Pesos e medidas!
Por Edson Terto da Silva | 10/10/2012 | CrônicasSinceramente, alguns comentários postados por leitores sobre determinadas matérias veiculadas na Internet, até mesmo aquelas de meios de imprensa muito conhecidos, me assustam. Tem gente que faz idéia fixa sobre determinada pessoa, geralmente algum político, e destila veneno contra seu desafeto, mesmo que a situação mostre que o personagem foi vitima de alguma armadilha sórdida e das mais vis.
O que dizer de alguém que considere certo a “Polícia?!”, em véspera de Eleição, apresentar acusados de seqüestro e os obrigar a vestir camisa de determinado partido? A justificativa do internauta é que o procedimento foi para impedir que o candidato que ele não gosta vencesse a eleição...
Há também quem ache correto um governador esconder, mesmo que por alguns dias, o resultado de uma invasão a presídio na qual se saberia depois ter mais de uma centena de mortos. A estratégia do “esconde-esconde” foi usada em dia de eleição, pois podia prejudicar o candidato do governador, que abertamente apoiava a pena de morte.
Temos atualmente, com a votação do chamado “Mensalão”, algo supostamente ocorrido em 2005, mas que se deixou para julgar em vésperas de mais uma eleição, como se tivesse ocorrido há alguns dias. É mais uma demonstração de que ao invés de cega, parece que temos uma Justiça que enxerga só para um lado.
Em 97, por exemplo, não se deu repercussão ao fato de alguns deputados revelarem ter recebido R$ 200 mil cada para votarem a emenda para que permitiria ao então presidente a concorrer à reeleição. Vemos agora, na votação do mensalão, um respeitado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) sendo ridicularizado pela maioria da imprensa, simplesmente por exercer o direito de juízo e absolver réus contra os quais ele não viu reunida nenhuma prova.
Sinceramente, se eu fosse ministro do STF diria que não votaria durante eleições, algo que podia ser votado bem antes. Isto evitaria prejudicar ou ajudar qualquer candidato, afinal a própria Justiça prega que a decisão do eleitor é soberana e não deve ser influenciada sequer por santinhos (que estão mais para diabinhos) distribuidos na ação criminosa da “Boca de Urna” ?!