Pena, Pênis
Por Ailton Ferreira | 13/01/2008 | PoesiasBico fino e negro, sulca e rápido preenche.
Gozo de papel e pena. De folha puta, de verso e prosa.
E o poeta ri, e chora. De sua sina, tormento,
Feliz caneta. Inveja a quem a empunha...
Grande façanha a dela. Mas, triste pênis, triste momento.
Mesmo que sua língua e dedos, a tenham levado ao céu,
Por tantas vezes, com tanto amor que nem o supunha,
Desiste. Rende-se a loucura da virgem amada, sofre ao léu.
Palavras sem nexo, desejos perdidos, sonhos despedaçados,
Fluem da mesma mão de quem um dia já cansado,
Transmutou-a em vagina, sexo negado.
A pena agora fria, rabisca a lápide, mármore alvo.
Revive momentos breves, e programados,
De um amor morto. Sepulto, e inacabado.