Planejando a colheita em solos com e sem gradiente textural

Por Luiz Felippe Salemi | 01/09/2009 | Adm

Planejando a colheita em solos com e sem gradiente textural

Suponha que um proprietário rural possuem na sua propriedade dois tipos de solos. Um latossolo e um argissolo. Esses solos diferem morfologicamente uma vez que o primeiro não possui gradiente textural enquanto o último possui. Avaliando-se a prioridade para a colheita, em qual desses solos a colheita deve ser primeiro?

Deve-se iniciar a colheita da cultura nos argissolos e posteriormente nos latossolos.

Mas qual a razão dessa decisão?

A razão consiste no fato dos argissolos serem solos mais sensíveis ao processo de erosão do que os latossolos. Dessa forma, os argissolos possuem horizonte sub-superficial mais argiloso do que o horizonte superficial. O latossolo não possui essa diferenciação textural acentuada. Isso implica em diferentes comportamentos da água nesses solos. Enquanto o latossolo deve permitir boa drenagem, o argissolo permite boa infiltração, mas, a água ao chegar à camada argilosa sofre uma queda de taxa de percolação. Assim, a água pode se acumular, encharcando o solo e gerando escoamento superficial.

Diante disso, deve-se realizar a colheita o mais breve o possível nos argissolos para que estes, durante o início da estação chuvosa, não fiquem desnudos que é o que, geralmente, acontece pós-colheita. Mantendo-se o argissolos cobertos com material orgânico antes das chuvas, protege esses solos que são mais suscetíveis aos processos erosivos que os latossolos. Por esse motivo de conservação, esses últimos solos podem ter a cultura colhida posteriormente já que é mais resistente à erosão.

Vale observar que, se possível, nunca se deve deixar um solo "nu", ou seja, sem cobertura vegetal ou com restos vegetais pós-colheita, independentemente, do tipo de solo que se está trabalhando. Essa medida básica de conservação colabora para proteger esse recurso que é essencial para a produção agrícola.