Pirianito, o rio que chora
Por Jair Garcia Martins | 30/11/2011 | AmbientalMeus amigos, eu estou me sentindo uma criança quando recebe um belo presente. Com tantos elogios que estou recebendo sobre meus textos, só posso expressar minha gratidão. Não há nada mais gratificante do que tocarmos no coração das pessoas.
Se não tivermos em nós a pureza, a simplicidade, o amor e o dom de tocarmos no coração do nosso semelhante, seremos apenas um vulto a vagar no espaço ou então um ser fazendo peso em cima da terra. Mas pelo comentário, eu vejo que os textos que escrevo estão tocando em muitos corações e digo que não tenho nenhum mérito nisso, resta-me apenas agradecer aos amigos pelos elogios que me fazem, e honrar a Deus pela inspiração. Li um comentário da nossa amiga Dirce que me pede que eu fale também do Rio Pirianito, dizendo-me que seus irmãos pulavam do pontilhão para mergulhar em suas águas e que eram felizes e não sabiam. A vida é assim mesmo, quantas pessoas são felizes e não sabem. Às vezes moramos em um casebre e somos felizes e passamos a morar em um palácio e entramos em uma depressão. O materialismo às vezes tira a nossa beleza interior, porque olhamos a vida com outros olhos.
Vou tirar algumas fotos do rio e entre elas a do pontilhão, assim você e seus irmãos matarão a saudade e vou tecer um comentário sobre o Pirianito. Foi bem perto desse rio que a nossa cidade teve a sua origem, e o primeiro nome que recebemos foi Fazenda Pirianito e depois só Pirianito, e finalmente surge o nome de Uraí. O rio não tinha a fauna nem a flora e nem o banhado do Maticanã, mas deixou para muita gente uma imensa saudade. Por ele ser bem próximo da cidade era repleto de meninos e meninas pescando e brincando em suas águas. O rio tinha muita água, mas também foi retalhado e perdendo suas curvas se tornou em uma forte correnteza, e ao ser cortado e ficando em linha reta suas minas se enfraqueceram.
Hoje ele é apenas um chorinho de água deslizando por entre as pedras é como se fosse lagrimas de um rio que chora. As mesmas pedras estão ali expostas mais um dia estiveram submersas pelas águas que transbordava em toda sua ribanceira. Foi outro bárbaro crime ambiental que tivemos por aqui. E o que nós uraienses estamos vendo é o velório de dois rios que estão mortos, tudo isso que vemos é a natureza minguando por esse Brasil a fora, e porque não dizer por toda parte do planeta. A natureza pede socorro, simplesmente para salvar os homens de uma catástrofe. Nós aqui em Uraí estamos assistindo o velório de dois rios e quem sabe as futuras gerações irão assistir o velório da natureza. Eu sei que todos conhecem uma música que diz assim: o leito do rio já quase sem vida, onde chovia já não chove mais. Aqui em Uraí não foi a falta da chuva que matou nossos dois rios, mas sim dois bárbaros crimes ambientais. E eu pergunto para mim mesmo ao ver tanto descaso contra a natureza: O que será desse planeta azul?
Um forte abraço, e até a próxima se Deus assim permitir.
Jair Garcia Martins
Uraí - Paraná