Planejamento da Educação
Por Denilson Borges de Paula | 21/10/2010 | CrônicasPlanejamento da Educação
Análise Crítica
Denilson Borges de Paula
Considerações iniciais
Este texto tem por objetivo analisar a manifestação de Danilo Gandin sobre o planejamento da educação (Gandin 2008)
I- Não há planejamento
Depois da leitura minuciosa do texto em que o autor Danilo Gandin (Gandin 2008) discorre sobre o tema "Planejamento da Educação", observei a postura crítica e retalhadora que este assumiu em relação à forma como foram concebidos os planos de ensino em sua origem.
Em sua opinião, toda a estrutura e a maneira como este planejamento foi desenvolvido não passou de um amontoado de equívocos, chegando a ironizar e, até mesmo, ridicularizar todos os métodos utilizados, baseando-se na autonomia que os educadores deveriam exercer para ministrar suas aulas.
Ocorre que, se formos pensar na época (década de 60), estas bases pré-estabelecidas serviram como norteadores para que escola e professores se guiassem e pudessem usá-las da melhor forma possível na construção de suas atividades didático-pedagógicas e de desenvolvimento cognitivo, utilizando estes métodos até os dias atuais.
Em suas declarações, o autor alega que os conteúdos do planejamento são impostos e autoritários, sobrando para o professor seguir as normas pré-estabelecidas.
Ora, o autor, em suas manifestações, também estabelece "listas" a serem seguidas para procedimentos educativos. (Não estou com isso dizendo que um método seja mais eficaz que o outro, mas sim, opondo-me à forma como são colocados).
Neste sentido entendo haver uma discrepância neste assunto.
Contudo, penso que a evolução do sistema do ensino deva ser o caminho a ser seguido, paliativamente, com uma constante atualização dos professores, buscando a melhor forma de conduzir suas aulas, sem que haja necessidade de rupturas drásticas, ou mudanças que possam desestruturar bases que se solidificaram ao longo dos tempos.
II- Pressuposto conceitual básico
Mais uma vez, julgo que o autor equivoca-se ao dizer que o verbo, no processo educativo, deva ser educar-se e não educar e que o centro do processo educativo escolar não é o aluno e, sim, o projeto político-pedagógico.
Causa-me estranheza esta afirmação, pois entendo que a formulação do projeto político-pedagógico, mesmo que percorrendo vários caminhos, sejam eles filosóficos, sociológicos, ou metodológicos, devam sempre girar em torno de um só objetivo no estabelecimento escolar: A educação dos alunos! Não consigo compreender outra finalidade para o processo educativo escolar.
Quando se pensa em projeto político-pedagógico, pensa-se num trabalho a ser desenvolvido numa classe "x" que é composta por alunos "y", portanto pensar exclusivamente num projeto político-pedagógico sem se considerar os estudantes nele envolvidos, aí sim, é que se pode decretar sua falência.
III- Modelo do plano de sala de aula
Neste capítulo, novamente, o autor critica e ironiza a forma como são construídos os planos de aula, oferecendo soluções que, a meu ver, não fazem parte da realidade vivenciada nos dias atuais. Precisamos levar em conta o tempo que o professor tem à sua disposição para que possa ministrar sua aula.
Não entendo como "não eficazes" os planos de aulas atuais e acho sim, que estes estabelecem metas que, se alcançadas, podem ter sucesso em seu objetivo final.
Considerações finais
Chego ao término desta análise crítica, defendendo o que nos foi transmitido em nossa vida acadêmica, em que aprendemos a elaborar um plano de aula seguindo a maneira "retrógrada" a que se refere o autor e entendendo ser, a princípio, o modelo a ser seguido.
Penso, também, que muitas considerações do autor (Gandin 2008) soam como utópicas, revelando, antes, sua preocupação "político-ideológica" e não correspondendo à realidade vivenciada por muitos de nós no cotidiano escolar, mas é claro, que muitas de suas opiniões e "sugestões" para a melhoria do ensino devem ser respeitadas e levadas em consideração.