Pessoas Inteligentes Também Perdem Dinheiro na Bolsa de Valores

Por Antonio Dantes | 13/12/2008 | Economia

"Finanças comportamentais é o estudo de como a psicologia afeta a tomada de decisão financeira e os mercados financeiros." Hersh Shefrin

Esta clara e objetiva definição dada por um dos mais produtivos pesquisadores sobre o assunto dá uma boa idéia da abrangência e importância de estudar Finanças Comportamentais numa época em que os mercados financeiros globalizados tornam-se cada vez mais presentes, direta ou indiretamente, no dia-a-dia do cidadão comum.

Segundo Eduardo Camilo-da-Silva e Cláudio Barbedo, autores do livro Pessoas Inteligentes Também Perdem Dinheiro na Bolsa de Valores, sua relevância é ainda maior no mercado de ações brasileiro. Aqui, só muito recentemente as pessoas passaram a considerar estes ativos como uma estratégia viável para a busca de objetivos pessoais de curto e de longo prazo, como a compra de imóveis, a aposentadoria e a educação de seus filhos.

Os novos investidores, segundo Eduardo Camilo-da-Silva e Cláudio Barbedo, estão ainda muito fortemente sujeitos aos efeitos dos desvios da racionalidade. Com isso, o livro mostra que ser inteligente não é o bastante para se proteger desses vícios comportamentais. Basicamente, você precisa conhecer estes vícios, para poder prestar atenção neles.

O fundo de ações de Robert Thaler, talvez o mais famoso guru de Finanças Comportamentais, apresentou nos últimos 10 anos retornos superiores em até três vezes o mercado atuando com estratégias baseadas em princípios da teoria comportamental. Isto mostra que Finanças Comportamentais pode ser um novo recomeço para as teorias econômicas.

Temos que aprender a identificar como os desvios de racionalidade a que todos nós estamos sujeitos afetam nossas decisões, nossos investimentos, nossa disposição ao consumo, aquisições de serviços, apostas e eventualmente o nosso relacionamento com outras pessoas.