Pequenas crônicas : Paradigmas da fé
Por Ghandarva | 25/05/2015 | FilosofiaA crença e a certeza sempre se fizeram necessários, independente do que se focar. Para executar um bom trabalho, o profissional tem que acreditar naquilo que faz. Tem que ter absoluta certeza de sua propria capacidade produtiva. Uma criança se alegra com as brincadeiras, porque acredita nelas, assim como um esportista se sente bem em suas praticas, porque confia na sua condição física.
Essa crença, mais tarde denominada, fé, sempre foi um incentivador e ao mesmo tempo um limitador, tanto da mente como da capacidade humana.
Ao se criar uma situação ou ser culturalmente direcionada a ela, a crença, ou a fé limitam-nos àquele objetivo final. Ou seja, dali não se passa. A partir dali, daquele ponto deixamos de ser capazes.
Os varios segmentos religiosos, tanto cristãos como não cristãos, sempre se utilizaram da imposição desse limite aos homens. Nossa força deixou de vir de nós mesmos, assim como nossa plena capacidade de ação, e passou a ser limitada a um condição. A algo que possa ser responsabilizado pelos nossos erros e acertos, isentando-nos de qualquer culpa. É cômodo e satisfatório ao ser humano, caminhar sem necessidade de desenvolver todas as suas condições e sentimentos.
Assim nossas falhas, principalmente aquelas que podemos e devemos cultivar e zelar, como a bondade e a fraternidade, passam a ser ocasionais, ja que ha um limitador e se falharmos, foi porque esse fator limitador, que não importa comos eja chamado, quis. E na pior das hipóteses, ainda poderei me arrepender e ficará tudo certo.
A fé, nos levou a um patamar de estagnação e comodismo, de tal forma que tanto uma boa ação, como uma má ação fisica, são feitas com a certeza que algo ou alguém invisivel estará ajudando. Nunca fazemos porque somos capazes, porque podemos.
É fácil viver e é cômodo não precisar arcar com as consequencias dos nossos atos sózinhos. Sermos responsaveis pelo que plantamos e pela nossa colheita.
Dificil é aceitarmos que nós somos capazes, nós somos a causa, nós fazemos , nós cultivamos e nós colhemos . E nós, sómente cada um de nós, podemos sim fazer, sem ajuda de uma força supostamente existente que em caso de erro de nossa parte, seja culpada pela falha, ou responsabilizada pelo êxito.
A fé, que deveria ser a aliada da humanidade,s e tornou o fator limitador das ações dos homens.