PERMACULTURA

Por Helio Leite | 17/04/2011 | Adm

Helio Teixeira Leite RESUMO: O presente artigo trata da Agroecologia como um conjunto de esforços no sentido de ter-se uma agricultura abarcante, focada na justiça social, numa economia viável e com sustentabilidade ambiental. Num novo modelo de relacionamento homem x natureza x economia x sustentabilidade das gerações (presente e futuras), deixando-se a moral utilitarista e individualista e que demanda a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis. A Permacultura como um conjunto de conhecimentos e práticas que está alem do quadrado da ciência por incorporar vivências seculares, filosóficas, valores regionais, assim como comunidades sustentáveis. PALAVRAS CHAVES: Agroecologia, Permacultura, Flor de Permacultura. RESUMEN: En este artículo se refiere a la agroecología como una serie de esfuerzos que ha sido una agricultura que abarca, se centró en la justicia social, una economía viable y la sostenibilidades medio ambiente. En un nuevo modelo de relación hombre contra la naturaleza x x la sensibilidad económica de las generaciones (presentes y futuros), dejando el individualismo moral utilitaria y la demanda que la aceptación del principio del destino universal de los bienes creados y la promoción de la justicia y la solidaridad como valores esenciales. Permacultura como un conjuntó de conocimientos y práctica que está por encima de la plaza de la ciencia mediante la incorporación de experiencias delos valores seculares, filosóficas y regionales, así como de comunidades sostenibles. PALABRAS CLAVE: Agroecología, Permacultura, Flor de Permacultura, Principios PONTOS DE PARTIDA O homem está sujeito as leis universais da energia, incluindo a evolução da vida. A exploração dos combustíveis fósseis da Era Industrial tem sido responsável pela explosão demográfica, pelos pacotes tecnológicos, pelas novas caracterizações das sociedades modernas. Grandes avanços são observados em vários ramos do conhecimento, a qualidade e expectativa de vida têm melhorado. O consumo dos insumos naturais, conseqüentemente, tem aumentado em função de uma demanda de matéria-prima crescente, dando origem a crises de várias naturezas, entretanto, a que mais ameaça a sobrevivência do homem é a crise ambiental. Como equacionar desenvolvimento humano e preservação da natureza? Como explorar mais os recursos naturais sem comprometer o equilíbrio do planeta? Como produzir mais alimentos, por menor custo, num menor espaço de tempo com qualidade nutricional e acessível a todas as populações? Organizações não-governamentais, críticos e parte do mundo acadêmico propõem novos paradigmas, às vezes de forma simplista e equivocada. Alguns apontam soluções que consistem na ruptura definitiva e profunda do atual modelo de produção de alimentos e exploração dos recursos naturais, sem serem utilizadas as tecnológicas da Revolução Verde, com a preservação do ambiente e produção igual ou até com maior produtividade e com menor impacto na natureza. Outros, porem, sugerem uma transição do modelo atual para novos modelos de produção que utilizam antigas formas de produção repaginadas e com maior efetividade tanto no que diz respeito segurança alimentar quanto à resposta aos desafios de sustentabilidade da humanidade atual e das gerações futuras. Dentre esses modelos de produção a Agroecologia ganha destaque, atualmente. A Ecologia se refere ao sistema natural de cada local, envolvendo o solo, o clima, os seres vivos, bem como as inter-relações entre esses três componentes. Trabalhar ecologicamente significa manejar os recursos naturais respeitando a teia da vida. Sempre que os manejos agrícolas são realizados conforme as características locais do ambiente, alterando-as o mínimo possível, o potencial natural dos solos é aproveitado. Por essa razão, a Agroecologia depende muito da sabedoria de cada agricultor desenvolvida a partir de suas experiências e observações locais. ( Primavesi, A. M. Agroecologia e Manejo do Solo. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia, vol. 5, nº 3 - Manejo sadio dos solos.[7] Acessado em 3 de junho de 2010, Apud http://pt.wikipedia.org/wiki/Agroecologia, acesso em 16 de abril de 2011. Agroecologia postula a sistematização de esforços no sentido de ter-se uma agricultura abarcante, focada na justiça social, numa economia viável e com sustentabilidade ambiental, ou seja, num novo modelo de relacionamento homem x natureza x economia x sustentabilidade das gerações (presente e futuras). Estabelecendo-se princípios éticos nesse relacionamento, deixando-se a moral utilitarista e individualista e que demanda a aceitação do princípio do destino universal dos bens da criação e a promoção da justiça e da solidariedade como valores indispensáveis. O debate sobre Agroecologia apenas iniciou, entretanto, nos últimos anos, vários segmentos da sociedade tem dado uma atenção especial. O termo ainda está na fase de construção acadêmica, mas, as práticas, pelo menos algumas delas, já são conhecidas e desenvolvidas a tempo. Dar respostas positivas a produção crescente de produtos rural ? base da sustentação fisiológica da raça humana ? preservando o ambiente, produtos mais saudáveis, com maiores propriedades alimentícias é, sem duvida, um grande desafio; sem perder de vista as pressões populacionais, as inovações tecnológicas de extração dos recursos naturais, cada vez mais agressivas, os conflitos éticos, econômicos e sociais, os movimentos migratórios e tantos outros aspectos. As sociedades planetárias não estão alheias ao cenário de desequilíbrio ambiental que ameaça as gerações, presente e futuras, Surgem os movimentos questionadores que debatem uma maneira de trabalhar a produção de alimentos, de forma sustentável. Novas ciências emergem na esperança de reverter o cenário devastador anunciado pelas pesquisas e reforçado pelas constatações diária dos noticiários da mídia. Os conhecimentos avançam alem do que convencionamos, a priori, como ciência, incorporando aspectos como relações sociais de produção, equidade, segurança alimentar, autoconsumo, sustentabilidade, qualidade de vida humana e animal. Essas questões são preâmbulo para uma ruptura epistemológica do antigo conceito do que seja ciência e não ciência. No futuro recente, ou a ciência amplia os seus conceitos, princípios e métodos, ou aceitar-se que a ciência não tem o monopólio sobre o conhecimento valido. A Agricultura Orgânica surge como uma alternativa para a humanidade que há milênios vem degradando o solo, desperdiçando as águas doces do planeta, poluindo o ambiente, promovendo a perda da biodiversidade. Ela surge para traduzir uma variedade de manifestações que vinha sendo tratadas como Agriculturas Alternativas, entre elas: Agricultura Natural, Agricultura Orgânica, Agricultura Biológica, Agricultura Biodinâmica, Permacultura e outras. Em fase de degradação ambiental e dos solos, a Agricultura Orgânica emergiu como alternativas para tentar equilibrar os exageros da agricultura química, desde a década de 1970, questionam-se, de maneira mais forte, o pacote tecnológico moderno. A revolução verde, e as conseqüências do uso de químicos agressivos ao ambiente. (Penteado, pg. 22) A Permacultura é um conjunto de conhecimentos e práticas que está alem do quadrado da ciência por incorporar vivências seculares, filosóficas, valores regionais, entretanto, por ser genérica e global merecem a mesma uma melhor delimitação e rigor científico para efetividade, de forma positiva, dos seus resultados e assim contribuir, não somente no universo virtual das idéias, mas também, concretamente, na construção de soluções criativas que levem a superação do desafio de produzir mais alimentos de forma saudável e ao mesmo tempo sem causa impactos negativos na multibiodiversidade planetária. Integrando todos os aspectos da sobrevivência e da existência de comunidades humanas, a Permacultura é muito mais do que agricultura ecológica ou orgânica, englobando Economia, Ética, sistemas de captação e tratamento de água, tecnologia solar e bioarquitetura. Ela é um sistema holístico de planejamento da nossa permanência no Planeta Terra. (Por que Permacultura, disponível em , acesso em 12.02.2011) 1- PERMACULTURA: projeta, cria, administra e aprimora design. Permacultura é um termo criado por Bill Mollison e David Holmgreen, nos anos 70. É um sistema integrado de espécies vegetais e animais perenes que podem ser úteis ao homem; envolve a construção consciente de paisagens que reproduzem padrões e relações encontradas na natureza, produzindo alimentos saudáveis a baixo custo, fibras e energia de forma abundante e suficiente para garantir a sustentabilidades das gerações humanas, no tempo e no espaço. É a evolução de uma visão de agricultura permanente e sustentável para uma cultura permanente e sustentável, Os princípios da Permacultura podem ser usados para projetar, criar, administrar e aprimorar: a construção de paisagens, técnicas de agricultura orgânica, formas de produção sustentáveis de alimentos, uso eficiente de energia, desenvolvimento das chamadas eco vilas e dos esforços feito por pessoas na busca de um futuro sustentável. No livro intitulado "O que é uma Eco-Vila?" (1991) de Robert Gilman (Apud , acesso em 12.03.201) nos oferece a seguinte explicação sobre Eco Vilas: Uma Eco-Vila é um assentamento de escala humana completamente caracterizado onde as atividades humanas estão integradas ao mundo natural de maneira não danosa e de tal forma que dêem apoio ao desenvolvimento humano saudável e que se possa continuar indefinidamente ao futuro. Com forte interligação com os Princípios da Permacultura, as comunidades sustentáveis ? chamada de Eco Vilas já estão em países como a Europa, América do Norte, Austrália, África do Sul, há pouco tempo chegou a América do Sul. No Brasil, as comunidades permaculturais estão localizadas em São Paulo (Centro de Vivências Nazaré), existem, também, as comunidades alternativas de As Rodas, Lothlorien e Campina que, há vários anos, aplicam os princípios permaculturais no esquema de vida rural na região do vale do Capão. Existe comunidade na Chapada Diamantina, na Bahia - em Minas Gerais (Fazenda Ananda Kirtana, próximo a Juiz de Fora). Por ser, ainda, embrionária a Permacultura no Brasil, existem poucas organizações que defendem e buscam esse principio. Algumas delas são: Organizações Não Governamentais, como o Sabiá (Centro de Desenvolvimento Agroecológico), Instituto de Permacultura da Bahia; o Garra (Agroecologia de Irecê); o Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado ? IPEC, o Instituto de Permacultura da Mata Atlântica - IPEMA, este último situado em Ubatuba, São Paulo. 2- FLOR DA PERMACULTURA Bill e David conceberam a Flor da Permacultura que segundo os mesmos seria a chave para a elaboração e efetivação de uma cultura permanente e sustentável. As pétalas, dessa flor, são os princípios aplicados no manejo da natureza e da terra, assim como, em outras esferas de ação voltadas a recursos físicos, produção, utilização e conservação da energia, e postula formas de como as sociedades humanas podem se organizarem. Em torno da Flor da Permacultura há campos específicos ? é uma visão holística. Envolvendo-a, temos uma espiral que simboliza o caminho evolutivo; inicia com a ética e os princípios, evoluindo do nível pessoal e local para o coletivo e global. Essa espiral desenha uma teia de aranha e dar a entender a natureza incerta e variável do processo de integração. Sugere, também, que os conhecimentos e princípios da Permacultura se efetivam através de uma rede de pessoas e grupos, através de uma multidimensão de fatores. Essa rede de pessoas difunde as soluções de design nos continentes. Entretanto, observa-se que no meio acadêmico o processo de difusão ainda é embrionário e ocorre, principalmente, através da Agroecologia. Um dos principais fatores que contribui para disseminar os princípios de design da Permacultura é sem duvida os próprios permacultores, através da organização de suas vidas e do seu trabalho. Devid Holmgreen aponta vários aspectos que se constituem razões impeditivas à disseminação da Permacultura, como por exemplo: uma cultura reducionista cientifica hostil a métodos holísticos de pesquisa; a cultura do consumismo, impulsionada pelo Capitalismo; por medidas econômicas equivocadas; por políticas desenvolvidas pelas elites políticas, econômica e sociais, a nível local e global, que perderiam poder e influência no caso da adoção de autonomia e autoconfiança das sociedades nacionais e transnacionais. Outros aspectos, também, contribuem para limitar, por ora, o avanço da Permacultura: a resposta imediata de uma produção de alimentos em grande quantidade para atender a escalada geométrica do crescimento populacional mundial; a força dos pacotes de inovações tecnológicas de extração dos recursos naturais, conflitos éticos, econômicos e sociais, os movimentos migratórios, a exploração irresponsável de Governos Nacionais e Transnacionais e tantos outros. A sociedade global tem exigido dos produtores rurais uma produção de alimentos sempre crescente e num menor espaço de tempo. Resposta a essa exigência tem levado os centros acadêmicos a intensificarem a criação de pacotes tecnológicos. Do outro lado da questão, está a Permacultura com seus postulados, com novas propostas de produção e organização econômica, social e cultura. Entre um cenário e o outro, temos a exaustão e reduz da produtividade e viabilidade de antigos sistemas autosustentáveis desenvolvidos ao longo do tempo por vários povos; perda de qualidade de vida, êxodo rural, crise econômico-financeira nos principais mercados do mundo; degradação do ambiente em virtude da exploração mercantil, crescimento do consumismo, queda do capital social e bem estar. Esses cenários tendem a agravar o risco da sustentabilidade das sociedades atuais e futuras, enquanto que a Permacultura defende um conjunto de princípios que poderão reverter os cenários de degradação e garantir a sobrevivência humana, bem como, ajudar na transição de uma sociedade consumista para uma responsável pelo local e pelo global, assim como consumo sustentável; diferente de algumas Agriculturas Alternativas que defende as compras por partes dos consumidores verdes ? o consumo de produtos orgânicos. A Permacultura é uma estrutura conceitual para o desenvolvimento sustentável das ciências ecológicas e agrárias, contribuindo para formação de uma consciência compromissada com os ciclos de produção e consumo saudáveis e sustentáveis. A Permacultura é baseada na hipótese de uma progressiva redução do consumo de energia e recursos, e uma inevitável redução da população ? é o futuro de energia decrescente. Essa hipótese assusta segmentos mais conservadores da sociedade, entretanto, parte do êxito dos princípios permaculturais dependerá, inevitavelmente, dessas reduções (grifo nosso). O processo de prover as sociedades com alimentos saudáveis, sem provocar desequilíbrio ao ambiente requer uma revolução cultural. A Permacultura se propõe a editar princípios que podem fundamentar a busca e sustentabilidade de práticas ecológicas de produção de alimentos e postura frente à natureza, numa verdadeira revolução. Os princípios, éticos e de design, da Permacultura são breves afirmações e slogans que podem ser lembrados como checklist quando consideramos as complexas opções de design e evolução dos sistemas ecológicos. Os princípios éticos são freios aos instintos de sobrevivência das pessoas em beneficio próprio; são mecanismos que ajudam a evolução humana, de modo a promover interesses pessoais menos egoístas. Cuidado com a terra (solos, florestas e água) é considerado como sendo um princípio ético universal, assim como o cuidado com as pessoas, seja consigo, com os parentes e a comunidade. A partilha justa é outro princípio universal. Essa estabelece limites para o consumo e reprodução, uma distribuição equitativa dos excedentes. A Permacultura valoriza o conhecimento das sociedades tradicionais e indígenas por considerar que nas mesmas existe um equilíbrio como meio ambiente e sobrevivem por mais tempo do que qualquer sociedade civilizada. Considera, também, os ensinamentos das grandes tradições filosóficas e espirituais das civilizações cultas, os ensinamentos dos grandes pensadores do iluminismo cientifico dos tempos atuais. Os princípios de design sustentam que as bases científicas da Permacultura estão situadas nas ciências modernas, como por exemplo, na Geografia, na Biologia, na Ecologia, mas, principalmente, no rumo ecológico de sistemas. Esta afirmativa, quanto as bases cientificas, é um forte discurso que liberta a Permacultura da esfera filosófica e espiritual, dando a mesma uma dimensão de cientificidade (grifo nosso). Cada princípio de design de Permacultura é uma afirmativa positiva, associado está um provérbio tradicional que enfatiza o aspecto negativo ou de precaução do mesmo. É uma porta aberta do acesso ao labirinto do pensamento sistêmico. 3- PRINCÍPIOS DA PERMACULTURA SEGUNDO BILL E DAVID. Princípio 1 ? Observe e Interaja. "A beleza está nos olhos do observador". Observar, cuidadosamente, a interação proporciona a inspiração do design. A Permacultura utiliza a observação cuidadosa e a interação atenta para fazer uso mais efetivo das capacidades humanas e reduzir o desperdício de alta tecnologia e de energia não renováveis, assim como, observa as sociedades tradicionais e indígenas e as relações homem e natureza. O provérbio: "A beleza está nos olhos do observador", leva a reflexão de que a observação influencia a realidade e que devemos agir cautelosamente quanto a verdade e valores absolutos. Princípio 2 ? Capta e Armazene Energia. "Produza feno enquanto faz sol". A Permacultura ensina que devemos aproveitar as oportunidades para capturar fluxos locais de forma renováveis e não renováveis de energia, com, por exemplo: sol, vento, fluxo de escoamento superficial de água, recursos desperdiçados de atividades agrícolas, industriais e comerciais. Os estoques mais importantes, para os permacultores, com valor futuro incluem os solos férteis com alto teor de matéria orgânica; sistemas de vegetação perene; especialmente as árvores; produção de alimentos, corpos e tanques de água, edificações com a utilização passiva de energia solar. A restauração ecológica projetada é uma expressão comum do pensamento ambientalista, principalmente, nos países ricos. O design de Permacultura considera as pessoas como parte integrante dos sistemas restaurados. Algumas paisagens alteradas pela ação do homem têm sido abandonadas por vários motivos, entretanto, em alguns casos a própria natureza tem recuperado este capital biológico com o uso de insumos baseados em recursos não renováveis. A reconstrução do capital biológico das chamadas paisagens silvestres modernas devem priorizar modelos de baixos custos, baseados no know-how e tecnologias coletivas. A tecnologia é objeto de reflexão, uma vez que, pode ser um "Cavalo de Tróia" no sentido de recriar os problemas em novas formas. A inovação é um estoque de riquezas, que se depreciará progressivamente durante a descida energética. O provérbio "produza feno enquanto faz sol" nos lembra que o tempo limitado para captamos e armazenarmos energia, antes que a abundancia sazonal ou ocasional desapareça. Principio 3 ? Obtenha Rendimentos. "Você não pode trabalhar com o estomago vazio". Não faz sentido o esforço em plantar para os netos se não ter o suficiente para alimentar-se, hoje, isto que dizer que a energia deve ser capturada e armazenada o suficiente para hoje e para o amanhã. Produção, lucro ou renda funcionam com uma recompensa que encoraja, mantém e/ou reproduz o sistema que gerou o rendimento. Sistemas bem sucedidos disseminam-se. As recompensas são chamadas circuitos de retroalimentação positiva. A visão original da Permacultura de paisagens urbanas é que as mesmas estejam cheias de alimentos e outros plantas úteis ao invés de plantas ornamentais, entretanto, os interesses de mercado não permitem manter ambientes funcionais e produtivas, onde obter rendimentos de forma individual e coletiva e destruída pelas forças da economia global. O Principio 4 ? Pratique a auto-regulação e aceite feed back ? "os pecados dos pais recaem sobre os filhos ate a sétima geração". A auto-regulação limita ou inibe crescimento ou comportamento inadequado. Os feed backs positivos e negativos podem desenhar um sistema de auto-regulação. Obter rendimentos e, maior estoque de energia é um feed back positivo; é um acelerador. O feed back negativo é o freio que evita a queda do sistema devido o excessivo ou mau uso da energia. Os sistemas auto-reguláveis se mantêm por si próprios, são mais robustos para enfrentar turbulências. O emprego de variedades de plantas e raças de animais mais resistentes, semi-domesticados, adaptados, com capacidade de se reproduzir são exemplo de aplicação do principio. O feed back negativo precisa ser bem dirigido e forte o suficiente para resultar em mudança corretiva, mas não tão forte que venha a prejudicar ainda mais o desenvolvimento do sistema. Principio 5 ? Use e valorize os serviços e recursos renováveis. "Deixe a natureza seguir seu curso". Os recursos renováveis são aqueles que são renovados e repostos por processos naturais ao longo de períodos de tempo razoáveis sem a necessidade de grandes insumos não renováveis. O objetivo do design de Permacultura deve ser como usar da melhor forma os recursos naturais renováveis para administrar e manter os rendimentos. Os excedentes de madeira de baixa qualidade das florestas como subprodutos de manejo sustentável podem ser utilizados como insumo energético local para calefação ou cocção de alimentos. Ervas medicinais produzidas no local, em muitos casos, tratam com êxito muitas enfermidades. Os serviços renováveis são aqueles que obtemos de plantas, animais, solo e água, seres vivos, sem consumi-los. Por exemplo, a derrubada de uma arvore para obtermos madeira estamos usando um recurso renovável, mas quando o utilizando para sombra e abrigo dos animais, estamos utilizando serviço renováveis. O uso de desejos do homem, depois de tratados numa ladrem de compostagem, podem ser aplicados para manter a fertilidade de solos. O provérbio ? citado ? nos faz lembrar que o controle total sobre a natureza por meio de recursos e tecnologia é caro, mas, também, perigoso, já que leva a degradação de sistemas e processos biológicos. Principio 6 ? Não produza desperdícios ? "Não desperdice para que lhe falte. Um ponto na hora certa economiza nove". A minhoca é um ícone adequado para demonstrar este principio. Ela consume os resíduos de natureza (desperdício), convertendo-os em húmus que melhora o solo para ela e para outros microorganismos. Desta forma, a minhoca é parte de uma rede onde o que um ser vivo produz serve de insumo para outros. O modelo atual de consumo é caracterizado como consumir/excretar. Redundo na degradação de recurso e energia em resíduos inaproveitáveis. O provérbio nos faz refletir que é fácil agirmos com irresponsabilidade e causar desperdícios em tempos de abundancia ? mas ? o desperdício pode levar a privação futuras. Principio 7 ? Design partindo de padrões para chegar a detalhes. "Ás vezes as arvores nos impedem de ver a floresta". Os padrões que existem na natureza e na sociedade nos permitem a entender o que enxergamos, mas, também, usar um padrão de um contexto e escala no desig em outros. O ícone deste principio é a aranha que constrói sua teia num padrão concêntrico, com zonas e setores, de forma planejada. Os sistemas complexos evoluem a partir de sistema simples; o importante é conhecer o padrão (a forma como funciona), mais que entender todos os detalhes dos elementos do sistema. A ideia que originou a Permacultura foi a floresta tomada como modelo para a agricultura. Os sistemas tradicionais de uso da terra nos fornecem muitos modelos para os designs complexos; as pessoas emersas na cultura local necessitam de uma nova experiência que lhes permita enxergar sua paisagem e suas comunidades de uma nova maneira. O contexto social e da comunidade mais amplo, ao invés de fatores técnicos, pode freqüentemente determinar se uma dada solução vai ter sucesso. O provérbio nos faz lembrar que as vezes os detalhes tendem a desviar nossa percepção da natureza do sistema; questões é que quanto mais perto nos aproximarmos, menor será a nossa capacidade de entender a questão como um todo. Principio 8 ? Integrar ao invés de segregar. "Muitos braços tomam o fardo mais leve". No funcionamento interno, seja de um organismo, seja de um ecossistema encontram-se conexões entre as coisas que são tão importantes quanto as próprias coisas. A cultura atual focaliza a complexibilidade dos detalhes e ignora a complexibilidade dos inter-relacionamentos. A tendência é segregar os elementos como estratégias padrões de design para reduzir a complexibilidade dos relacionamentos. Essas soluções surgem do método cientifico reducionista que separa os elementos para estudá-los isoladamente. Quando se tem um arranjo adequado de plantas, animais, obras de terra e outros tipos de infra-estrutura, são possíveis se desenvolver um grau mais elevado de integração e auto-regulação sem a necessidade de intervenções humanas constantes para manejo corretivo. Exemplo de interação, por serem as espécies de ervas daninhas arbustivas e lenhosas existentes em pastagens que podem contribuir para a melhoria da fertilidade e estruturas do solo, biodiversidade, usos medicinais. A rotação adequada dos animais nas pastagens pode freqüentemente controlar essas espécies de ervas sem eliminá-las totalmente, preservando seu lado benéfico. Na literatura de Permacultura, duas afirmações são de importância fundamental: cada elemento exerce muitas funções, onde função importante é apoiada por muitos elementos. As conexões podem ser predatórias, competitivas e simbióticas. Todas esses tipos de inter-relacionamento podem ser benéficas na construção de uma comunidade ou sistema integrado forte. Principio 9 ? Use soluções pequenas e lentas ? "Quanto maior, pior a queda. Devagar e sempre ganha a corrida". Os sistemas devem projetar soluções que sejam práticas e eficientes no uso da energia para cada função, desse sistema, soluções eficientes e locais são recomendadas. Outros aspectos do principio, é a movimentação de materiais, pessoas e outros seres vivos. A mobilidade e a tecnologia da informação tem sido um Cavalo de Troia, destruindo comunidades e aumentando as demandas de energia. Outro exemplo é a rápida resposta das culturas agrícolas aos fertilizantes solúveis é, muitas vezes, pouco duradoura. O esterco e minerais rochosos proporcionam uma nutrição para as plantas que é mais equilibrada e prolongada. Em reflorestamento, as espécies de rápido crescimento muitas vezes têm vida curta, outras espécies são aparentemente lentas no crescimento, mais depois a segunda ou terceira década aceleram o crescimento e oferecem mais rendimento do que as espécies de crescimento rápido. Principio 10 ? Use e valorize a diversidade. "Não coloque todos seus ovos numa única cesta". O papel e o valor da diversidade na natureza e Permacultura são dinâmicos e complexos. A monocultura gera a vulnerabilidade a pragas e doenças e o uso de agrotóxicos, herbicidas e de energia fósseis. A policultura usa da diversidade para reduzir a vulnerabilidade das pragas. As variações climáticas desfavoráveis e flutuações de mercado, também reduzem a dependência nos mercados, reforça a auto-suficiência e autoconfiança da família e da comunidade, pois proporciona uma gama maior de bens e serviços. A diversidade das estruturas, tanto a de entes vivos como as construídas é um aspecto importante deste principio. A Permacultura, também, está ativamente engajada em criar novas biodiversidades biorregionais. Com o declínio do uso da energia, ao longo prazo, haverá o desaceleramento do motor econômico que destrói a diversidade. A diversidade, na Permacultura, tem sentido amplo, que inclui a biodiversidade, agrobiodiversidade, a diversidade cultural, diversidade de comunidades humanas. Principio 11 ? Use as bordas e valorize os elementos marginais. "Não pense que está no caminho certo somente porque ele é o mais batido". No ecossistema terrestre, o solo vivo, que ter apenas alguns centímetros de profundidade, é uma borda ou interfase entre o subsolo mineral, sem vida, e a atmosfera. Para toda a vida terrestre essa é a mais importante de todas as bordas. Nos ecossistemas aquáticos a interfase entre a terra e a água (margens dos rios e mares) é a borda de maior importância, ou mesmo a interfase do rio com o mar, onde ocorre a redistribuição de nutrientes para inúmeras formas de vida que pululam nesses habitat. Os solos profundos, bem arejados e drenados são como uma esponja, uma ótima interfase que tem capacidade de manter plantas saudáveis e produtivas. A palavra marginal é entendida como o valor dos elementos que contribuem apenas de maneira periférica a função ou ao sistema. O valor e a contribuição das bordas e os aspectos marginais são invisíveis de qualquer sistema e deveriam ser reconhecidos e preservados. Por exemplo, aumentando-se a borda entre o terreno e a margem de uma represa pode-se aumentar a produtividade de ambos. Principio 12 ? Use criatividade e responda as mudanças. "A verdadeira visão não é enxergar as coisas como elas são hoje, mas como serão no futuro". Este principio ilustra a aceleração da sucessão ecológica dentro do sistema de cultivo, por exemplo: o uso de plantas fixadoras de nitrogênio de rápida crescimento para melhorar o solo, e para proporcionar sombra e abrigo para árvores produtivas de alimentos, de crescimento mais lento mostra um processo de sucessão ecológica de espécies pioneiras ate espécies clímax. FINALIZANDO As respostas de como equacionar desenvolvimento humano e preservação da natureza; explorar mais os recursos naturais sem comprometer o equilíbrio do planeta; produzir mais alimentos, por menor custo, num menor espaço de tempo com qualidade nutricional e acessível a todas as populações mundiais, ainda estão longe de serem respondidas, mesmo com todo o avanço das Agriculturas Orgânicas e da Permacultura. Da exploração agropecuária rústica e nociva ao ambiente terra, passando pela Revolução Verde até a aurora do tempo em que sustentabilidade seja sinônimo de populações bem alimentadas, uso racional dos recurso renováveis e não renováveis, garantia alimentar de futuras gerações e preservação dos ecossistemas muito se tem a percorrer. É certa a contribuição dos princípios de Permacultura nesse percorrer. Os conceitos permaculturais facilitarão a compreensão de como as mudanças sociais e organizacionais podem ser estimuladas de maneira criativas. O avançar da Permacultura dependerá de, segundo Devid Holmgreen, "pessoa visionaria e com idéias avançadas". De pessoas influentes assumirem a inovação para que ela seja vista como apropriada e desejável. Dependerá, também, da dimensão de cientificidade que a Permacultura adquirir, ultrapassando as fronteiras das esferas filosóficas e espirituais. PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS Fundamentos da Permacultura, disponível em , acesso em 12.12.2010 PENTEADO, Silvio Roberto. Manual Prático de Agricultura Orgânica. SP.Edição do Autor, outubro/2007 ? atualizado em janeiro/2009- p.216. Primavesi, A. M. Agroecologia e Manejo do Solo. Revista Agriculturas: experiências em agroecologia, vol. 5, nº 3 - Manejo sadio dos solos.[7] Acessado em 3 de junho de 2010, Apud http://pt.wikipedia.org/wiki/Agroecologia, acesso em 16 de abril de 2011. Por que Permacultura, disponível em , acesso em 12.02.2011). GILMAN, Robert. O que é uma Eco-Vila?"(1991). Apud., acesso em 12.03.2010