PLATÃO DUALISTA: UMA LEITURA DE FÍLON DE ALEXANDRIA?

Por Lucas Cerqueira | 19/03/2018 | Filosofia

Lucas Santos Cerqueira[1]

Marco Antônio de Lima Santos[2]

Orientador: Prof. Dr. Everaldo Mendes[3]

RESUMO

O presente artigo buscará compreender a dualidade platônica em sua origem. É de fundamental importância se diferenciar como esse conceito dualístico chegou ao Ocidente a partir da leitura neoplatônica do filosofo judeu Fílon de Alexandria (25 a. C. – 50 d. C.), confortando-o com os conceitos apresentados nos próprios escritos de Platão: Fédon, Timeu,Crítias e Leis, os quais muitos filósofos e pensadores posteriores não tiveram acesso. O mais grave é que essa “leitura enviesada” de Platão parece ter influenciado grande parte do pensamento filosófico posterior, indo até a experiência religiosa, social e a cultura no ocidente o que fez com boa parte da sociedade tenha ficado com um legado distorcido da filosofia platônica, que recai necessariamente numa antropologia dualista como se esta fosse obra do próprio Platão.

Palavras-Chave: Platão. Dualismo. Fílon de Alexandria.

INTRODUÇÃO             

Nesse sentido, a partir de um estudo mais detido e atento a respeito do tema proposto. Tendo por objetivo obter a resposta desta problemática: Platão dualista: uma leitura de Fílon de Alexandria? Neste contexto existe de um dualismo antropológico (alma e corpo) nos escritos de Platão? Ou mesmo foi um legado pela leitura neoplatônica de Fílon de Alexandria?

Nesse sentido para compreender a dualidade platônica em sua origem é de fundamental importância se diferenciar como esse conceito dualístico chegou ao Ocidente a partir da leitura neoplatônica do filosofo judeu Fílon de Alexandria (25 a. C. – 50 d. C.), confortando-o com os conceitos apresentados nos próprios escritos de Platão: Fédon, Timeu e Crítias e Leis, os quais muitos filósofos e pensadores posteriores não tiveram acesso. O mais grave é que essa “leitura enviesada” de Platão parece ter influenciado grande parte do pensamento filosófico posterior, indo até a experiência religiosa, social e a cultura no ocidente o que fez com boa parte da sociedade tenha ficado com um legado distorcido da filosofia platônica, que recai necessariamente numa antropologia dualista como se esta fosse obra do próprio Platão.

Neste contexto, no diálogo Fédonos mundos sensível e inteligível parecem mais interligados embora não se confundam ontologicamente (o ser visível difere do Ser em si). A relação corpo e alma na obra Timeu e sobretudo nas Leis é vista de maneira bastante positiva: a alma é comparada ao marinheiro e corpo ao navio, faz-se esta analogia para demonstrar que a alma é mediadora entre o mundo sensível e o mundo das ideias, ou seja não há separação, mas sim uma unidade.

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