PERFIL DO CONSUMIDOR DE CARNE SUINA "IN NATURA" E INDUSTRIALIZADA: ESTUDO E DIÁGNOSTICO NA MICRORREGIÃO DE GUARABIRA-PB

Por JOBSON PAULO | 20/01/2009 | Adm

PERFIL DO CONSUMIDOR DE CARNE SUINA “IN NATURA” E INDUSTRIALIZADA: ESTUDO E DIÁGNOSTICO NA MICRORREGIÃO DE GUARABIRA-PB1

 

Jobson Paulo Silva2, Ludmila da Paz Gomes da Silva3

 

1Projeto de Extensão, CCA/UFPB/ PROBEX;  

2Aluno de Zootecnia,CCA/UFPB, Areia-PB, E-mail: jobsonzootec@hotmail.com;

3Professora Orientadora, DZ/CCA/UFPB, Areia-PB.

 

 Resumo: Em necessidade de quebrar alguns preconceitos com relação a carne suína, pesquisas vem sendo realizadas objetivando o real esclarecimento dos benefícios dessa carne para a população.O trabalho objetivou diagnosticar o perfil do consumidor de carne suína e seus derivados na microrregião de Guarabira-PB. Foram realizadas entrevistas nas cidades de: Guarabira, Pirpirituba, Alagoinha, Cuitegi, Belém, mediante aplicação de questionário, contendo 37 questões objetivas referentes ao consumo de carne suína “in natura” e industrializada. No intuito de se ter uma distribuição heterogenia da população entrevistada, fez-se um planejamento de controle da aplicação dos questionários, determinando a preferência ou não do consumo de carne suína e um diagnostico sócio-econômico do consumidor. Para verificação da análise estatística, foi utilizado o programa Microsoft Excel. De acordo com os resultados obtidos, 62% consomem a carne suína e 38% não consomem. Dentre os não-consumidores a maioria 34% alega que a carne é carregada e faz mal. Evidenciando que a falta de informações sobre o valor nutritivo e a procedência da carne e seus derivados atrelado ao preconceito é o principal entrave do consumo da carne. Mediante resultados deste trabalho observamos que o marketing será um aliado essencial na quebra do preconceito com relação a carne suína. 

 

Palavras-chave: marketing, mercado, suinocultura, valor nutritivo

 

PROFILE OF THE CONSUMER OF INDUSTRIALIZED MEAT SUINA “IN NATURA” AND: STUDY AND DIÁGNISTICO IN THE MICROREGION OF GUARABIRA-PB

 

Abstract: In necessity to break some preconceptions with regard to meat suína, research comes being carried through objectifying the real clarification of the benefits of this meat for the population. The work objectified to diagnosis the profile of the meat consumer suína and its derivatives in the microregion of Guarabira-PB. Interviews in the cities had been carried through of: Guarabira, Pirpirituba, Alagoinha, Cuitegi, Belém, by means of questionnaire application, I contend 37 referring objective questions to the meat consumption suína “in industrialized natura” and. In the intention of if having a heterogenia distribution of the interviewed population, a planning of control of the application of the questionnaires became, determining the preference or of the meat consumption suína and one I do not diagnosis partner-economic of the consumer. For verification of the analysis statistics, the program Microsoft Excel was used. In accordance with the gotten results, 62% consume the meat suína and 38% do not consume. Amongst the not-consumers majority 34% alleges that the meat is loaded and makes badly. Evidencing that the lack of information on the nutritional value and the origin of the meat and its derivatives atrelado to the preconception is the main impediment of the consumption of the meat. By means of results of this work we observe that the marketing will be an essential ally in the preconception in addition with regard to meat suína. 

 

Keyword: marketing, market, nutritional value, suinocultura

 

Introdução

Os consumidores brasileiros de carne suína nos dias atuais, afirmam que o ponto forte da carne é o seu sabor, apontado por nada mais que 92% das pessoas entrevistadas. Mas, na mesma pesquisa, ficou evidente que seus pontos fracos foram de que “faz mal e é perigosa para a saúde” (35% das respostas), e que possui “muita gordura e colesterol” (55% das respostas). O porco de lama está quase em extinção é quase um assunto do passado, mas o mercado como um todo ainda não recebeu informações suficientes para assimilar esse fato. Esse preconceito é reforçado pelos médicos no que diz respeito á gordura e colesterol, e por casos, sobre a Neurocisticercose (Roppa, 1996). A algumas décadas atrás percebida como uma carne "gorda" e "forte", a carne suína vem passando, por transformações no seu meio de produção, para proporcionar uma nova imagem aos consumidores. Atualmente a produção no meio criatório vem deixando de ser uma atividade de suinocultores familiares e passando para grandes operações, controladas pelos Agribusiness corporativos. Este pode ser um fator determinante na agregação da qualidade desejada pelo consumidor final, cada vez mais consciente e informado sobre os aspectos nutricionais e sanitários das carnes. Pesquisas realizadas em Recife por Dutra Júnior et al. (2004), em João Pessoa segundo Cavalcante Neto (2003) e em Campina Grande por Bezerra (2005), com relação a preferência do consumidor entre a carne suína e as demais, a carne bovina destaca-se das outras, ficando em primeiro lugar na opinião do consumidor. Observamos que o publico entrevistado não tem o habito de consumir carne suína diariamente, devido a falta de informações com respeito ao conhecimento cientifico comprovado, no caso especifico das características saudáveis da mesma. Uma vez que o consumidor ainda alega que a carne suína é muito gordurosa e faz mal a saúde. O trabalho teve como objetivo diagnosticar o perfil do consumidor de carne suína e seus derivados na microrregião de Guarabira-PB. Uma vez que, para a destituição desses mitos, é fundamental a compreensão dos conceitos sociológicos, mitológicos e psicológicos, que foram criados no passado e que possam explicar esse comportamento. Entender como eles se constituíram é fundamental para a elaboração de propostas que venham a quebrar estes paradigmas que privam parte da população humana de um alimento tão importante.

 

Material e Métodos

Este trabalho foi realizado na microrregião de Guarabira-PB, mais precisamente nas cidades de Guarabira, Pirpirituba, Alagoinha, Cuitegi e Belém. A microrregião de Guarabira é uma das microrregiões do estado brasileiro da Paraíba pertencente à mesorregião Agreste Paraibano. Sua população foi estimada em 2006 pelo IBGE em 160.087 habitantes e está dividida em quatorze municípios. Possui uma área total de 1.289,506 km². O poder de polarização de Guarabira que se constitui um centro urbano importante, com uma grande zona de influência a praticamente todo brejo paraibano. As relações de Guarabira com as demais cidades localizadas na Microrregião não se restrigem apenas á sua função comercial, mas também tem a ver com a dinâmica do emprego, dos serviços educacionais, de saúde, administrativos e financeiros. O peso polarizador da organização urbana de Guarabira se extente a todo territorio paraibano nas relações socio-econômicas superando as diferenças concernentes à organização da atividade agrícola. A pesquisa foi realizada no periodo de maio a novembro de 2007, através da aplicação de questionários estruturados no qual continha informações sobre: principais carnes consumidas, suas caracteristicas e predileção, e também o poder aquisitivo dos entrevistados. Antes da aplicação dos questionários realizaram-se algumas adaptações necessárias. Foram entrevistados 260 pessoas escolhidas de forma aleatoria com o intuito de obter uma distribuição heterogênea da população quanto ao perfil sócio-econômico do consumidor, gênero e idade, baseado no modelo de Mattar (1997), Perfazendo um total de 37 perguntas. Os dados foram analizados e expressos em percentuais, utilizando o programa Microsoft Excel.   

 

Resultados e Discussão

A carne suína é uma carne muito apreciada segundo a opinião do consumidor, mas ficou em quarto lugar na preferencia geral como demonstra a pesquisa. A praticidade dos industrializados o que é pré-cozido e, muitos embalados separadamente, facilitando a conservação, além do seu custo, que, ao longo dos anos vem sendo reduzido. A amostra pesquisada constituiu-se de 60%  mulheres e 40% homens, sendo que 26% apresentaram  idade de 18 a 40; 38% de 41 a 60; 36%  de 61 a 80. registrou-se, portanto, uma distribuição bastante heterogênea, sendo possivel obter opiniões de um número representativo de pessoas de idades diferentes e de perfil sócio-econômico diversificado. A pesquisa revelou em relação ao consumo de carne, que a bovina assume a liderança, com 64%, em segundo a carne de aves com 25%, em terceiro a de peixes com 8%, e a suína ficando em quarto lugar com 3% ( figura 1), alegam que a carne suína é carregada e faz mal a saúde e também gordurosa. Para os entrevistados, os caracteres organolépticos da carne são importantes na hora de adquirir. Este dado é relevante para as empresas e para o varejo, haja vista que é por meio da embalagem, que o consumidor irá perceber se a cor e a aparência da carne esta normal. Neste momento que incidirá sobre a carne, como as cores da embalagem do produto, podem interferir no momento da compra, os entrevistados afirmaram observar as características intrínsecas do produto, cor e textura, para verificar se a carne está adequada para o consumo e a limpeza e higiene foi o fator importante no momento da compra 53% dos entrevistados. É interessante notar que, no quesito preço os resultados demonstraram  ainda que o consumidor está valorizando outros atributos, além de apenas o seu preço, o que pode ser evidenciado em várias respostas como: qualidade, higiene, aparência. Citaram a  carne suína “in natura” e industrializados como sendo um produto acessível. As recentes noticias e reportagens sobre cisticercose alertaram a população até mesmo de forma errada, pois citaram a doença atrelada ao consumo de carne suína e 71% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento sobre a doença ou conhecer em partes. Os entrevistados citaram a carne “in natura” assada como a predileta e usada para almoço, mas também afirmaram consumir raramente 39 % e a bisteca é o corte comercial de maior preferência entre os consumidores. Em joão Pessoa segundo Cavalcante Neto (2003), a bisteca assumiu a predileção dos entrevistados. Os industrializados estam em maior preferência na opinião do consumidor até mesmo pela praticidade e higiene dos produtos a lingüiça foi citada por 43% dos entrevistados como o produto industrializado que mais costuma comprar e 84%  disseram comprar no supermecado. Foi perguntado se os produtos consumidos são de boa qualidade e fiscalizados pelo Serviço de Insperção Federal SIF e 55% afirmaram que sim, 31% não souberam informar, 9% não liga se é fiscalizado ou não, 3% afirmam consumir produtos não inspecionados. Quando se perguntou se a carne suína traz algum risco para a saúde 71%  disseram que sim, 16% que não e 13% disseram não saber, estes dados mostram o preconceito errôneo sobre as caracteristicas da carne e o maior obstáculo no aumento do consumo de carne suína “in natura” está relacionado com a sanidade, onde 45% dos entrevistados acham ser o principal fator determinante. Diante dos resultados apresentados, percebe-se que o consumidor está preocupado com a qualidade dos produtos que consome. Esta preocupação leva uma parcela dos consumidores a querer produtos diferenciados que atenda as exigências do consumidor. A falta de informação sobre as qualidades nutricionais do produto limita o consumo, sendo necessária adoção de estratégias de mercado que quebem esses mitos. Os consumidores evitam se alimentar de acarne suína e seus derivados pela falta de informação quanto a procedência e qualidade nutricional dessa carne.

 

Conclusão

O consumidor de carne suína da microrregião de Guarabira-PB tem a carne como sua quarta opção de consumo, demonstrando preferência crescente por novos cortes, caracteristicas como cor, prazo de  validade, cheiro e aparência são muito importantes na avaliação deste produto. O principal entrave no consumo pode estar atrelado à falta de investimentos em marketing, pois a maior parte das pessoas não tem conhecimento sobre a qualidade nutricional da carne, a frequência de consumo pode ser aumentada, pois a maioria dos entrevistados que a consomem é apreciador do seu sabor.

 

Literatura Citada

BEZERRA, J.M. de M.  Et al. Caracterização do consumidor e do mercado da carne suína na microrregião de Campina Grande, Estado da Paraíba. Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 3, p. 485-493 Jul/set, 2007. 

 

CAVALCANTE NETO, A Caracterização, avaliação e estratégias de desmistificação dos consumidores  e do mercado da carne suína no Estado da Paraíba. 2003. 102 f. Trabalho de conclusão de curso ( Graduação em Zootecnia) – Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal da Paraíba, Areia, Paraíba, 2003.

 

DUTRA JUNIOR, W. M; ROCHA, V R. R. A.; RAMALHO, R. P. et al. Comportamento de consumidores de carne suína na região Metropolitana de Recife. In: CONGRESSO LATINO AMERICANO DE SUINOCULTURA, 2., 2004, Foz do Iguaçu, Anais... Foz do Iguaçu, 2004. p. 553-536.

 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponivel em : http://www.ibge.gov.br/cidadessat/default.php>. Acesso em Setembro de 2008.

 

MATTAR, F,N. Novo modelo de estratificação socioeconômica para marketing e pesquisa de marketing. In: SEMINÁRIO EM ADMINISTRAÇÃO, 2. São Paulo, 1997. Anais...São Paulo, Universidade de São Paulo, 1997. P.243-256.

 

ROPPA, L. A Suinocultura em números. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SUINOCULTURA, 1. 1996, São Paulo. Anais... São Paulo: Animal World, 1996. p. 1-16.