PERIGOS QUE RONDAM A PALAVRA DE DEUS

Por Paulo de Aragão Lins | 08/06/2009 | Bíblia

PERIGOS QUE RONDAM A PALAVRA DE DEUS

 

Durante séculos e milênios a Palavra de Deus tem sido a única regra de fé e de prática para todos aqueles que desejam agradar a Deus e fazer algo pelo seu reino. Por motivos que só podem originar-se no reino das trevas, existem muitos que se esquecem da origem sobrenatural da Bíblia e procuram diminuí-la, detratá-la, desacreditá-la, relegá-la a segundo plano, procurar defeitos nela, em suma, destruí-la.

 

Nesta exposição procuro apresentar os perigos que vivem rondando a Palavra de Deus, alguns quase imperceptíveis mesmo pelos mais fiéis cristãos. Vai, pois, aqui, um alerta.  

 

O MAGISTÉRIO DA IGREJA. Esta expressão foi cunhada pela Igreja Católica e foi herdada por muitas igrejas evangélicas. Baseia-se na tradição e nas superstições do sacerdócio pagão. O que significa realmente? Significa que tudo o que contem verdade e autoridade só pode partir da igreja e não da Bíblia, porque a Bíblia é um livro difícil de se entender e “somente os clérigos o entendem”. Quando Lutero liderou a Reforma Protestante, ele mostrou o sacerdócio universal de todos os crentes, enfatizando que cada crente é um sacerdote e cada crente pode escutar diretamente de Deus através da sua Palavra. Então, irmão, a autoridade suprema é a Bíblia e não a igreja. A autoridade suprema é a Bíblia e não o papa, ou o cardeal, ou o arcebispo, ou o bispo, ou o monsenhor, ou o cônego, ou o vigário, ou o frade, ou o prior, ou o abade superior, ou a madre superiora, ou o pastor, ou o presbítero, ou o diácono, ou o professor da Escola Dominical ou Sabatina, ou o bacharel em teologia, ou o mestre em teologia, ou o doutor em teologia, ou o PhD em teologia ou o presidente de convenção geral ou regional, ou o pastor titular da igreja local. A autoridade máxima é a Bíblia e você tem o direito, o privilégio, a sabedoria e o dever de entender o que a Bíblia diz, porque ela é a carta que Deus enviou para todos nós. Tenho certeza que, por mais leigo que você seja, amado(a), basta a Bíblia para lhe orientar e conduzir para o céu.

 

O ARGUMENTO DE AUTORIDADE. O argumento de autoridade é outro perigoso perigo que ronda a Palavra de Deus. As pessoas escutam homens e mulheres de grande cultura teológica e eclética e ficam admiradas com suas pregações e seus ensinamentos. Daí essa pessoa passa a ser uma “autoridade”. Existem até graduações para se dizer que é o primeiro no entendimento do grego ou do hebraico ou o segundo em interpretação. Tudo isto é falho. A autoridade é a Bíblia. Em Romanos 3.3,4, lemos algo muito sério. Veja: “Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado”.

 

AS CONFISSÕES DE FÉ. Algumas igrejas históricas ou denominações importantes formulam confissões de fé. Significa que a igreja está divulgando aquilo que ela crê. Ela fica com medo de dizer que crê somente na Bíblia. Nessas confissões de fé encontramos inomináveis heresias. Existe um grande orgulho naqueles que dizem que sua confissão de fé é a de Westminster ou de Augsburg, a Confissão de Fé Batista de 1689, a Confissão de Fé de la Rochelle de1559, a Confissão Escocesa de 1560, ou outra qualquer. Essas confissões de fé colocam a doutrina dentro de uma redoma tendenciosa, fechadíssima que somente os “iniciados” podem penetrar. Elas se constituem em uma defesa daquela crença em particular daquela igreja em particular. Em outras palavras, é uma crença sem liberdade.

 

OS CREDOS. São confissões de fé em miniatura, mas não menos perigosas. É como se dissessem: Nós somos assim, e, pronto! Quem quiser que nos aceite, quem quiser que acredite como nós. Entre essas coisas perigosas estão o Credo “apostólico”, o Credo Atanasiano, o Credo Apostólico Ecumênico, o Credo Niceno Constantinopolitano, a Confissão de Esperança de Ernesto Cardenal, o Credo da Mulher de Rachel Wahlberg, o Credo da Indonésia, o Credo de Reiner Röhricht e o Credo Natalino. Na maior parte são apenas repetições do que está escrito na Palavra de Deus, mas logo divergem e procuram “puxar a brasa para sua sardinha”.

 

OS CATECISMOS. São livretes de perguntas e respostas. Começam, geralmente, perguntando quem é Deus, quem é Jesus Cristo, quem é o Espírito Santo, e as respostas são manipuladas para darem certo de acordo com a igreja, denominação ou tendência religiosa atinente. Entre eles destacamos o Didaquê, o Catecismo de Heidelberg, o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, o Catecismo Kalleyano, o Catecismo de São Pio X, o Breve Catecismo de Westminster, e o Catecismo Maior de Westminster.

 

AS TRADUÇÕES TENDENCIOSAS. Por incrível que pareça existem traduções tendenciosas. Elas procuram justificar muitos erros de muitos pregadores que durante séculos têm pregado coisas erradas. Chegam a torcer a tradução para provarem algum ponto doutrinário. Por exemplo, todo estudioso de teologia sabe que a expressão que se encontra em Mateus 28 e que não encontramos em nenhum outro Evangelho, “batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” foi acrescentada criminosamente por Tertuliano no ano de 197 d.C. e foi absorvida indecentemente pelo Concílio de Nicéia de 325 d.C.

 

AS BÍBLIAS DE ESTUDO. Por favor, procure ler meu artigo no webartigosos, intitulado “Bíblias com Apendicite” e você entenderá o perigo que está embutido nessas bíblias.

 

MUITOS LIVROS EVANGÉLICOS. Nunca o ditado “o papel aceita tudo” foi tão bem empregado quanto na referência aos livros “evangélicos”. Com raríssimas e abençoadas exceções, muitos livros chamados evangélicos deveriam chamar-se diabólicos. Existem livros desse tipo que defendem até a licenciosidade e inventam coisas que não estão na Bíblia. Um dos maiores teólogos da Inglaterra, Emmet Fox, em seu livro “O Sermão do Monte” na página 13, afirma: “Em alguns casos, o que jamais se pretendeu ser mais do que uma parábola, foi durante algum tempo tomado como afirmação literal do fato. E isto freqüentemente fez a Bíblia parecer ensinar coisas que são opostas ao senso comum. A história de Adão e Eva e o Jardim do Éden é um dos casos. Compreendida corretamente esta é, talvez, a mais maravilhosa parábola de todas. O autor jamais pretendeu dar a entender que era uma história, mas pessoas de mente literalista fizeram isto, trazendo todo tipo de absurdas conseqüências. O mesmo pode se falar sobre o Êxodo, a passagem do Mar Vermelho e outras parábolas semelhantes”. Em outras palavras, o que esse infiel está afirmando é que a Bíblia não relata nenhum milagre. Para ele tudo é parábola, tudo é alegoria, tudo é comparação. Vai com tua doutrina diabólica para longe, inglês! Ele chama a mim e provavelmente a você que está lendo esta exposição de “pessoas de mente literalista”. Graças a Deus que sou literalista. Creio literalmente naquilo que Deus falou na Bíblia. Costumo dizer aos meus alunos que o livro que mais nega a Palavra de Deus é a obra de Werner Keller “E a Bíblia Tinha Razão”. Você perguntaria “Por quê?” Porque o autor procura explicar cientificamente todos os milagres bíblicos, como a passagem do Mar Vermelho, o Maná e outros.

 

HINOS. Ai, Senhor, é aqui onde encontramos mais coisas absurdas e heréticas. Em meus livros e artigos já frisei isto. Até em hinários sérios como o Cantor Cristão, o Salmos e Hinos, a Harpa Cristã e o Hinário Evangélico tenho encontrado erros doutrinários sérios, como “Saudai o nome de Jesus, arcanjos vos prostrai” (onde foram buscar esses arcanjos, se só existe um arcanjo, que é Miguel?), ou “Noventa e nove ovelhas há, seguras no curral” (Que balela! A Bíblia diz que o pastor deixa as noventa e nove sem qualquer segurança, nos montes, para ir em busca da que se extraviou!)

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REVISTAS DE ESCOLA DOMINICAL. Misericórdia! Aqui a coisa fica preta. Só para você ter uma idéia, uma recente publicação de revista de escola dominical diz que quando os crentes chegarem ao céu terão que confessar os pecados que não confessaram na terra. Valeu! Outra falou que Jesus, quando morreu passou três dias no inferno. Mas sabe de onde veio esta idéia esdrúxula? Do tal “Credo Apostólico”. Eu mesmo já rezei, quando estudava para ser padre, estas palavras horrorosas: “Desceu aos infernos”, referindo-se a Jesus. A Bíblia diz em Apocalipse 1.18, que Jesus tem as chaves da morte e do inferno, mas não diz que ele ficou três dias esperando que o diabo tivesse a boa vontade de lhe dar o molho de chaves, nem que Jesus passou por lá e com um safanão arrancou o chaveiro da mão do diabo. É triste, mas já ouvi muito pregador falar isto.

 

CURSOS DE SEMINÁRIOS. Muitos professores de seminários acham que, para demonstrarem sua augusta sapiência, tem que procurar novidades extra bíblicas para lançarem diante dos seus alunos. Já ouvi muitos membros de igrejas dizerem: “Fulano era muito consagrado, foi para o seminário e desviou-se da fé”. Quando eu estava no primeiro ano de seminário, falei numa roda de alunos que já havia lido a Bíblia inteira quatro vezes e levei uma vaia. Eles não acreditaram que isto fosse possível. E se dissesse, hoje, que já li mais de cem vezes, o que fariam?

 

LIVROS DE TEOLOGIA SISTEMÁTICA. São livros escritos por grandes “autoridades” do cristianismo, mas a maioria nega flagrantemente a verdade bíblica, afirmando postulados da Filosofia ou da Psicologia e, algumas vezes do paganismo. E o pior é que praticamente todos os professores de seminário usam um livro-texto para seus alunos que é exatamente um desses compêndios. Mas, o que eles dizem? Somente para exemplificar, citarei algumas das afirmações absurdas desses escritores: Karl Barth afirma que a Bíblia contém a Palavra de Deus. Ele diz que você é que tem que descobrir por sua sensibilidade o que é e o que não é palavra de Deus na Bíblia. Koheler afirma que, antes de Deus criar Eva, Adão resolvia sua carência sexual com os animais do sexo feminino, com as leoas, as tigres, as éguas, etc. Berkhof ensina a predestinação absoluta, afirmando que Deus escolheu alguns para irem para o inferno. Strong, disfarçadamente ensina a horrível doutrina do purgatório. Tillich afirma que a vida cristã é somente o aqui e o agora. Bonhoeffer é o mestre do secularismo, afirmando que devemos viver para a terra, sem qualquer preocupação sobrenatural ou espiritual. Bultmann, com sua doutrina de desmitologização, ensina que a Bíblia está pejada de mitos, de histórias orientais antigas e que nós temos que tirar esses “mitos” da Bíblia para deixá-la mais verdadeira. Kullmann defende a realeza do homem, ministrando um humanismo afastado de Deus.

 

FILMES. Cinema é fantasia, é invenção. Para “embelezar” seus filmes, os diretores de filmes “bíblicos” inventam muitas coisas que nem passaram por perto do relato bíblico. Mas, isto é hoje moda entre os pregadores de fama. Muitos pregadores pregam o que vêem nos filmes e não o que lêem nas Sagradas Escrituras.

 

GRAVURAS. Existem muitos quadros bonitos, bem feitos, até famosos, que procuram enfeitar a verdade. Já vi gravuras de Saulo vestido de centurião romano (o que ele não era), caindo de um bem ajaezado cavalo branco (o que era praticamente impossível naquele tempo que os romanos haviam confiscado todas as montarias dos judeus). Já vi Dalila cortando os cabelos de Sansão, o que nunca aconteceu e Absalão pendurado pelos cabelos, quando a Bíblia fala que ele ficou pendurado pela cabeça. Já vi um cesto com um neném dentro boiando no rio Nilo, dizendo que era Moisés, quando o cesto de Moisés nunca esteve dentro do rio e Elias subindo ao céu em uma biga romana, puxada por cavalos de fogo, quando a Bíblia diz que ele foi separado de Eliseu por tal veículo e subiu ao céu num redemoinho.

 

COLCHETES NA RA E OUTRAS. Para não tirarem de uma vez alguns textos importantes das Escrituras, alguns tradutores infiéis colocaram colchetes em alguns textos, afirmando que esses textos não estão “nos melhores originais”. E o que eles chamam de melhores originais? Os que deram origem ao “Textus Criticus”, ou texto Minoritário.

 

FALTA DE LEITURA. Acredito que um dos maiores problemas e um dos maiores perigos que rondam a Palavra de Deus é a falta de leitura. Jesus disse para os escribas e fariseus: “Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus!” Mt 22.29. isto continua acontecendo. Muitos continuam errando, porque simplesmente não lêem a Bíblia. E por não lerem, acreditam em qualquer coisa que alguém importante fala.

 

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