Pesquisa em campo: Escola Pequeno Príncipe
Por RAYANNA MATOS DE SOUSA | 25/06/2012 | Psicologia
PESQUISA EM CAMPO: ESCOLA PEQUENO PRÍNCIPE
Rayanna Matos de Sousa
1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
A creche “Pequeno Príncipe”, localizada na cidade de Senador Sá, atende crianças de Três a Cinco anos de idade, buscando proporcionar atividades recreativas que aumentem a auto-estima das crianças atendidas. Composta por 32 crianças, estas divididas em três salas, funcionando duas pela manhã e uma à tarde. A creche tenta manter condições favoráveis de educação, estimulando hábitos saudáveis e incentivando a criatividade dos pequenos.
1.1 Público e faixa etária
“Pequeno Príncipe” está voltada para a Educação Infantil, sendo a mesma, frequentada por crianças de Dois a Cinco anos de idade.
Nossa pesquisa foi realizada com as crianças da Educação Infantil, com idade de quatro anos.
1.2 Equipe multidisciplinar
A creche é composta por Sete funcionários:
· Socorro (coordenadora);
· Andréia (auxiliar da coordenadora e professora);
· Carla (professora do Infantil);
· Érica (professora);
· D. Maria (merendeira);
· D. Raimunda (auxiliar de Serviços Gerais);
· Sr. José Raimundo (vigia).
1.3 Objetivo
Tem como objetivo promover o desenvolvimento das crianças, dando a elas um auxílio nas suas maiores dificuldades, desenvolvendo tarefas que ajudem tanto no aprendizado quanto no desenvolvimento da coordenação motora das mesmas, como por exemplo, conhecer as vogais, o alfabeto, algumas formas geométricas, numerais, escrever seu nome, dentre outras.
1.4 Formação e perfil dos profissionais
· Socorro (coordenadora) – Formada em Pedagogia;
· Andréia (auxiliar da coordenadora e professora) – É acadêmica no Curso de Letras da UVA;
· Carla (professora do Infantil) – Nível Médio;
· Érica (professora) - Nível Médio;
· D. Maria (merendeira) – Ensino Fundamental Incompleto;
· D. Raimunda (auxiliar de Serviços Gerais) – Analfabeta;
· Sr. José Raimundo (vigia) - Ensino Fundamental Incompleto.
1.5 Importância do Estudo da Psicologia do Desenvolvimento para as atividades desenvolvidas
Possui um papel importante e decisivo na construção do bom desempenho escolar, ou seja, sucesso escolar, pois trabalha com as dificuldades de aprendizagem e suas vicissitudes, dentro da realidade vivida por cada criança, jovem ou adulto, como: buscar interagir junto ao educando nos contextos intra e extraescolar; desenvolver ações educativas que favoreçam o desenvolvimento e a promoção da saúde mental de todos os agentes envolvidos no espaço educativo. Pode exercer algumas funções específicas, como por exemplo, avaliar problemas de aprendizagem, problemas de adaptação escolar e fazer um elo entre escola, família e a comunidade. Atuando também, na construção e reformulação, junto a outros profissionais do Projeto Pedagógico da escola. Buscam trabalhar as relações interpessoais no ambiente escolar e pode intervir na avaliação dos planos e práticas educacionais.
1.6 Alcances e Limitações
· Cursos para dar maior formação aos profissionais, adquirindo assim, profissionais qualificados;
· Maior disponibilidade de material escolar didático, como jogos e brinquedos educativos;
· Adequação da estrutura física da escola para atender com mais eficácia todas as crianças;
· Acompanhamento e apoio de profissionais adequados como, Psicólogos e Psicopedagogos, etc.
· Os professores buscam conhecer a potencialidade de desenvolvimento e aprendizagem de cada criança, para assim estabelecerem os objetivos e para alcançar um bom desempenho no aprendizado da criança.
2. LEVANTAMENTO TEÓRICO
2.1 Caracterização da fase que o grupo se dispõe a investigar
Segunda Infância (três a seis anos) – Em que o raciocínio inicialmente egocêntrico passa, em contato com o social, tem a fala privada (conversa pessoal em voz alta), sofisticação da linguagem, controle sobre as ações.
As crianças de 3 a 6 anos de idade são muito ativas e gostam de estar trocando de atividade o tempo todo.
Como estão em uma fase de aprendizado constante, as crianças de 3 a 6 anos são muito curiosas e tendem a desenvolver novas habilidades físicas, estimulando-as de acordo com o ambiente onde as mesmas vivem. E, para que se adaptem ao convívio social, o contato existente entre as diferentes crianças acaba tornando-se de fundamental importância.
2.2 Características desta Fase
A criança aprende através de experiências sensoriais, isto é, vendo, apalpando, ouvindo, movimentando-se. Fala com o corpo todo e ouve com o corpo todo. Além disso, apresenta outras características:
O egocentrismo - Criança pequena não é egoísta. Ela é egocêntrica. Isso quer dizer que ela pensa que tudo existe por causa dela, para ela, por ela. Toda criança acredita que tudo acontece porque ela existe. Só quando ela aprende a conviver com outras pessoas é que aprende as regras da convivência e deixa de ser egocêntrica.
A capacidade de fantasiar - Nada teria sido inventado e muito pouco descoberto sem o uso da fantasia. Imaginar e fantasiar são direitos da criança porque fazem ela sonhar, criar, duvidar, divergir, discordar das coisas estabelecidas e tentar mudá-las. Toda criança imagina e fantasia. Ainda não faz diferenciação entre o mundo real e o imaginário. Assim, a criança faz com que os animais, os objetos, as plantas “vivam”, pensem, falem, como se fossem seres humanos. Vive no mundo do “faz de conta”.
A imitação - A criança revela fielmente o seu meio através de gestos imitativos da atitude dos irmãos, dos colegas, dos adultos que a cercam, principalmente através de gestos dos pais.
A afetividade - A criança tem grande necessidade de carinho. Através de gestos concretos de amor dos pais, professores a criança será capaz de se desenvolver com maior segurança e estabilidade emocional.
Educar a criança também é transmitir-lhe amor e segurança, o que lhe dará confiança para investigar, explorar, descobrir e desenvolver-se com liberdade para ser, para estar e para viver.
A auto-identidade - Por volta dos 3 anos a criança já revela sua identidade pessoal. Aos poucos, a criança toma consciência do seu corpo e da sua individualidade durante seu desenvolvimento pessoal.
A brincadeira - Os adultos têm dificuldade de reconhecer o direito de brincar, e de reconhecer que brincar é o trabalho da criança. Brincar é uma necessidade, uma forma de expressão, de aprendizado e de experiência. Todas as crianças em todo o mundo, mesmo nas mais terríveis condições de dificuldade, pobreza e proibição, brincam, seja para aprender, ganhar experiência, exercitar sua criatividade e fantasia ou desenvolver-se. Brincando é que a criança organiza o mundo, domina papéis e situações e se prepara para o futuro.
A construção da noção de tempo se faz pela experiência e ação da criança que, em seus primeiros anos de vida, vive o presente de forma intensa, cabendo a todos que a cercam valorizar e aproveitar bem o momento presente a fim de que a criança se desenvolva diariamente.
2.3 Relação com os principais temas e autores que estão sendo estudados durante a disciplina
Sobre a pesquisa com as crianças da Educação Infantil, da faixa etária de quatro anos de idade, o autor que mais se destacou foi Vygotsky (2007), pois ele valorizava muito a ação pedagógica, o papel do sujeito que passa pela escola, onde o plano genético psíquico do desenvolvimento humano se caracteriza em quatro etapas: Filogênese, Ontogênese, Sociogênese, e Microgênese.
Para ele o desenvolvimento é entendido, como uma acumulação gradual de capacidades de cunho quantitativo. A diferença da nossa espécie em relação aos outros animais, é decorrente da aquisição pelo homem, das funções psicológicas superiores e que, graças a esta conquista, podemos pensar, elaborar projetos, visualizar mudanças e solucionar os desafios que nos é colocado no longo período da vida, onde nascemos, crescemos e morremos.
A relação da criança com a escola não é uma relação direta, mas mediada pelo educador como também por signos, que são formas posteriores de mediação, que fazem a mediação da natureza semiótica. Por exemplo, ao ensinar a criança a identificar a vogal “a”, usam-se signos mediados por um desenho de um avião.
É através da linguagem que a criança se encontra envolvida com o mundo, a materialidade e o simbolismo se constroem, os significados são compreendidos, partilhados e internalizados. A mediação semiótica é o meio para a formação psíquica superior, dividindo a linguagem em duas funções: a de comunicação, onde as pessoas, primeiramente, desenvolvem a linguagem para se comunicarem; e a linguagem e o pensamento generalizado, em que a língua se encaixa com o pensamento.
3. CONCLUSÃO
3.1. Importância do trabalho desenvolvido para sua futura atividade docente
O trabalho que desenvolvemos durante a realização da pesquisas nos proporcionou um enriquecimento educativo muito forte e de grande relevância para o nosso crescimento profissional, podendo ainda considerar que esta experiência também nos trouxe novas descobertas, uma vez que acabamos de nos integrar a um novo meio que possui um envolvimento e uma beleza indescritível. Logo, foi-nos também possibilitado uma compreensão mais acentuada sobre o Desenvolvimento Infantil, passando, desta forma, a termos uma noção significativa no processo de desenvolvimento humano e de suas diversas formas de mediação.
3.2 Principais descobertas e aprendizagem do grupo
Tivemos a oportunidade de descobrir, na prática, como ocorre o processo de Desenvolvimento da criança, como a língua se encaixa com o pensamento, como ela passa a dar significado as coisas, tornando a aprendizagem algo fundamental no período de desenvolvimento.
Por conseqüência destes descobrimentos, o grupo adquiriu um conhecimento qualitativo, que irá proporcionar a todos nós uma base sólida que influenciará na nossa profissão, esta baseada no compromisso com o desenvolvimento das crianças. Assim, surge a certeza de que precisamos estimular nas crianças suas capacidades de aprender, pensar e, também de estabelecer as bases para a formação de uma pessoa ética, capaz de conviver num ambiente democrático.
Enfim, podemos ainda destacar que esta pesquisa deu início a uma formação de um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores adequados a cada faixa etária, fundamentais para a carreira do pedagogo.
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