PERCEPÇÃO DO ADOLESCENTE ACOLHIDO INSTITUCIONALMENTE...

Por GELZA FERREIRA SOUSA | 27/09/2016 | Psicologia

PERCEPÇÃO DO ADOLESCENTE ACOLHIDO INSTITUCIONALMENTE SOBRE A REINTEGRAÇÃO FAMILIAR

RESUMO

Este artigo tem como principal objetivo descrever e discutir a percepção de adolescentes acolhidos institucionalmente sobre a reintegração familiar, considerando as expectativas e aspectos emocionais decorrentes da possibilidade desse retorno a família. Salienta-se que o acolhimento institucional é uma medida protetiva, excepcional e provisória, sendo que este serviço está localizado na Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais na Proteção Social e Especial de Alta Complexidade da Política Nacional de Assistência Social. Participaram da pesquisa dois (2) adolescentes com dezessete (17) anos de idade, de ambos os sexos, que estavam acolhidos em unidades acolhedoras do Município de Porto Velho/RO, aguardando o retorno ao convívio familiar. Contudo, foi necessário discorrer sobre os temas da adolescência, do acolhimento institucional, da função parental e da reintegração familiar através do referencial teórico psicanalítico. Para a coleta de dados foi utilizada a Técnica de Entrevista Semiestruturada juntamente com a Técnica do Desenho Livre e para a análise dos dados foi empregada a Análise de Conteúdo Temática de Bardin (2011). Como resultado da pesquisa observou-se que a percepção do adolescente acolhido institucionalmente sobre a reintegração familiar é influenciada de acordo com o vínculo afetivo existente com os membros familiares.

1 INTRODUÇÃO

A motivação por este tema se deu através da experiência da pesquisadora quando atuou como estagiária de Psicologia no Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Porto Velho. Ocasião que integrou, como auxiliar, da equipe do juizado (Juiz, Promotor, Defensor, Escrivã e um Estagiário de Informática) durante a semana de audiências concentradas3
.
As audiências concentradas referem-se a uma ação judicial com a principal finalidade de reavaliar os processos abertos de medidas protetivas em relação à situação de criança ou adolescente junto da sua família. Esta ação ocorre a cada seis (6) meses dentro das Unidades de Acolhimento Institucional (UAI), numa espécie de mutirão de processos, cada dia em uma unidade diferente da comarca.
Observaram-se, nas audiências concentradas, casos de pais ou responsáveis que manifestavam não possuir condições de levar o adolescente para casa,
3 Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público a "realização das audiências concentradas foi acordada durante o I Encontro Nacional das Coordenadorias de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça, realizada em 16/04/2010, a partir da experiência exitosa no Estado do Rio de Janeiro com o Plano Mater. Posteriormente, foi prevista na Instrução Normativa n. 02/2010 da Corregedoria Nacional de Justiça (BRASIL, 2013)".
3 alegando não ter autoridade suficiente sobre o mesmo, deixando-o permanecer em acolhimento institucional.
Um fato curioso, porque pai ou mãe desistiam do filho? Seria a fase da adolescência a causadora da desistência dos pais em relação aos filhos, ou a falta de vínculo afetivo, ou ainda por ser adotivo? O acolhimento institucional é uma medida protetiva, excepcional e provisória, aplicada mediante a suspeita ou identificação de riscos a integridade física, psicológica da criança e do adolescente. Trata-se de um processo judicial que depende de vários profissionais de diferentes órgãos como, Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e executores das políticas sociais básicas e de assistência social.
Motivo pelo qual demanda tempo para apurar todas as informações necessárias à elaboração do relatório psicossocial, fornecendo embasamento para a decisão do Juiz da Infância e da Juventude quanto ao destino da criança ou do adolescente.
Contudo, o período de acolhimento institucional poderá torna-se um fator gerador de angústias, ansiedades e incertezas, sendo, um problema para o adolescente, pois não sabe quanto tempo vai perdurar sua permanência ou desligamento na instituição, ou seja, se retornará para casa (família) ou não.
Deste modo, a relevância deste trabalho justifica-se em compreender a percepção do adolescente acerca dos acontecimentos que envolvem o acolhimento institucional durante a adolescência.
A pesquisa teve como objetivo geral de analisar a percepção do adolescente acolhido institucionalmente sobre a reintegração familiar, por meio dos objetivos específicos de levantar os aspectos emocionais do adolescente, correlacionar as expectativas com a reintegração familiar e conhecer as perspectivas de desligamento deste adolescente.
Conforme Davidoff (2001) fisiologicamente o processo perceptivo depende tanto dos sistemas sensoriais quanto do cérebro, pois os sistemas sensoriais, chamados de sentidos recolhem dados e registram alterações que acontecem ao nosso redor, sendo, classificados de químicos (paladar e olfato); de posição 4 (cinestésico e vestibular); cutâneos ou somatosensoriais (contato físico, pressão, calor, frio e dor); audição e visão.
Assim, a percepção depende dos fatores do meio ambiente e do próprio indivíduo, que vão sendo adquiridos e desenvolvidos ao longo da vida. Deste modo, se a pessoa teve dano em algum dos sentidos à percepção torna-se prejudicada.
Davidoff (2001) acrescenta que a percepção sofre influências dos estados psicológicos, logo o sujeito que vivência situações que envolvam variações de emoções, objetivos e expectativas, tem a sua percepção alterada. Desta maneira, cada pessoa tem sua própria maneira de perceber o mundo, isto significa dizer, que cada adolescente terá sua percepção de acolhimento institucional distinta, embora partilhe de situações semelhantes, as experiências foram sentidas de formas diferentes.
Nesta pesquisa, busca-se discorrer sobre a fase de desenvolvimento da adolescência, o acolhimento institucional, a função parental e a reintegração familiar através do referencial teórico psicanalítico.
Deste modo, esta pesquisa pretendeu contribuir com a área acadêmica e profissional. Na área acadêmica justifica-se porque colaborou com o acervo literário diante dos temas adolescência, acolhimento institucional e de reintegração familiar, entre outros. E, na área profissional permitiu aquisição de aprendizado acerca das experiências que demandam o acolhimento institucional para a formação como futura profissional de Psicologia 1INTRODUÇÃO A motivação por este tema se deu através da experiência da pesquisadora quando atuou como estagiária de Psicologia no Juizado da Infância e da Juventude da Comarca de Porto Velho. Ocasião que integrou, como auxiliar, da equipe do juizado (Juiz, Promotor, Defensor, Escrivã e um Estagiário de Informática) durante a semana de audiências concentradas3
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As audiências concentradas referem-se a uma ação judicial com a principal finalidade de reavaliar os processos abertos de medidas protetivas em relação à situação de criança ou adolescente junto da sua família. Esta ação ocorre a cada seis (6) meses dentro das Unidades de Acolhimento Institucional (UAI), numa espécie de mutirão de processos, cada dia em uma unidade diferente da comarca.
Observaram-se, nas audiências concentradas, casos de pais ou responsáveis que manifestavam não possuir condições de levar o adolescente para casa,
3 Segundo o Conselho Nacional do Ministério Público a "realização das audiências concentradas foi acordada durante o I Encontro Nacional das Coordenadorias de Infância e Juventude dos Tribunais de Justiça, realizada em 16/04/2010, a partir da experiência exitosa no Estado do Rio de Janeiro com o Plano Mater. Posteriormente, foi prevista na Instrução Normativa n. 02/2010 da Corregedoria Nacional de Justiça (BRASIL, 2013)".
3 alegando não ter autoridade suficiente sobre o mesmo, deixando-o permanecer em acolhimento institucional.
Um fato curioso, porque pai ou mãe desistiam do filho? Seria a fase da adolescência a causadora da desistência dos pais em relação aos filhos, ou a falta de vínculo afetivo, ou ainda por ser adotivo? O acolhimento institucional é uma medida protetiva, excepcional e provisória, aplicada mediante a suspeita ou identificação de riscos a integridade física, psicológica da criança e do adolescente. Trata-se de um processo judicial que depende de vários profissionais de diferentes órgãos como, Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e executores das políticas sociais básicas e de assistência social.
Motivo pelo qual demanda tempo para apurar todas as informações necessárias à elaboração do relatório psicossocial, fornecendo embasamento para a decisão do Juiz da Infância e da Juventude quanto ao destino da criança ou do adolescente.
Contudo, o período de acolhimento institucional poderá torna-se um fator gerador de angústias, ansiedades e incertezas, sendo, um problema para o adolescente, pois não sabe quanto tempo vai perdurar sua permanência ou desligamento na instituição, ou seja, se retornará para casa (família) ou não.
Deste modo, a relevância deste trabalho justifica-se em compreender a percepção do adolescente acerca dos acontecimentos que envolvem o acolhimento institucional durante a adolescência.
A pesquisa teve como objetivo geral de analisar a percepção do adolescente acolhido institucionalmente sobre a reintegração familiar, por meio dos objetivos específicos de levantar os aspectos emocionais do adolescente, correlacionar as expectativas com a reintegração familiar e conhecer as perspectivas de desligamento deste adolescente.
Conforme Davidoff (2001) fisiologicamente o processo perceptivo depende tanto dos sistemas sensoriais quanto do cérebro, pois os sistemas sensoriais, chamados de sentidos recolhem dados e registram alterações que acontecem ao nosso redor, sendo, classificados de químicos (paladar e olfato); de posição 4 (cinestésico e vestibular); cutâneos ou somatosensoriais (contato físico, pressão, calor, frio e dor); audição e visão.
Assim, a percepção depende dos fatores do meio ambiente e do próprio indivíduo, que vão sendo adquiridos e desenvolvidos ao longo da vida. Deste modo, se a pessoa teve dano em algum dos sentidos à percepção torna-se prejudicada.
Davidoff (2001) acrescenta que a percepção sofre influências dos estados psicológicos, logo o sujeito que vivência situações que envolvam variações de emoções, objetivos e expectativas, tem a sua percepção alterada. Desta maneira, cada pessoa tem sua própria maneira de perceber o mundo, isto significa dizer, que cada adolescente terá sua percepção de acolhimento institucional distinta, embora partilhe de situações semelhantes, as experiências foram sentidas de formas diferentes.
Nesta pesquisa, busca-se discorrer sobre a fase de desenvolvimento da adolescência, o acolhimento institucional, a função parental e a reintegração familiar através do referencial teórico psicanalítico.
Deste modo, esta pesquisa pretendeu contribuir com a área acadêmica e profissional. Na área acadêmica justifica-se porque colaborou com o acervo literário diante dos temas adolescência, acolhimento institucional e de reintegração familiar, entre outros. E, na área profissional permitiu aquisição de aprendizado acerca das experiências que demandam o acolhimento institucional para a formação como futura profissional de Psicologia.

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