Planejamento Urbano Regional em uma análise crítica sobre o texto "O Mundo na Era da Globalização" de Anthony Giddens

Por diiegoriani | 01/06/2017 | Resumos

A globalização não diz respeito somente sobre a distribuição em vários e muitos lugares do planeta para os mais diferentes indivíduos dos produtos ditos "globalizados" como celulares, computadores e aparatos tecnológicos. Encontramos pessoas em pequenas aldeias assistindo televisão ou com aparelhos celulares, porém a globalização não é apenas isso, é um processo que vai além e que tem haver com esse período de transformações que está levando o mundo para uma nova ordem.  De certa maneira graças a uma maior disseminação da informação, valores/conceitos e ideologias nas mais diferentes sociedades. A comunicação entre as culturas está como nunca esteve antes e nós estamos vivenciando essas transformações. 

                A globalização é um conceito que surgiu após 1980 e que antes disso praticamente não há referência alguma ao termo. Percebemos discussões e dialéticas a respeito do assunto, sobre o que seria essa globalização, quais os seus efeitos e consequências. Hoje em dia é praticamente impossível falar seja de economia ou política sem falar no termo. A globalização não é somente econômica, mas cultural, tecnológica e política, e foi influenciada principalmente graças aos avanços e desenvolvimento das comunicações. Morse no século XIX enviou por telégrafo uma mensagem que abriu uma nova fase na história do mundo, hoje em dia os satélites transmitem informação com uma facilidade e rapidez incrível que marca uma ruptura com o passado de forma drástica. O primeiro satélite comercial foi lançado em 1969 e hoje temos mais de 200 satélites em órbita, em 1999 o código Morse desaparece do cenário da comunicação, até mesmo embarcações podem ser localizadas com precisão graças aos satélites e a comunicação passou a ser transcontinental. 

                A globalização pode ser sentida tão fortemente quando por vezes estamos habituados a achar mais familiar o rosto de um ícone como Gandhi ( em uma escala mais "cultural") ou Beyonce  ( numa escala mais "pop")ao invés do rosto do nosso vizinho. Foram necessário quatro décadas para o rádio nos Estados Unidos atingir 50 milhões de ouvintes, quinze anos para os 50 milhões estarem usando computadores e apenas quatro anos  para a mesma quantidade estar usando internet e o fluxo de informação agora é intenso e exarcebado diminuindo cada vez mais o tempo para acesso da população. 

                A globalização não afeta unicamente grandes sistemas, mas também os pequenos. Percebemos isso observando até mesmo os valores familiares que estão saindo dos modelos tradicionais, sendo uma notação interessante de mudança desse modelo o papel da mulher. Hoje vemos muitas explosões de reivindicações das mulheres para terem seu papel na sociedade fora do modelo mãe/dona-de-casa, procurando tornar a mulher, aonde sua relevância social era ínfima, a uma parte importante da sociedade. Enquanto praticamente esta relevância em certos lugares era impossível por falta de referência. Essas mudanças geradas pela globalização vão desde o trabalho a política. 

                Porém a globalização realmente tanto tende a puxar para cima como empurrar para baixo. Submetendo-nos aquela ideia de que a globalização favorece principalmente os que tem poder na arena global, o que de certa forma é verdade. Acaba fazendo com que os outros povos queiram ‘existir’ nesse cenário. Prova disso é a necessidade de que alguns grupos para se auto afirmarem no mundo, ressurgem com suas identidades culturais que muitas vezes acabam por explicar o porque de suas atitudes: “eu sou brasileira por isso faço isso, por isso valorizo isso.” O nacionalismo começa  a emanar a medida em que o domínio de estados nacionais mais antigos enfraquece. 

                Para muitos a sensação é de estar se ocidentalizando ou se americanizando principalmente quando não se mora no norte. As maiores empresas são norte-americanas, os músicos mais ouvidos no mundo são norte-americanos, a superpotência cultural, econômica e militar é os Estados Unidos que hegemonicamente "molda" o mundo. Para os países mais carentes a globalização grita como um autoritário cuspindo em sua face um modelo a ser seguido. E afinal, seria globalização ou uma modelização seguindo os que são mais poderosos? 

                Para outros a globalização surge num inverso. Programas brasileiros sendo vendidos para serem exibidos em Portugal, ou a latinização em Los Angeles seria um exemplo de uma colonização inversa nesta época? Os problemas passam a ser de todos, principalmente os ecológicos embora a parcela de contribuição para os problemas seja maior dos países mais ricos. 

                A globalização tanto abre discrepâncias na desigualdade social, observada sobre um modelo econômico, como une e desenvolve as sociedades seja tecnologicamente ou culturalmente como por exemplo, exigimos mudanças nas sociedades que ainda praticam ações que ferem os direitos humanos, etc. 

                A globalização seja como for precisa ser entendida e controlada, há uma necessidade de tomar as rédeas da situação uma vez  que a globalização não é um acidente em nossas vidas mas a mudança causada pelas nossas próprias circunstancias de vida.