Poetas Contemporâneos - OTACVIO GUERRA

Por José Nunez | 10/07/2009 | Literatura

CICLO

(ambientalismo)

 


Era ainda muito burguês,

Era ainda muito bucólico.

A margem do riacho

Que desce a montanha

Ela estendeu a toalha,

Serviu refresco e castanha

Serviu geléia e Pão de Centeio.

Passaram a manhã inteira

Entre beijinhos sem língua,

Promessas de amor patético

Que desconhece o tempo.

 


O paraíso é uma extensão do inferno.

 


Tarde, o céu enegreceu.

O chão ficou encoberto,

De corpos carbonizados, fuligem...

A montanha vomitou fogo,

Fumaça, vapor, lama, enxofre...

No riacho corre lavas,

Chuva ácida, água incandescente.

O vulcão trouxe o inferno

Para está superfície bucólica,

De um sonho americano,

Que não conhece limite.

 


Octávio Guerra

J.Nunez

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