Petróleo: Futuro Escasso ou Promissor?
Por Sabrina Alves Moraes | 08/03/2011 | EconomiaAcreditava-se que a população tinha um potencial de crescimento ilimitado enquanto que a natureza tem recursos limitados para atender a crescente população. Sendo está afirmação, no entanto baseada na teoria Malthusiana, as populações humanas cresciam em progressão geométrica (2, 4, 16,32...), enquanto a produção de alimentos crescia em progressão aritmética (2, 4, 6, 8,10...). Desse modo, não é diferente quando se fala na matriz energética mundial, pois as necessidades humanas são maiores do que, certas fontes energéticas que a natureza pode proporcionar. A enorme participação das fontes não-renováveis na oferta mundial de energia coloca o mundo diante de um desafio: A busca por fontes alternativas de energia. O mundo pode literalmente entrar em colapso se forem mantidos os atuais modelos de desenvolvimento socioeconômico, com base no consumo de combustíveis fósseis, que respondem por mais de 80% da matriz energética, principalmente o petróleo. Essas fontes de combustível têm prazo para acabar, pois demoram milhões de anos para ser criadas pela natureza e suas reservas vêm diminuindo ou ficando inacessíveis à medida que o tempo passa.
A energia é essencial para a sobrevivência humana, pois com ela desenvolveu-se técnicas de trabalho, construiu obras, estimulou o crescimento econômico, manipulou o fogo (calor, iluminação, preparo de alimentos), expandiu-se a rede de transportes, houve a evolução tecnológica e difundiu-se o processo de globalização. Nessa mesma perspectiva, foi introduzido o petróleo como fonte de energia com inúmeras empregabilidades benéficas aos avanços técnico-científicos e bens materiais como: bolsas, combustível, calçados e etc. Porém essas descobertas serão limitadas em um futuro próximo, já que o petróleo não é uma fonte renovável. Assim, podem surgir algumas dúvidas sobre o mesmo: o que fazer quando o petróleo acabar? Seria difícil imaginar uma realidade isenta do consumo energético, a sociedade depende do mesmo. Desde que este passou a ser usado, nos fins do século XIX, como combustível, ele tomou um papel cada vez mais importante. Não existe qualquer dúvida de que a energia é de uma extrema importância para a civilização. De fato, pode-se dizer que toda a economia está dependente dela. Quando se observa o setor de transportes, por exemplo, mais de 90% dos combustíveis utilizados no mundo são derivados de petróleo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Há uma dependência forte entre as pessoas e o cobiçado "ouro negro" sendo na atualidade sinônimo de "poder" e riqueza. Para tais problemas, não existem soluções em curto prazo, pois novas formas de energia exigem décadas de pesquisas e desenvolvimento para se tornarem viáveis economicamente. Até 2030, segundo a AIE, o petróleo e os demais combustíveis fósseis continuarão a ser a maior parte da energia mundial. Países como o Japão e a França, por exemplo, não dispõem de grande volume de recursos hídricos e têm pouco ou nenhum petróleo. Para manterem a economia, importam petróleo e derivados e, para obter eletricidade, usam usinas movidas com petróleo e energia nuclear. Assim, é natural reações de pânico quando se fala que as reservas de petróleo estão perto de acabar. A escassez do recurso afetaria a economia global de uma maneira brutal sem precedentes. Mas existem várias alternativas para amenizar a situação, dentre as quais a citada por Ehrlich, seria umas das maneiras a adotar: "O sistema econômico também deveria ser remodelado de forma a reduzir o consumo dos países ricos. Tal medida é imprescindível para preservar o meio ambiente e não desperdiçar recursos não renováveis do planeta". (EHRLICH, Paul. A bomba populacional, San Francisco, 1968). No entanto, a cobiça por querer sempre mais, pode levar a degradações e impactos ambientais com emissão de poluentes na atmosfera, principalmente os chamados gases de efeito estufa (GEE). Então, aliar crescimento econômico e ambiental é o principal foco desse processo, podem-se destacar diversas fontes alternativas de energia, como biomassa, os etanóis, energia solar, da eólica e entre outras fontes renováveis. A grande dificuldade para o uso amplo da energia solar é o custo, já que são mais caras que a obtida do petróleo. Mas é preciso dar tempo, enquanto isso os governos investem nas energias conhecidas já que não podem correr o risco de sofrer "apagões" - colapso no fornecimento de energia elétrica que atingiu o Brasil em 2001.
O consumo de energia tem levado à discussão sobre o futuro próximo escasso de bens favoráveis à sobrevivência humana, e a recorrência a alternativas energéticas renováveis levanta polêmica. No que se refere a dependência ao petróleo, a "acomodação" social global de modo generalizado, resultará posteriormente numa convulsão em busca do precioso "ouro preto". A distância na relação sociedade-natureza estará cada vez maior se não houver medidas imediatas às soluções ambientais. Assim, conclui-se que a forte ligação interdependente entre sociedade e energia gera desenvolvimento nas estruturas socioeconômicas. Mas é importante lembrar-se dos fatores negativos e positivos a respeito de tal desenvolvimento. No entanto, existem fronteiras para ser expandidas e outras para ser reduzidas, ajudando-nos a coexistir. Estas servem como indicador do futuro para qual a humanidade caminha. Resta-nos apenas saber interpretá-los e agir conforme necessário seja expandindo ou moderando, mas sempre em mudança para o que é melhor. Enfim, "Como os fatores produtivos são escassos e as necessidades humanas ilimitadas, os agente econômicos precisam decidir onde aplicar preferencialmente os recursos disponíveis".