Poema do Alzheimer
Por Reinaldo Müller (Reizinho) | 24/12/2015 | CrônicasPoema do Alzheimer
Não me peça para lembrar as coisas. Não tente me entender. Deixe-me apenas descansar e saber que você está comigo. Beije meu rosto, me abrace e segure a minha mão. Eu estou confuso muito além de sua compreensão. Estou triste, doente e perdido. Tudo o que eu sei é que preciso que você esteja comigo a todo custo. Não perca a paciência comigo. Não me xingue e nem me maldigue. Respeite-me como eu sou. Acolha o meu pranto. Não posso evitar o jeito como eu ajo muitas vezes. Não dá para mudar, por mais que eu tente. Basta você lembrar que o melhor de mim já se foi. Por favor, não deixe de ficar ao meu lado. Tenha misericórdia para com aquele que te deu a vida. Dê-me seu amor até que minha vida se acabe.
Obs: este poema vale para TODOS os pais que já, idosos, são tão incompreendidos por seus filhos.
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