Planificar à Esquerda e Gerir à Direita
Por Miguel Cristovao | 05/12/2008 | AdmMintzberg publicou na Harvard Business Review em 1976 o artigo "O hemisfério esquerdo e a planificação, o hemisfério direito e a gestão" que pretendeu responder a uma série de questões à volta da especialização dos hemisférios do cérebro humano. Volvidos mais de 20 anos, nunca esse artigo esteve tão actual como hoje.
Num outro artigo, este do New York Times, foi avançado o resultado de um estudo que aponta o hemisfério direito como sendo responsável pela nossa função emocional.
Existe uma distinção clara entre as funcionalidades associadas a cada hemisfério. Um indivíduo pode ser sobredotado para a pintura e não ser capaz de entender uma demonstração matemática simples.
Astécnicas de planificação e de análise são sequenciais e sistemáticas e parecem portanto ser caracterizadas por processos de pensamento próximos dos que associamos ao hemisfério esquerdo.
Os processos importantes de gestão de uma organização parecem estar ligados às faculdades associadas ao hemisfério direito do cérebro humano.
Dos estudos realizados por Mintzberg algumas das evidências de que as actividades de gestão estão mais ligadas ao hemisfério direito são:
·Facto dos gestores privilegiarem as reuniões às mensagens escritas;
·Facto do conteúdo da informação trocada com os gestores ser primordialmente informal e especulativa;
·Facto de o gestor viver com o dilema da delegação ao necessitar de fazer o "download" da informação que tem armazenada para poder delegar.
Os processos altamente complexos que estão na base da determinação de políticas para a gestão das organizações, estão ligados, de forma muito estrita, a faculdades identificadas como sendo comuns ao hemisfério direito do cérebro.
Para os casos em que as organizações se encontram em situação estável e não há necessidade de estratégias inovadoras, existe espaço para os planificadores desenvolverem os seus planos estratégicos formais e sistemáticos. Por isso, os gestores mais eficientes na obtenção de informação informal, para que possam analisar dados sistemáticos e analíticos, que são igualmente importantes, contam com o apoio dos planificadores existentes na organização.