Pensamento teológico anterior á Reforma Protestante
Por Andreza Jucelly Severina da Silva | 14/08/2017 | HistóriaAndreza Jucelly Severina da Silva1
Juliana Marques de Almeida2
Resumo: O período que antecede a Reforma Religiosa do século XVI, que consolidou o cisma na Cristandade Ocidental, é marcado por oscilações de pensamentos teológicos pré-reformadores. Reformadores como Lutero e Calvino, estão inseridos num contexto, de estopim da Reforma Protestante, que, apresentou características dos pré- Reformadores do século XII.
Eles tiveram acesso às ideias e conceitos que foram mencionados e difundidos pelos próprios pré-reformadores e de seus seguidores. Debate este contido, restringido aos ambientes acadêmicos e clericais. Os mais ousados no questionamento ao dogma e legitimação da Igreja como soberana da Palavra Divina, pois, enquanto Instituição religiosa. a igreja detinha do poder de excomunhão e liberdade da fogueira. A partir da descrição de algumas obras, mais especificamente, na tese de pós-doutorado do professor Leandro Villela de Azevedo, onde, será abordado o pensamento que antecede a reforma religiosa Protestante. Percebendo que, a crítica à graça, a doutrina da transubstanciação, a questão dos dois caminhos, da hierarquia eclesiástica, são encontradas nas obras inglesas de John Wyclif, e inseridas no contexto religioso de Aquino ao concílio de Constança, dos espirituais franciscanos a Guilherme de Ockham. Wyclif formulou de certa forma a base para a reforma protestante, como também, a partir dele surgiu o movimento do grupo Lolardos. E neste ponto, se insere o mestre Ockham, franciscano de Paris e Oxford que influenciou diretamente Wyclif. A partir das circunscrições da corrente de pensamento wyclifista, exposto sob influência do pensamento de João Huss e ao movimento hussita.
Palavras chaves: Teologia, Igreja, sociedade.
Introdução: O objetivo deste artigo é de analisar os pensamentos que antecederam a reforma protestante. A partir da investigação histórica, social e política do século XII e XII, que enumera a escolástica : pensamento da dicotomia entre a fé e a razão. A igreja é a representação do paraíso na terra, Saint Denis é um exemplo de exuberância do poder das abadias, contrapartida, o homem não pode alcançar a luz sem ter o auxílio da palavra divina, do corpo de cristo, que foi pobre, e morreu junto dos seus.
Valdo sabia disso no século XII, principalmente quando notará que um de seus convidados faleceu em sua casa. A resposta para sua aflição foi, doa parte de sua fortuna, criticar a igreja, pois a ideia de subordinação a Deus passava pela aprovação do homem.
Ockham em seu: o machado de Ockham, tem um nominalismo puro para subjugar a igreja. O poder material é do mal, tende-se a imitar a imagem de cristo.
A verdadeira crise está no homem, as crises de autoridade e de unidade, onde, o mundo está em estreita amizade com a morte, porém, os há erros empírico para poder alcançar as ideias gerais, e universais. O relativo humano necessita do divino, porém, existe o livre arbítrio? a escolha, e a vontade racional de entender diante da verdade escrita na bíblia e não dos abades escolhidos por um poderio romano que fala deste todo pensamento teológico geral.
A igreja e a crise teológica do século XII ao XVI
A Igreja enquanto Instituição, deteve de um longo período do poder, por quase absoluto sobre a Europa Ocidental feudal. Poder este, uniformizado com o fim da Alta Idade Média, encontrando na relação de beneficium feudovassálica, o apoio necessário para estruturar suas diretrizes e dogmas. Apoderando-se e desviando-se de determinada maneira o poder monárquico às suas necessidades.
Na medida em que a Europa tornou-se cristianizada, sucedeu-se como necessário o afrouxamento de certos preceitos e dogmas, que caracterizavam o cristianismo primitivo. Essas medidas de arrefecimento, tomadas pelas ordens clericais e demais autoridades, por meio dos concílios, que visavam não apenas o “ganho de almas” à ‘Igreja Verdadeira’, mas, por detrás tinha objetivos políticos e econômicos, que moviam as ordens religiosas e políticas dos reinos Medievais.
A organização dessa estrutura social, paulatinamente se constituía, de maneira jurídicas ou religiosas, posteriore aos séculos XII e XVI, e que formaram as fontes críticas dos pré-reformadores e reformadores. Esse organismo mutacional, envolvia diversas ordens religiosas, de frades, monges, e freiras, além de todo, um complexo sistema clerical. Tal organismo se confundia entre suas obrigações religiosas, sociais e jurídicas; tendo seus costumes e tradições corrompidas pelos representantes da ordem clerical
A sociedade europeia girava em torno dos costumes deliberados pela Igreja, e determinadas ações dos clérigos e demais autoridades, corromperam a pureza evangélica do cristianismo primitivo, sendo, necessário o retorno a esse pudor. Porém, existia contrariedade aos ditames da ordem clerical e da Igreja , pois, a mesma alegava ter o domínio sobre a veracidade de maneira absoluta.
Além destas questões, os séculos que perpassam pela Pré-Reforma abrangeram profundas mudanças no quadro econômico e social europeu, o que, infligiu muito desânimo sobre a população, mais especificamente, sobre os líderes desses movimentos. Os mesmos não queriam a separação da unidade universal da Igreja, pensavam em uma reforma que se basea-se na própria Bíblia.
Todavia, esses clamores abalavam a autoridade papal e clerical, que viam neles uma ameaça para unidade universal da cristandade que controlavam.
A populaça e aos padres de paróquias eram privados do conhecimento por completo da Bíblia, do livro do velho testamento e neotestamentários, que eram pouco ensinados, sobrando para eles o vestígios do evangelho, dos salmos e hinos, que eram necessários apenas para celebração das missas e das festividades religiosas. Questões como essas, passaram a ser questionadas e denunciadas pelas ordens religiosas menores, que ignoradas pelas autoridades desse organismo institucional,causando preocupação na mesma.
Têm-se demasiadas acusações contra a Igreja. Entre elas está o pluralismo, ou seja, quando uma pessoa, especialmente cardeais, pagam por sua elevação ou aumento de seu cargo eclesiásticos, ou também, sobre a venda desses cargos (honrarias, cardinalato e sinecuras) para arrecadação de dinheiro para a instituição religiosa, sendo necessariamente, uma espécie de suborno. Além de, o concubinato se estender a quase todas as ordens religiosas, entre os quais os frades e monges detêm dos maiores escândalos. Por isso, o clero secular era mais bem visto pela população que as demais ordens.
A recorrência ao concubinato era muito praticada por toda a Europa, sendo isso, á ordem eclesiástica e papal era uma afronta à autoridade e legitimidade da Igreja, entretanto, tais práticas ganharam em vários locais o “apoio popular”. E segundo o historiador Will Durant, o mesmo não era uma corrupção moral, mas uma revolta contra a ordem celibatal. Para Erasmus: “Muitos conventos de homens e mulheres pouco diferem de bordéis públicos”. (Erasmus, Epistle 94 in. Froude, Life and Lettus of Erasmus, 352).
O representante da igreja católica entre os séculos XIV e XV, detinha de um número considerável de servidores, que tinham “hábitos mundanos”, sendo tais hábitos tão visuais quanto os funcionários dos governos contemporâneos.