"Política"
Por saulo godinho | 06/08/2020 | Política
“Politica”
Discutir política, assim como futebol, religião, é algo extremamente desgastante, enervante, que raramente se chega a algum consenso prático, proveitoso. Política desperta paixões ideológicas, partidárias, pessoais. No sentido comum, vago e, às vezes, um tanto impreciso, “política compreende arte de guiar ou influenciar o modo de governo pela organização de um partido político, pela influência da opinião pública, pela aliciação de eleitores”. Política, segundo Hobbes "consiste nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem". "O conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados” para Russel . A noção dada por Nicolau Maquiavel, em O Príncipe: "a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo".
Portanto, ela se faz presente, necessária, em qualquer sociedade moderna. Seria impossível viver sem um mínimo de uma estrutura política, já que ela está inserida na organização de cidades, povos e nações. É necessária para ditar normas, fazer andar a engrenagem, cuidar dos interesses de seus cidadãos, punir os que não se adequem as suas leis.
Política exige comprometimento, honestidade, ética, altruísmo. É neste ponto nevrálgico, que seus praticantes, ou seja, os políticos, comumente desandam, já que ela gera poder, normalmente “poder” vem atrelado a dinheiro, posses, ganâncias, roubalheiras, corrupção, palavras tão corriqueiras no nosso dia-a-dia.
Particularmente, vejo a política como algo que não podemos prescindir, mas o político, este sim, é algo comumente terrível, enganador, mentiroso, bem eloquente, fazedor de promessas, mas não cumpridor das mesmas, aquele que pouco ou nunca se importa com o povo. Finalmente gosta, e gosta muito de dinheiro, eis algumas características básicas dos políticos.
Generalizar é algo que jamais devemos fazer, algo perigoso, já que existem exceções, até belas, mas cada vez em menor quantidade. Como qualquer instituição, arte, movimento, organização e estrutura social, a política gera paixões. Esse pode ser um sentimento enganador, pois ele turva sua mente, sua visão e, principalmente, a crítica. Todos que agem movidos a paixões correm grandes riscos de se decepcionarem. Quando você acha que está apaixonado é apenas uma ilusão, uma fantasia, que você criou de uma pessoa, de uma ideologia perfeita, que não existe. Portanto, quando não são mentirosos, embusteiros, enganadores no sentido usual, então caem sob a categoria daqueles que, através de sua crença ou fanatismo, vivem ideias obsessivas, enganando a si mesmos. Porque por meio de suas próprias forças mentais, sentimentais, entre o enganador e o enganado, há um profundo abismo, este até pode ser inocente; aquele, jamais.
Como ouvimos comumente nos momentos de maior caos emergem os grandes políticos. Posso citar alguns: Winston Churchill, na Inglaterra, durante a II guerra mundial. Mahatma Gandhi pela independência da Índia. Luther King, pelos direitos dos negros nos EUA. Nelson Mandela, pelo fim do apartheid na África do Sul. Etc. E os piores, nossa, os piores são muitos! Exemplos: General Francisco Franco, da guerra civil espanhola. Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, ambos na II Guerra Mundial, Josef Stalin e sua política de expurgos, na Rússia. Pol Pot e seu genocídio louco no Camboja. Os psicopatas, sociopatas Idi Amin Dada, em Uganda, Saddam Hussein, no Iraque, Muammar al-Gaddafi, na Líbia. Ainda atuante Kim Jong-un líder, supremo na Coréia do Norte. Nossa vizinha Venezuela, do falecido Hugo Chaves, hoje Nicolas Maduro. Como podemos notar, os exemplos de políticos nefastos, genocidas, corruptos são muitos, muitos... E no Brasil?
É desnecessário falar o que a maioria dos brasileiros pensa de nossos políticos, da política por eles praticados, mas apenas para citar um episódio entre dezenas, centenas de casos e para não me tornar enfadonho: a roubalheira de governadores, prefeitos e secretários de saúde, de verbas destinadas ao combate da pandemia de “corona vírus”. É vergonhoso, deprimente, que essas figuras aproveitem qualquer brechinha, para roubar, desviarem dinheiro em benefício próprio, em detrimento de milhares de pessoas. São assassinos e em qualquer país mais sério estariam mofando em cadeias. Mas no Brasil, com essa justiça chula, ridícula, nada acontece. Então, é preciso separar o joio do trigo, os bons, dos maus, os desonestos, dos honestos, os éticos, dos imorais. A sensação que fica é que política definitivamente não é para qualquer um, principalmente os íntegros.
Saulo de Tarso Lopes Godinho, sou graduado em Comunicação Social pela UFS, Radialista, Pós Graduado em Comunicação Estratégica pela UFBA. Filosofia pela UFS.