Poema sem fim
Por Ailton Araújo de França | 30/04/2012 | PoesiasQueria somente escrever.
Escrever até que somente restasse apenas ler,
E o sonho fosse permissão da leitura,
Como uma viagem longa e relaxante.
E quando parecesse que findasse a poesia,
Visse-se que esta voltava e voltava e voltava,
Como um poema sem fim.
Daqueles que somente parecem ter começo,
Mas não têm,
Tampouco fim,
Pois este se apresenta prelúdio do reinício.
E em letras símplices e languidas
Retomar-se-ia o começo como renovação,
Re-respiração,
Fôlego novo,
Como de um bebê de batimentos e respiração
Escandalosamente acelerados.
Importante mesmo seria ver, cheirar e sentir
A eternidade do poema.
Daquele que, como em um rolo giratório,
Vai-se lendo à medida do giro,
E continua-se como uma nova e surpreendente leitura
De um poema sem fim.
É eu queria.
Queria somente escrever.
Escrever até que somente restasse apenas ler,
E o sonho fosse permissão da leitura,
Até que reiniciasse tudo outra vez,
E fosse surpreendentemente relaxante como é um sonho bom.
Ailton França