PLÁGIO DA SAUDADE
Por Mara Nascimento | 27/05/2013 | PoesiasSaudade, quem não conhece?
Saudade, quem nunca sentiu?
A mesma saudade do exílio,
Lembrança que não se esquece
Dede alguém que já partiu.
Saudade como a daqueles
Que saíram do nordeste
Deixando a Rosinha e a asa branca,
Atrás do maldito dinheiro.
Sem hipocrisia,sendo bem franca
Na mesma andacá danada
Deixei o Catuaí e o Igapó
Com intuito da mesma jornada.
E assim vou plagiando a saudade
Sentimento de outros tantos
Que saíram daqui pra lá
De lá pra cá.
Mas a saudade é a mesma
Seja no Pará ou no Paraná.
Paraná por tio plagio.
É por causa do teu pinheiro
Onde canta a gralha azul
Por minha saudade eu insisto
Que as aves que aqui cantam
Não cantam como as do sul.
Sou filha da fusão
Do concreto com o asfalto
Da negritude à miscigenação
Fruto de um tal de MacDonald
Ou de uma madame Bovary.
Sou filha da cultura importada,
não é cultura nativa
como a que há pouco conheci.
Quando chega o sono e o sonho,
Sou sereia, menina morena,
Mergulho no Tapajós
Até o meu Paranapanema.
Na minha terra tem o pinheiro
Onde canta a gralha azul.
As aves que aqui cantam
Não cantam como as do sul.