanda, é um ato de reverencia dos sete poderes divinos que são co-criadores de tudo e de todos e que amparam e sustentam tudo e todos através de suas divindades. As sete linhas de Umbanda, faz menção e referencia a sete tronos divinos que estão representadas como a Coroa Divina Planetária regente do nosso planeta, e simbolicamente são descritos como “coroa planetária” porque são sete mentais divinos que representam a coroa da mente suprema que é o Divino Criador Olorum, por isso a alusão a “coroa” símbolo de poder que governa e sustenta toda a criação divina. Saudação aos orixás: A saudação aos Orixás é a reverencia que fazemos aos manifestadores naturais dos divinos tronos planetários representado pela coroa divina regente de tudo e de todos, pois os Orixás são os manifestadores por excelência dos Divinos Tronos de Deus. Quando saudamos os Orixás, estamos reverenciando O Divino Criador através da sua divindade e esplendor que se manifesta na natureza dos seres, das criaturas e de suas realidades divinas que são planos da criação que acolhem os seres e as criaturas para que nele possam viver evoluir e cumprir seu destino. Os orixás são senhores das naturezas, no plural mesmo, pois regem a natureza intima dos seres e também regem a natureza terrestre que são planos sagrados da criação onde vivemos e evoluímos. Os orixás são divindades naturais que manifestam-se através do nosso intimo, pois assim que somos gerados por Deus, somos imantado e qualificado por uma natureza divina que manifesta-se através desses divinos pais regentes, e essa qualidade nos amparara e nos conduzira de dentro para fora e a partir do nosso intimo, nos individualizando com uma natureza e personalidade que nos caracterizara e nos marcara por toda a nossa existência, estando em nós como a essência divina que nos conduz através de nossa natureza intima, passando para nós qualidades intimas ligadas ao seus princípios divinos. Quando observamos que determinada pessoa que tem uma forma rígida de se conduzir, que é leal e tenaz na defesa dos menos favorecidos e que é capaz de doar a si próprio para que o seu irmão não venha a sofrer, dizemos que essa pessoa é filho de Ogum, pois a sua essência e natureza intima, são qualidades regidas pelo Divino Trono da Lei, cuja divindade manifestadora desse poder na Umbanda é O Divino Senhor Ogum, “ O SENHOR DAS DEMANDAS”. Saudamos os Orixás para reverenciar a essência divina que se manifesta em nosso intimo como o nosso elo sagrado com o Divino Criador Olorum, elo este que nos amparara por toda a eternidade e nos conduzirá no caminho de retorno ao Pai. Saudação ao Hino da Umbanda e sua história: Um hino compõe em sua melodia a essência no qual constitui as bases da religião, da nação ou povo que a representa. Traz em sua composição elementos fundamentais referente ao seu propósito e a sua missão, representando aqueles que estão ligados a instituição seja ela religiosa ou civil a qual representa. A Umbanda tem seu Hino Sagrado, cuja letra e melodia enaltecem os princípios fundamentais de sua existência que é semear a Paz, o Amor e a fraternidade. Refletiu a luz divina Com todo seu esplendor vem do reino de Oxalá Onde há paz e amor Luz que refletiu na terra Luz que refletiu no mar Luz que veio de Aruanda Para tudo iluminar A Umbanda é paz e amor é um mundo cheio de luz É a força que nos dá vida e a grandeza nos conduz. Avante filhos de fé, Como a nossa lei não há... Levando ao mundo inteiro A Bandeira de Oxalá ! Levando ao mundo inteiro A Bandeira de Oxalá ! Como surgiu e quem foi compositor do Hino da Umbanda: Hino da Umbanda foi composto na década de 60, há cerca de 46 anos, por um cego que em busca de sua cura foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Embora não tenha conseguido a cura por ser sua cegueira cármica, ficou apaixonado pela religião e escreveu uma canção para mostrar que poderia ver o mundo e nossa religião de outra maneira. Apresentou a composição ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto que resolveu apresentá-la como Hino da Umbanda, o qual em 1961, no 2º Congresso de Umbanda, foi oficializado para todo o Brasil. É importante saber que não se deve repetir a ultima estrofe do hino; que em sinal de amor e respeito pela religião coloca-se a mão direita sobre o peito e que, como para qualquer hino, não se deve bater palmas ao final de sua execução, as palmas acontecem quando saudamos a Umbanda. Saudação ao Pai Oxalá e porque de sua deferência: O Divino e amado Pai Oxalá, nas lendas africanas é quem carrega o modelo dos mundos, é quem modela tudo e também é quem carrega o peso do mundo sobre as costas. O Divino Pai Oxalá é um mistério da Fé e como um mistério de Deus Ele esta em tudo e em todos. Sendo assim a Fé é o motor e a viga mestra de Toda religião, pois sem Fé não existe religião, agora a fé existe sem religião e à essa fé sem religião denominamos de esperança e de confiança. Todos nós somos movidos por uma crença em algo e crendo em algo, esperamos alguma coisa desse algo, por exemplo: quem faz faculdade é porque crê que isso será importante para seu futuro, e sendo importante para seu futuro, se esforça no presente com a esperança de concluir os estudos e galgar uma colocação profissional que lhe trará mais conforto. Outro exemplo é o casamento, pois quem casa é por que crê no amor e confia na pessoa que ira contrair matrimonio, esse matrimonio contraído no presente é realizado com a esperança de ter filhos e constituir família, expandindo assim a arvore genealógica dos nubentes. Demos esses dois exemplos para justificarmos que a fé esta presente em nossa vida como uma viga mestra e motor principal que nos impulsiona a evoluir e conquistar os nossos objetivos, sendo assim ela assume um lugar de destaque em nossas relações com o mundo e também assume uma deferência em uma cátedra ou religião. E na nossa amada Umbanda não seria diferente, tendo no ápice do altar o divino Pai Oxala e abaixo dele todos os orixás, pois ele também é descrito como o pai dos orixás, deferência esta legitimada por representar o Divino Trono da Fé, sentimento este regente de todos os nossos atos sejam eles religiosos ou não. Sendo assim, na abertura dos trabalhos saudamos particularmente esse divino Pai, pois ele enquanto principio divino da Fé esta em tudo e em todos, inclusive nos outros amados Orixas. Sarava nosso Pai Oxala. (Exê Baba que significa: O Senhor Realiza, Obrigado Pai) Saudação aos Orixás Regentes da Casa: Saudamos o Orixa Regente da casa, pois é Ele a divindade responsável por tudo que acontece nos trabalhos, tudo que é ativado espiritualmente e magisticamente só o é porque assim por Ele foi consentido, tudo que se abre ou se fecha só se realiza por que antes Ele enviou suas vibrações vivas e divinas dando sua outorga para que ali fosse aberto um trabalho em nome da lei maior e da justiça divina, sedo Eles o par de Divindades Regentes os responsáveis pelo o amparo e a proteção dos trabalhos espirituais, zelando assim por tudo e todos que se encontram ali reunidos em nome do amor à Deus, às suas Divindades Orixás e as pessoas que até ali se dirigem em busca de uma palavra de Fé, Carinho e esclarecimento. Por isso o saudamos respeitosamente e entoamos cantos de louvação as suas forças e poderes divinos, naturais e espirituais, lhes pedindo o amparo e a proteção para que tudo que ali for realizado seja feito com o amparo, a proteção e a anuência dos Pais Orixás Regentes. Todos os filhos e médiuns bem como suas forças espirituais, estão ligados a esse Orixá regente e a Ele prestam contas e por Ele são graduados se merecedores ou afastados se passam a viver de forma antagônica aos princípios que rege a Umbanda, transgredindo valores morais e éticos pré estabelecidos na liturgia do culto. Saudação ao Orixa que ira abrir os trabalhos: Saudamos o Orixa que ira abrir e reger os trabalhos da casa, pedindo-lhe a proteção e o amparo necessários para que eles incorporem e abra suas vibrações sagradas e preparem o espaço religioso para que os guias e protetores espirituais possam incorporar e realizar seus trabalhos em nome de Deus e em beneficio de todos aqueles que forem em busca de uma ajuda de ordem espiritual ou material, onde os guias darão conselhos sempre elevados, acalmando e apassivando o espírito da pessoa que até ele se achega, equilibrando-as e conduzindo-as já em equilíbrio à sua linha de evolução, religando-as aos seus regentes divinos que após religa-las assim melhor ampararão elas e as conduziram até que cumpra seu destino segunda a vontade divina. Saudação à linha de força espiritual que ira realizar o trabalho de atendimento: Saudamos a linha de força que ira trabalhar (Caboclo, Preto-velho, Ere, Exu, Pomba-Gira, Baianos, etc. reverenciando essas linhas que na verdade são graus ou patentes divinas, onde espíritos comprometidos com a lei e já despertos consciencialmente, se volta para nós encarnados única e exclusivamente por amor e passam a nos auxiliar procurando nos elevar moral e consciencialmente, para que também um dia venhamos a nos tornar caminhos onde muitos possam vir a caminhar, e para que um dia também venhamos a nos tornar fonte pura decente sabedoria onde muitos possam saciar a sua cede de conhecimento. Essa é a função primordial e impar de um guia protetor, nos tornar melhores e mais sábios, lapidando nosso intimo assim como pedras brutas para que assim lapidados um dia venhamos a brilhar como um diamante exteriorizando a luz em nosso intimo no qual fomos dotados desde nossa origem quando fomos gerados por Deus nosso Divino Criador. Guia Protetor de Umbanda é isso: a manifestação do espírito para pratica da caridade, onde com os mais evoluídos aprenderemos e aos menos evoluídos ensinaremos e a nenhum renegaremos. Caridade essa doada por Deus de forma gratuita no qual devemos retribuir essa dádiva também de forma gratuita onde todo e qualquer trabalho em beneficio do próximo nunca devera ser cobrado, pois o sorriso e a paz daqueles que até nós vieram procurar ajuda já é a recompensa e o balsamo de toda labuta daquele que serve Deus como um verdadeiro instrumento Dele o nosso divino criador. Ser guia espiritual de Umbanda é isso: anular sua identidade e natureza própria para assumir uma identidade e natureza divina se integrando com o Todo, anulando nossos desejos particulares para que a vontade divina possa se manifestar em nosso intimo, para que melhor venhamos servir Deus e Os Orixás como extensão de sua bondade e misericórdia a serviço dos seres e criaturas gerados por nosso Divino Pai em comum. Saudação à linha de força espiritual que ira descarregar as vibrações energéticas após o trabalho de atendimento: Sempre que se encerra o atendimento mediúnico junto a assistência, cantamos e reverenciamos as linhas de forças espirituais que ira descarregar, recolher e limpar o espaço religioso de toda vibração negativa a nível espiritual, tornando novamente neutro para que assim possa vibrar sua energia natural que é as vibrações, magnetismos e energias irradiadas pelos regentes do templo. Saudação ao Orixá que ira fechar os trabalhos: Saudamos o Orixa que ira realizar o fechamento do vórtice divino que ali foi aberto para que em sua manifestação e nas suas danças sagradas seja recolhido, reequilibrado e reordenado todas as energias ali presentes, onde todas as vibrações e energias ali restantes serão devolvidas as suas fontes vivas de origem, recolhendo-a desse nível material e espiritual e devolvendo para sua realidade natural para que lá no seu campo original passem a fluir naturalmente. Nós seres humanos quando em desequilíbrio, deslocamos determinadas energias, cujo magnetismo e função nos são nocivos e antagônicos, quando esse desequilíbrio se torna acentuado tornamo-nos portais onde deslocamos energias oriundas de outra realidade cuja função só é necessária lá onde ela flui naturalmente pois lá ela tem um motivo de estar, sendo assim essas energias passam a vibrar em nosso campo espiritual nos trazendo complicações em nosso corpo biológico, energético e espiritual, alterando algumas funções que somente são originais em nós, pois só nos a geramos. Podemos usar como o exemplo o oxigênio que é vital para algumas espécies e nós inclusive, porem há formas de vidas virais e bacterianas que vivem sem o oxigênio e que sucumbiriam caso fosse exposto ao mesmo, tal como a planta que se alimenta de gás carbônico e na sua fotossíntese expele o que não é consumido por ela que é o oxigênio e que para nós o que a planta descarta é vital para nossa sobrevivência. Sendo assim no encerramento dos trabalhos Essas Divindades Orixás recolhem cada energia, vibração, magnetismo e fontes vivas e formas de vida deslocadas de suas realidades por nossos sentimentos íntimos vibrados negativamente e as devolvem para suas realidades de origem para que lá possam fluir naturalmente, reequilibrando as partes com o todo. Encerramento: Entoamos cânticos de agradecimento louvando a Olorum e aos Sagrados Orixás, por mais uma oportunidade de servimos Deus Servindo-O através da Umbanda e suas Divindades Naturais e clamamos à Ele a dádiva de sempre sermos dignos de poder servi-lo através das forças da natureza que são seus divino tronos Orixás. Pedimos também que venhamos a ser sempre amparados, protegidos, orientados e conduzidos pelos senhores Regentes da sua Lei Maior e da Sua Justiça Divina, para que amparados por Ele venhamos ser a extensão de Sua misericórdia e bondade para com os nossos irmãos, e para que um dia Oxalá permita estarmos todos integrados e irmanados e numa só canção de fraternidade todos juntos louvarmos O Nosso Divino Criador como filhos do mesmo Pai fonte inesgotável de Amor.